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História
Por: Museu da Pessoa, 23 de agosto de 2018

Ser médico: o exercício de se colocar no lugar do outro

Esta história contém:

Ser médico: o exercício de se colocar no lugar do outro

Vídeo

Sou o primeiro médico de uma família de agricultor, comerciante. Todo mundo ficou orgulhoso! No interior, quem não quer ter um filho médico? Todos ficaram orgulhosos, ainda mais quando eu entrei. Eu lembro que eu não estava esperando muito. Eu estava tirando férias com o meu pai na praia e naquela época o resultado era publicado no jornal. Lembro que depois do resultado, fiquei preocupado: “Será que é isso que eu quero fazer mesmo?”, mas na hora que você entra, vê que está no caminho certo.

Entrei em medicina e já fiquei, não tive dúvidas.

Comecei a gostar da dermatologia porque na minha cidade tinha muita hanseníase, a lepra. Então, quando eu ia para Jacarezinho, acompanhava um médico e a gente ia na casa do pessoal com lepra, com hanseníase. A gente não usa mais a palavra lepra porque é muito pesada, pejorativa. A gente usa hanseníase hoje. E eu lembro a primeira vez que a gente ia entregar o remédio na casa dos pacientes. Para mim era uma casa normal, era até rica. Era uma paciente com hanseníase muito intensa, ele não saia de casa. Entrei junto com o médico e a mulher logo saiu correndo, assustada e com medo. Ele precisou falar: “Esse é dos nossos!”

Eles têm deformidades, perdem a ponta dos dedos porque vai tendo atrofia da parte muscular, óssea. Eles tinham deformidades como úlcera, as vezes perdem o nariz. Neste dia eu fiquei chocado. Quando eu entrei na dermatologia eu queria, romanticamente, curar a hanseníase.

Hoje, não menosprezando as outras doenças, mas provavelmente a dermatite atópica, das doenças prevalentes, é a mais grave de todas.

Além do problema estético, a pele do paciente fica toda ressecada, partida, muita coceira, então eles não conseguem dormir. Ficam muito irritados, nervosos, perdem a paciência por qualquer coisa.

Tem uns que são heróis. Eles choram muito no consultório, desabam quando vêm aqui, porque eles sentem muito mal-estar.

A gente não sabe o que o...

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Foto oficial de família

O avô e o bisavô de Caio. A família toda foi de trem para São Paulo especialmente para tirar essa foto. Seu avô é o menino sentado à esquerda

período: Ano 1920
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Foto oficial da formatura

Formatura de medicina na PUC-Curitiba.

período: Ano 1991
local: Brasil / Paraná / Curitiba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Primeiro discurso

Aniversário da cidade. "Fui convidado para declamar uma poesia na praça". Caio está vestindo o uniforme da escola Cristo Rei.

período: Ano 1981
local: Brasil / Paraná / Jacarezinho
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Segundo lugar

Mackenzie ficou em segundo lugar no torneio.

período: Ano 1982
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Mãe de B-52S

Caio recém-nascido no colo da mãe.

período: Ano 1967
local: Brasil / Paraná / Jacarezinho
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Abrindo pro Supla

Caio cantando na banda Anestesia Social. "Abrimos o show do Supla este dia", diz.

período: Ano 1987
local: Brasil / Paraná / Jacarezinho
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Piscina no inverno

Os filhos Felipe e Pedro.

período: Ano 2005
local: Brasil / Paraná / Foz Do Iguaçu
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Com os filhos

período: Ano 2016
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Lançamento do meu Livro

Eu e minha filha no lançamento do meu livro sobre vitiligo para leigos.

período: Ano 2013
local: Brasil / Distrito Federal / Brasília
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Almoço em família

Eu, minha esposa e minha filha no restaurante.

período: Ano 2017
local: Brasil / Paraná / Curitiba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Meus pais e Giulia

Meus pais e Giulia na casa deles em Jacarezinho.

período: Ano 2016
local: Brasil / Paraná / Jacarezinho
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Simpósio da Folha sobre doenças da pele

Eu participando da mesa sobre a vida dos pacientes com vitiligo.

período: Ano 2017
local: Brasil / São Paulo / São Paulo
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Foto de Família

Eu, meus pais e meu irmão.

período: Ano 2000
local: Brasil / Paraná / Curitiba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Casamento

Karen e Caio no casamento deles.

período: Ano 2012
local: Brasil / Paraná / Curitiba
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia
Palavras-chave:

Médicos do Paraná

Capa do livro Concurso Literário: Médicos do Paraná, onde publiquei três poesias.

período: Ano 2016
local: Brasil / Paraná / Curitiba
tipo: Documento
Palavras-chave:

Variações sobre a pele

Página com as poesias Variações sobre a pele e Pai de todas as dores do livro Concurso Literário: Médicos do Paraná.

período: Ano 2016
local: Brasil / Paraná / Curitiba
tipo: Documento

Dados de acervo

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Programa Conte a sua História

Depoimento de Caio de Castro

Entrevistado por Carol Margiotte e Denise Cooke

Curitiba, 23 de agosto de 2018

Entrevista número PCSH_HV657

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Doutor, bom dia.

R - Bom dia.

P/1 - Obrigada por receber a gente aqui hoje e para começar, por gentileza seu nome completo.

R - Caio César Silva de Castro.

P/1 - Local e data de nascimento?

R - Jacarezinho, Paraná. 25 de fevereiro de 1967.

P/1 - E o senhor sabe porque os seus pais te deram esse nome, Caio César?

R - Meu pai é Júlio César, meu irmão é Marco Antônio. Minha mãe era professora de história, ela gostava bastante. Provavelmente isso, mas eu não sei se pela sonoridade. César também é da minha família. Do meu avô é José César. César era um nome de família. É da cidade Cerqueira César, lá do lado de Avaré. Então, a família César. E o César do meu pai, meu, veio de enfeito, mas não é mais sobrenome, mas acabou vindo de roldão na família.

P/1 - E os seus pais contavam a história de como foi o dia do seu nascimento?

R - Não. Eu só sei que eu nasci de fórceps e naquela época não se sabia o sexo da criança, então, eles não sabiam, compravam o enxoval unissex. A única coisa que eu lembro é que eu nasci de fórceps. Não queria sair, já está muito bom lá dentro.

P/1 - E falando dos seus pais, qual o nome deles?

R - Júlio César Lolli de Castro. Meu pai foi comerciante e agricultor. Minha mãe, Brasilina Glória da Silva de Castro, professora, fez história e foi professora primária.

P/1 - E falando um pouco da história deles, o senhor sabe como eles se conheceram?

R - Meu pai conheceu minha mãe, eles têm seis anos de diferença, minha mãe tinha 16, meu pai tinha 22. Meu pai adora a contar a história que estava andando na rua, minha mãe estava passando do outro lado, ele falou para o amigo dele “eu vou casar com essa moça” e casou mesmo. Nunca tinha...

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Título: Ser médico: o exercício de se colocar no lugar do outro

Data: 23 de agosto de 2018

Local de produção: Brasil / Paraná / Curitiba

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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