Olá, pessoal!
Sou Salésia, nascida em uma cidadizinha de menos de sete mil habitantes, Paulo Jacinto, no interior de Alagoas, mas resido em Maceió-AL há 34 anos.
Hoje quero falar da Espondilite Anquilosante, doença auto imune que sou portadora. É um tipo de reumatismo muito raro. As dores são insuportáveis, indescritível tamanha dor. Desde meus 14 anos sofro com o problema e sempre indo aos médicos e ninguém descobria. Levei 28 anos para chegar um diagnóstico. Adolescência e juventude de dor, sofrimento e incerteza. Há 16 anos faço uso de biológico e a cada infusão é um renascimento. Vivo praticamente sem dor, só com algumas sequelas, mas tudo bem.
Sei que sou um milagre. Sobrevivi para poder contar que a fé cura. No meu caso, não tem cura mas tem tratamento.
Nunca deixei minha vida paralisar. Apesar de uma vida de dor, de na adolescência ter um diário com o nome Querida Dor, onde conversava com ela, escrevia para ela.
Apesar da dor, aos 25 anos vim morar em Maceió, fiz curso de jornalismo, na Federal de Alagoas. Depois, Relações Públicas e Web designer. A última graduação foi Pedagogia. Hoje não sei como conseguia trabalhar, estudar, viver com tanta dor. Mas foi essa mesma dor quem me fez uma pessoa melhor, acolhedora e vontade de servir. Essa dor, também, me fez uma pessoa retraída, meio anti social. É que a dor era tanta que ninguém poderia me tocar. Eu não poderia sorrir, espirar e, às vezes, respirar.
Hoje vivo quase sem dor, com poucas sequelas e ainda trabalhando.
Gostaria que as pessoas conhecessem essa doença \\\\\\\"invisível \\\\\\\", que entendessem a nós portadores da Espondilite Anquilosante.
O que quero deixar de exemplo é que nada é ninguém pode impedir você de sonhar e realizar. Que a fé é tudo, que a medicina está aí para descobertas.
Um xêro aqui de Alagoas!