D. Maria hoje com 61 anos, é moradora do bairro Vila Simões desde os seus 10 anos. Contou que antigamente existiam poucas casas no bairro, ruas sem asfaltos e que sua casa era feita de bambu e barro e o chão de terra batida com cinzas. Sua família era humilde e numerosa, com dez irmãos. Sua infância foi difícil, pois como qualquer criança, lembrou que queria ter muitas coisas, como, por exemplo, uma boneca, mas não tinha condições financeiras e recordou que seu pai sempre dizia, “aqui está sua boneca, seus irmãos mais novos”. Contou que geralmente se alimentavam de folhas de batata doce refogada, pois carne ou refrigerante era somente no Natal, leite e Danone só quando tinham dinheiro. A maioria dos alimentos eram cultivados no fundo da casa. Um sorriso apareceu no rosto de D. Maria ao falar das brincadeiras de infância, esconde-esconde, pega-pega, subiam em árvores e brincavam na rua até tarde, já que naquela época não tinha perigo como hoje, mesmo na rua sem iluminação. Não tinha televisão em casa, então ela, seus irmãos e as crianças vizinhas atravessavam o cafezal para ir assistir na casa de uma amiga em outro bairro. D. Maria se divertiu bastante contando de sua juventude, de como conheceu seu marido. Nos contou que um amigo da igreja falou de um colega, e então começaram a se corresponder por carta, pois ele morava em Campinas, e depois passaram a se falar por telefone, na casa onde trabalhava, de empregada. O encontro acabou sendo no dia do seu aniversário, ele apareceu vestindo uma calça boca de sino e uma camisa social. Ao vê-lo pessoalmente ficou impressionada com seu tamanho, ele era um homem forte, alto, bonito e referiu-se a esse fato com um sorriso no rosto. Casaram-se e tiveram 3 filhos, e depois de muitas idas e vindas, hoje viúva, com seus netos ao redor, ainda mora no bairro Vila Simões, e nos disse que é onde se sente “realmente em casa”. Maria Lucia Soares Lopes, 61 anos, viúva, mãe de três...
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D. Maria hoje com 61 anos, é moradora do bairro Vila Simões desde os seus 10 anos. Contou que antigamente existiam poucas casas no bairro, ruas sem asfaltos e que sua casa era feita de bambu e barro e o chão de terra batida com cinzas. Sua família era humilde e numerosa, com dez irmãos. Sua infância foi difícil, pois como qualquer criança, lembrou que queria ter muitas coisas, como, por exemplo, uma boneca, mas não tinha condições financeiras e recordou que seu pai sempre dizia, “aqui está sua boneca, seus irmãos mais novos”. Contou que geralmente se alimentavam de folhas de batata doce refogada, pois carne ou refrigerante era somente no Natal, leite e Danone só quando tinham dinheiro. A maioria dos alimentos eram cultivados no fundo da casa. Um sorriso apareceu no rosto de D. Maria ao falar das brincadeiras de infância, esconde-esconde, pega-pega, subiam em árvores e brincavam na rua até tarde, já que naquela época não tinha perigo como hoje, mesmo na rua sem iluminação. Não tinha televisão em casa, então ela, seus irmãos e as crianças vizinhas atravessavam o cafezal para ir assistir na casa de uma amiga em outro bairro. D. Maria se divertiu bastante contando de sua juventude, de como conheceu seu marido. Nos contou que um amigo da igreja falou de um colega, e então começaram a se corresponder por carta, pois ele morava em Campinas, e depois passaram a se falar por telefone, na casa onde trabalhava, de empregada. O encontro acabou sendo no dia do seu aniversário, ele apareceu vestindo uma calça boca de sino e uma camisa social. Ao vê-lo pessoalmente ficou impressionada com seu tamanho, ele era um homem forte, alto, bonito e referiu-se a esse fato com um sorriso no rosto. Casaram-se e tiveram 3 filhos, e depois de muitas idas e vindas, hoje viúva, com seus netos ao redor, ainda mora no bairro Vila Simões, e nos disse que é onde se sente “realmente em casa”. Maria Lucia Soares Lopes, 61 anos, viúva, mãe de três filhos, avó amorosa, costureira e moradora fiel da Vila Simões.
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