O nome da minha entrevistada é Regina Maua, minha avó. Ela não é exatamente imigrante, mas vem de família que era imigrante Seus pais vieram do Líbano, pois segundo seu pai, ele não aguentava mais a briga de seu país; dizia que o árabe era inimigo do próprio árabe. Ela conta que tinha uma grande concentração de imigrantes árabes, tanto que eles viviam em uma colônia chamada Colônia Sírio Libanesa. Em relação a isso, minha avó também conta que eles não tiveram muitos choques culturais, já que viviam com as mesmas pessoas e frequentavam as mesmas igrejas. Também conta que tinham mais árabes na colônia do que no próprio Líbano. E quem emigrava na época tinha dinheiro, pessoas que não aguentavam mais morar lá por conta das guerras, e hoje em dia quem migra são mais pobres. Minha avó disse que eles não passaram tanta dificuldade, principalmente por causa da colônia, que muitos se ajudavam; tanto é que seus pais abriram um hotel em Itanhaém, onde ela nasceu. As dificuldades de minha avó começaram mesmo aos 14 anos, quando seu pai faleceu. E também quando o hotel, de propriedade da família, pegou fogo. Mas diz também que as dificuldades não duraram muito. Eram seis filhos e sua mãe estava passando meio apertada, então minha avó teve seu primeiro e único emprego na Petrobras, aos 17 anos. Ela trabalhava no serviço médico, na seção de escritório, fazia os fichários para os exames. Ela diz que não abriram portas por ela ser imigrante, pelo contrário, sua sogra não gostou que ela fosse filha de árabe e não queria que se casasse com seu filho (meu avô). Eles se conheceram na Petrobras, onde ela trabalhava. Ele era o engenheiro de produção. Minha avó disse que não tinha muita tecnologia quando ela nasceu, mas durante a sua vida, viu a tecnologia evoluir, como a televisão, o telefone, o celular, entre outros. Algo que marcou sua vida, a sua infância e a história de sua família foi a comida. Durante quase...
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O nome da minha entrevistada é Regina Maua, minha avó. Ela não é exatamente imigrante, mas vem de família que era imigrante Seus pais vieram do Líbano, pois segundo seu pai, ele não aguentava mais a briga de seu país; dizia que o árabe era inimigo do próprio árabe. Ela conta que tinha uma grande concentração de imigrantes árabes, tanto que eles viviam em uma colônia chamada Colônia Sírio Libanesa. Em relação a isso, minha avó também conta que eles não tiveram muitos choques culturais, já que viviam com as mesmas pessoas e frequentavam as mesmas igrejas. Também conta que tinham mais árabes na colônia do que no próprio Líbano. E quem emigrava na época tinha dinheiro, pessoas que não aguentavam mais morar lá por conta das guerras, e hoje em dia quem migra são mais pobres. Minha avó disse que eles não passaram tanta dificuldade, principalmente por causa da colônia, que muitos se ajudavam; tanto é que seus pais abriram um hotel em Itanhaém, onde ela nasceu. As dificuldades de minha avó começaram mesmo aos 14 anos, quando seu pai faleceu. E também quando o hotel, de propriedade da família, pegou fogo. Mas diz também que as dificuldades não duraram muito. Eram seis filhos e sua mãe estava passando meio apertada, então minha avó teve seu primeiro e único emprego na Petrobras, aos 17 anos. Ela trabalhava no serviço médico, na seção de escritório, fazia os fichários para os exames. Ela diz que não abriram portas por ela ser imigrante, pelo contrário, sua sogra não gostou que ela fosse filha de árabe e não queria que se casasse com seu filho (meu avô). Eles se conheceram na Petrobras, onde ela trabalhava. Ele era o engenheiro de produção. Minha avó disse que não tinha muita tecnologia quando ela nasceu, mas durante a sua vida, viu a tecnologia evoluir, como a televisão, o telefone, o celular, entre outros. Algo que marcou sua vida, a sua infância e a história de sua família foi a comida. Durante quase toda a sua vida, ela cozinhou comidas árabes, e até seus 70 anos vendia para restaurantes ou mesmo clientes. Ela diz que cozinhava porque gostava, isso a fazia lembrar de sua mãe, uma memória afetiva forte.
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