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História
Por: Museu da Pessoa, 24 de abril de 2018

Refrescado e feliz: não estou sozinho

Esta história contém:

Refrescado e feliz: não estou sozinho

Vídeo

Eu já nasci com dermatite atópica. Então, vivo com ela desde sempre: começando as primeiras brincadeiras na primeira série. Sabia que eu era diferente porque eu tinha problema de pele e era visível, era bem marcante.

Foi um trabalho pra minha mãe também, que me ajudou e sempre me disse: “Você é diferente, mas ser diferente é normal. Não precisa se preocupar com o que os outros vão falar, não precisa se preocupar com a diferença”.

Eu tento enxergar o lado positivo da situação. Não é fácil viver com dermatite atópica, porque é um negócio que você tem que ter um autocontrole, você tem que saber, você tem que ter uma cautela sobre o que você pode ou não fazer, mas, por outro lado, te abre algumas portas também. Eu sei que para mim a dermatite é uma consequência de emoções: se eu estou muito triste, se eu deixar a tristeza dominar, eu sei que em um ou dois dias a dermatite vai aparecer na minha pele.

Por conta da dermatite, eu tive a oportunidade de conhecer um projeto e, por isso, de conhecer pessoas que me ajudaram bastante. O projeto é o Dermacamp. O foco do projeto é acolher crianças que têm problema de pele, que tem alguma deficiência, que têm alguma lesão física que abala o psicológico delas - como, por exemplo, não conseguir socializar.

A gente acolhe as crianças pra dizer: "Calma, você consegue viver com isso. Tem solução, é só um outro jeito de ver a vida".

Quando eu vi outras crianças com problema de pele foi um pouco reconfortante para mim. Foi confortável saber que eu não era o único – até então eu não tinha tido nenhum outro contato com alguém que também tivesse os mesmos problemas que eu. E me abraçaram de uma forma que foi gostoso! Porque antes disso eu tive caso de pessoas se afastarem, de crianças se afastarem, por causa do problema na pele. Ela não sabe o porquê, ela só não quer ter aquilo que você tem. Ela sabe que é diferente e que, teoricamente, não...

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Inocência

Aos nove meses na cama dos meus pais. Minha mãe tirou a foto porque estou fofinho!

período: Ano 1993
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Proteção

Com meu pai num bosque perto de casa. Essa foto me dá uma sensação de segurança. Meu pai sempre foi meu protetor!

período: Ano 1992
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Carinho

Com um ano de idade. Diferente do meu pai, ela não era tão protetora e gostava de me soltar me mostrar pras pessoas. Ela era mais carinho do que proteção.

período: Ano 1993
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Simplicidade

No quintal de casa. Gosto muito da minha casa, principalmente porque foi meu pai quem a construiu - inteira! Estou em um pé num banco feito com um pedaço de sarjeta.

período: Ano 1996
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Quero um irmão!

Nessa época, comecei a pedir um irmão - porque eu queria ser tio!

período: Ano 1998
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Presente

Atrás da foto tem uma dedicatória da minha madrinha Clarete. Em 2017, após um longo período, nos reencontramos e percebemos que apesar da distância, o carinho continua o mesmo!

período: Ano 1993
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Irmandade e confiança

Com minha irmã Laura em casa. Quando eu chegava da escola, gostava de pegá-la no colo. Nessa época, ela estava aprendendo a andar. Apesar de não nos falarmos durante o dia a dia, sabemos que podemos contar um com o outro!

período: Ano 2000
local: Brasil / São Paulo / Campinas
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Programa Conte Sua História

Depoimento de Márcio Gonçalves

Entrevistado por Denisse Cooke e Carol Margiotte

Campinas, 24 de abril de 2018

Entrevista número: PCSH_HV650

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Bom dia, Márcio.

R - Bom dia.

P/1 - Obrigada por nos convidar aqui para a sua casa, tão gostosa, para te entrevistar.

R - Imagine.

P/1 - Vamos começar falando o seu nome, local e data de nascimento.

R - Eu me chamo Márcio Fernandes Gonçalves, sempre morei em Campinas – estamos aqui agora – e nasci em 1992, dia 19/06.

P/1 - E você sabe a história do seu nascimento, do dia que você nasceu?

R - Na verdade, eu sou a segunda gravidez da minha mãe – ela perdeu o primeiro filho. Foi tranquilo, pelo que eu sei, pelo que me contaram foi uma gravidez tranquila. Demorei para nascer, passei dos nove meses, quase dez. E pelo que ela me contava, dentro da barriga eu gostava de ficar no sol. Eu ficava bem quietinho e, quando ela me colocava no sol, eu ficava meio agitado. Não sei se eu estava gostando ou se estava odiando, mas eu respondia aquilo. Teoricamente foi tranquilo, foi um parto normal e foi bom. Não foi uma gravidez de risco, não foi nada disso.

P/1 - E qual o nome dos seus pais?

R - Minha mãe se chama Marislei e meu pai se chama Geraldo.

P/1 - E você sabe como eles se conheceram?

R - Em passeatas de política.

P/1 - Conte-nos.

R - Na verdade, eu não sei se foi por isso, mas eles sempre fizeram esse tipo de coisa na época deles. Eles iam para passeatas, para protestos, iam para essas coisas e meio que se conheceram nisso. Minha mãe, na época, se eu não me engano fazia CEFAM – estava estudando para ser professora –, meu pai eu não lembro o que fazia na época. E o que me disseram foi que meu pai queria ficar junto com a minha mãe, só que ela não queria, então, ela enrolou ele um bom tempo. Depois de muita insistência, eles acabaram ficando juntos. Tanto que eles se casaram...

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Título: Refrescado e feliz: não estou sozinho

Data: 24 de abril de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / Campinas

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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