Nasci em um povoado no interior do sertão nordestino, precisamente no município chamado Pimenteiras. Muitas vezes quando me perguntam de onde eu sou e falo o nome da minha querida e saudosa cidade, logo me perguntam “Por que desse nome?” Daí falo que foi em homenagem a uma pequena tribo de índios que habitavam esse lugar e que usavam esse nome. Ah! Quanta saudade da minha infância! Saudades das travessuras que fazia junto aos meus irmãos, das brincadeiras que inventávamos, principalmente, das brincadeiras que fazíamos quando chovia, dos banhos de chuva. Não posso esquecer das construções com o barro molhado lá no barreiro, aonde meu pai trabalhava de verdade e nós acabávamos atrapalhando. Depois, íamos todos tomar banho lá no riacho, mas íamos mesmo era subir nas árvores à margem e pular lá no meio dele. Saudades de brincar de esconde-esconde no meio das plantações de arroz e meus pais gritarem para pararmos, irmos brincar em outro lugar. Saudades dos dias que passava na casa de farinha, mas no meu Piauí popularmente chamado de desmancha. Humm! Ainda posso sentir o cheiro e o sabor do beiju da massa fresquinha.
Mas, o que mais tenho saudade é da minha família reunida, minha mãe preparando o almoço. Tanto tempo faz, porém, se fechar os olhos ainda consigo sentir o aroma que fazia, acabava mesmo comendo sem estar com fome.Também tem as histórias que os meus pais costumavam contar nas noites de lua cheia. Ficavámos todos agarrados, mas sempre queríamos mais e mais. Para nos acalmar, minha mãe costumava cantar lindas canções e a “sabiá” me marcou muito. Tive uma infância onde não posso reclamar, guardo todas essas e muitas outras lembranças na minha mente e no meu coração. Hoje, infelizmente, vivo distante na cidade grande e meus pais lá, não mais posso encontrar.