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História
Personagem: Geraldo Gomes Pinna
Por: Museu da Pessoa, 11 de julho de 2016

Ser caiçara

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Ser caiçara

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Meu nome é Geraldo Gomes Pinna. Nasci na Ilhabela, 31 de maio de 1956, exatamente na vila, no centro da cidade. [A gente] Não tinha nada programado na infância sua aqui na Ilhabela, não tinha nada para fazer, não tinha atividade extraescolar. A atividade programada era escola, acordar cedo, ir para escola, depois, chegar, almoçar e ir para a ponte, lá para o píer para tomar banho de mar, brincar de pique, o pique nosso era no mar, você nadava um atrás do outro, peguei. É o pique no mar, não era na terra.

Eu comecei aos oito anos, eu comecei a trabalhar na Santa Casa de Ilhabela, era o único hospital da cidade, né? E trabalhei lá muitos anos, quase 30 anos, quase me aposentei lá e foi uma época boa, eu vi a saúde do município crescer, né? Quando eu entrei, nem médico tinha, você que tinha que resolver tudo. Eu que tinha que resolver tudo, era o único enfermeiro da cidade. Então, eu tinha que resolver tudo que acontecia, né, não só socorrendo um aqui, ou ali. E hoje eu tô aposentado, mas eu desenvolvo a atividade de eletroencefalograma, mas uma vez por semana.

[Da Congada,] Participo desde que eu lembro, desde os sete anos, né? Participo desde os sete anos. A minha família inteira participava, papai, mamãe, todos os meus irmãos, meu sobrinho, todos participam. Todos participam, a Congada vai durar bastante. Lá em casa, foram promessas. Promessas de algumas cirurgias que foram feitas e a mamãe era devota do São Benedito, então, ela pegava na mão do São Benedito e o filho continua pegando, eu também sou apegado a São Benedito, todos nós que participamos, o nosso santo é São Benedito, né? É muito emocionante você ficar numa festa onde você encontra todos os seus amigos de infância, né, hoje de 60 a 80… Tem gente de 80 anos e você encontra uma vez por ano. Eu e os meus irmãos, a gente toca. Nós somos tocadores da Congada, então tenho um irmão que toca marimba, que é o Gilmar, eu toco atabaque,...

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P/1 – Geraldo, bom dia. Eu, primeiro, gostaria de agradecer da você ter aceitado o convite para essa entrevista. E pra gente começar, eu queria que a você falasse pra gente o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Bom dia. Meu nome é Geraldo Gomes Pinna. Nasci na Ilhabela (SP), 31 de maio de 1956, exatamente na vila, no centro da cidade.

P/1 – E fala pra gente o nome dos seus pais.

R – Meu pai era Gil da Cunha Pinna e minha mãe, Maria Gomes Pinna.

P/1 – E os seus avôs?

R – Eram Manuel Pinna e Benedito Bernardo Pinna.

P/1 – E as avós?

R – Manuel da Costa Pinna e Maria Isabel Pinna.

P/1 – Bom, fala pra gente um pouquinho da origem da sua família, o que você sabe da história deles, assim, dos seus avós?

R – Bom, minha família de um lado, minha mãe era do lado africano, ascendência africana, como tem muitos na Ilhabela, né? Morou na Armação, família morou muito tempo lá na Armação, na Praia do Pinto, lá no norte da Ilhabela, mas meus pais já moravam no centro da cidade, meu pai é de família de espanhóis e habitavam muitos anos na Ilhabela, meu pai tradicionalmente é espanhol.

P/1 – E qual que era a atividade dos seus pais? O que eles faziam?

R – Meu pai, ele foi aposentado na Companhia Mogiana de Estrada de Ferro de Campinas, morou muito tempo em Campinas e veio pra cá. Meu pai, aqui, trabalhou muito tempo na prefeitura, foi secretário do prefeito e foi juiz de paz, também, na cidade muitos anos, foi o famoso casamenteiro aqui da Ilhabela, mais conhecido como seu Gico. Minha mãe era atividade do lar.

P/1 – E o que ele fazia na Companhia de Estrada de Ferro?

R – Papai trabalhava na seção de administração da Companhia Mogiana, setor administrativo, né? Aí de lá, ele veio pra cá, conheceu a minha mãe, se casaram, foram felizes até morrerem, tiveram oito filhos, dois já faleceram e continuamos aqui nossas atividades na Ilha.

P/1 – E conta pra gente assim, você sabe...

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