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História
Por: Museu da Pessoa, 5 de novembro de 2011

Rei da Abóbora

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Rei da Abóbora

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“Eu não sei como é que me deu na cabeça quando tinha mais ou menos 14 anos. Eu queria mudar de vida, eu queria ganhar dinheiro. No começo de 1953, mais ou menos, foi que eu decidi: ‘Vou sair fora.’ O profeta não faz milagre na terra que nasceu. Comecei a juntar o dinheiro e nisso apareceu um casal em Fortaleza. Eles perguntaram se eu queria vir trabalhar com eles em São Paulo – eles conheciam meu serviço e sabiam que eu era pessoa de responsabilidade. Eu decidi: ‘Vou.’ Pau de arara era 400 naquela época. Aí acontece que, passou o Estado da Bahia, o pau de arara tombou.

Rodamos três dias para chegar na beira do São Francisco, duas noites, e o caminhão tombou. Lá morreram duas pessoas. Só pelas quatro da manhã é que veio alguém socorrer. Mandaram a gente de volta para Pernambuco, que é onde tinha hospital. Naquela hora muita gente desistiu de seguir viagem, mas eu falei: ‘Nem que vá a pé, eu vou embora.’ Meu braço inchou, meu rosto parecia que passou um rolo de ralar coco, mas eu continuei. Quando eu vi São Paulo, achei bem bonita. Vir de Fortaleza para cá seria como você chegar nos Estados Unidos hoje. Você falava uma coisa e a pessoa dava risada; não entendiam. Mas tudo bem, arrumei emprego na fábrica Giannini. Violão, não é? Instrumentos. Naquela época eu tomava um copo de leite por dia e um pãozinho, mais nada. Para bater palma batia assim, de mão fechada. E eu sempre tinha dinheiro guardado; mesmo ganhando mixaria. Saindo dali, fui tirar licença na prefeitura. Tinha 18 anos; queria começar na feira. Por conta. Eu sei que isso foi, voltou, enriquei, perdi dinheiro. Aí uma hora comprei uma carga de melancia por 200 cruzeiros. Naquele caminhão de 200, fizemos mil. Falei: ‘Vou vender melancia.’. Eu vendia na feira, ponto de ônibus. Um dia fui comprar melancia e não tinha, só o que tinha era um caminhão de abóbora. Os caras disseram: ‘Tem uma abóbora ali, não...

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Dados de acervo

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P/1 — Primeiramente gostaria de agradecer sua participação e para começar queria que o senhor falasse para a gente o seu nome completo, local e a data de seu nascimento.

R — Meu nome é José Ferreira de Lima, nasci em Fortaleza, Ceará, dia 13 de Abril em 1938.

P/1 — E qual é o nome do seus pais?

R — Joaquim Ferreira de Lima e Lidia Muniz de Lima.

P/1 — Tá. E você tem irmãos?

R — Tenho. Tenho mais nove irmãos.

P/1 — E como é você nessa escadinha? Você é o mais velho?

R — Nessa escadinha eu sou, nós somos sete. Do primeiro casamento, meu pai casou e ficou, e viuvou, eu tinha cinco anos. Então da minha mãe são sete né? Escadinha de um, quando ela morreu, deixou sete filhos, a mais velha tinha sete anos. E morreu de parto, né? A minha irmã é mais nova, de 43, eu tinha cinco anos de idade, o terceiro da turma.

P/1 — E como é que eram os seus pais? O que eles faziam?

R — O meu pai plantava verdura no Ceará. Verdureiro, tinha horta, né? Vivia da verdura. Ele plantava. Quando conheci ele no conhecimento da vida, ele era verdureiro, plantava. Depois teve fazendo outras coisas. Depois que a mamãe morreu ele se atrapalhou na vida também, teve atrapalhado, vendeu aonde ele plantava e andou trabalhando de empregado e voltou de novo no ramo, então ele trabalhou 25 anos trabalhando no ramo, em Fortaleza.

P/1 — E como é que era a casa de vocês na sua infância , você lembra?

R — A casa nossa era de taipa. De taipa. Bem acabadinha, bem feita. O pessoal faz lá as casas assim, porque tem casa de taipa lá que tem trezentos anos em Fortaleza, a nossa não! A nossa era mais ou menos, mas era uma casa que tinha, digamos, uma cozinha grande, depois uma sala de janta e depois só um quarto só. Aí, o corredor e depois tinha a sala de visita. Aí, as pessoas que vinham, bastante gente, as pessoas dormem na sala. Porque lá não usava cama, era só rede, né? Então, a casa era grande, não era tão pequena assim, pois os...

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