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História
Por: Museu da Pessoa, 14 de março de 2014

Se eu tiver medo eu não vivo

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Se eu tiver medo eu não vivo

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Meu nome é Dagmar Rivieri Garroux, eu nasci em 16 de abril de 1954, nasci em Santo Amaro, São Paulo. Meu pai é Valdemar Rivieri, minha mãe era Isaura Muniz Rivieri. Meus pais eram 50 anos-luz à frente do tempo deles, sempre foram, né? Então, meu pai era engenheiro mecânico de precisão, se formou na França e minha mãe era empresária. Mas, antes disso, eles contavam a história, que quando eles casaram o meu pai precisou fugir pra casar com a minha mãe, porque ele era um engenheiro e ela era operária, era tecelã. Então, era o burguês com a proletária, sabe? Mas se apaixonaram, em porta de fábrica, tal, e no fim meu avô acabou deserdando o meu pai e o meu pai foi viver com a minha mãe e ficaram casados 50 anos. E, assim, um casal extremamente forte, sempre ocupado com o outro. Quer dizer, quando ninguém registrava empregada doméstica eles já registravam, a empregada não passava mais que dois anos na nossa casa porque a primeira coisa que eles faziam era mandar alfabetizar, depois fazer curso de enfermeira, de cabelereira, seja lá o que for e depois... Então, em casa sempre teve esse olhar de educação pro outro. E eles sempre tiveram, assim, mulher, filha, a minha vai estudar, que não pode depender de homem, não estavam preocupados se vai casar, se não vai, o negócio era estudar, né? E, assim, dois camaradas apaixonados até o fim da vida, impressionante, nunca vi coisa assim. Mas sempre, assim, pessoas que se importavam com pessoas, isso era lei em casa. Então, o que eu acho que eu faço aqui nada mais é do que repetir o processo dos dois.

Eu fui expulsa da primeira escola eu tinha oito anos de idade, imagina isso? Eu sei que eu não gostava do uniforme, isso meu pai sempre contava e, um dia, eu fui pra escola de pijama. E, aí, chamaram o meu pai “ah, vamos chamar o pai da menina”, aquela coisa, o pai vai bater, qualquer coisa, vai surrar. E ele chegou, olhou e falou “por que que você tá assim, de...

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Depoimento de Dagmar Rivieri Garroux

Entrevistada por Tereza Ruiz

São Paulo, 14 de março de 2014.

Realização Museu da Pessoa

NVC_HV06_Dagmar Rivieri Garroux

Transcrito por Cristiane Costa

MW Transcrições

R – É... Meu nome. Meu nome é Dagmar Rivieri Garroux, eu nasci em 16 de abril de 1954, nasci em Santo Amaro, São Paulo.

P/1 – Agora o nome completo e, se você se lembrar, a data de nascimento dos seus pais.

R – Ui.

P/1 – Se não, só o nome completo, sem data de nascimento.

R – Não. Vamo ver. Meu pai é Valdemar Rivieri, minha mãe era Isaura Muniz Rivieri.

P/1 – Conta um pouco pra gente o quê que seus pais faziam e como é que eles eram.

R – Meus pais eram 50 anos-luz à frente do tempo deles, sempre foram, né? Então, meu pai era engenheiro mecânico de precisão, se formou na França e minha mãe era empresária. Mas, antes disso, eles contavam a história, que quando eles casaram o meu pai precisou fugir pra casar com a minha mãe, porque ele era um engenheiro e ela era operária, era tecelã. Então, era o burguês com a proletária, sabe? Mas se apaixonaram, em porta de fábrica, tal, e no fim meu avô acabou deserdando o meu pai e o meu pai foi viver com a minha mãe e ficaram casados 50 anos, até que ela morre e, depois, o meu pai morreu assassinado aqui perto, né? E, assim, um casal extremamente forte, sempre ocupado com o outro. Quer dizer, quando ninguém registrava empregada doméstica eles já registravam, a empregada não passava mais que dois anos na nossa casa porque a primeira coisa que eles faziam era mandar alfabetizar, depois fazer curso de enfermeira, de cabelereira, seja lá o que for e depois... E minha mãe comprava, essa junção dos dois, eles construíram quase um império, né? Então, a minha mãe comprava um lote, Guaianazes, eu sempre falei que ela loteou a Zona Leste, fazia uma meia água e a...

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Título: Se eu tiver medo eu não vivo

Data: 14 de março de 2014

Local de produção: Brasil / São Paulo

Autor: Museu da Pessoa

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