Sonhei com a escola infantil que meu filho caçula frequenta, a P. Era uma ocasião festiva. Crianças de todas as turmas, professores e famílias estavam na parte frontal da escola. Ia se tirar uma foto da comunidade P. Algumas crianças se posicionavam na janela, outras na calçada, outras no gramado (no sonho, o gramado era plano). Depois da foto, R. (a diretora) sugere às crianças cantarem uma canção para que as crianças da escola em frente pudessem ouvir. Em frente à P., do outro lado da rua, havia uma escola de crianças maiores. Estas se encontravam nas janelas das suas salas de aula e pareciam contentes com a ideia de escutar a música das nossas crianças.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Quando acordei, fui inundada por um sentimento de saudade e de esperança. Coisa boa estarmos juntos, em uma cena onde a proximidade física era prazerosa e natural - como deve ser. Ainda, fiquei a pensar em alguns detalhes do cenário do sonho: reconheço o entorno da escola, as cores e nuances daquela rua. Reconheço aquela imbricação de outras duas ruas na avenida que se abria nas imediações. Reconheço aquele gramado plano estendido como tapete em frente à escola. Reconheço, enfim, minha cidade natal. E uma lembrança muito oportuna retorna: eu também tive uma P. em minha vida! Minhas primeiras lembranças enquanto criança se registram em um jardim (o gramado plano do sonho!) defronte a casa onde vivi dos dois aos cinco anos de idade. Era um lindo jardim com plantações de margaridas, que eu amava. Era meu universo de dentro e de fora, meu paraíso secreto e onde construí minhas primeiras histórias e fabulações. Depois que nos mudamos para outra casa, eu então com cinco anos de idade, a casa onde antes vivemos se tornou uma escola infantil. Chamada… P.! E foi assim que, nos anos seguintes, e até a adolescência, fui podendo acompanhar a casa da minha primeira infância se tornar o espaço de tantas...
Continuar leitura
Sonhei com a escola infantil que meu filho caçula frequenta, a P. Era uma ocasião festiva. Crianças de todas as turmas, professores e famílias estavam na parte frontal da escola. Ia se tirar uma foto da comunidade P. Algumas crianças se posicionavam na janela, outras na calçada, outras no gramado (no sonho, o gramado era plano). Depois da foto, R. (a diretora) sugere às crianças cantarem uma canção para que as crianças da escola em frente pudessem ouvir. Em frente à P., do outro lado da rua, havia uma escola de crianças maiores. Estas se encontravam nas janelas das suas salas de aula e pareciam contentes com a ideia de escutar a música das nossas crianças.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
Quando acordei, fui inundada por um sentimento de saudade e de esperança. Coisa boa estarmos juntos, em uma cena onde a proximidade física era prazerosa e natural - como deve ser. Ainda, fiquei a pensar em alguns detalhes do cenário do sonho: reconheço o entorno da escola, as cores e nuances daquela rua. Reconheço aquela imbricação de outras duas ruas na avenida que se abria nas imediações. Reconheço aquele gramado plano estendido como tapete em frente à escola. Reconheço, enfim, minha cidade natal. E uma lembrança muito oportuna retorna: eu também tive uma P. em minha vida! Minhas primeiras lembranças enquanto criança se registram em um jardim (o gramado plano do sonho!) defronte a casa onde vivi dos dois aos cinco anos de idade. Era um lindo jardim com plantações de margaridas, que eu amava. Era meu universo de dentro e de fora, meu paraíso secreto e onde construí minhas primeiras histórias e fabulações. Depois que nos mudamos para outra casa, eu então com cinco anos de idade, a casa onde antes vivemos se tornou uma escola infantil. Chamada… P.! E foi assim que, nos anos seguintes, e até a adolescência, fui podendo acompanhar a casa da minha primeira infância se tornar o espaço de tantas outras crianças. Apesar da saudade e da nostalgia que sentia ao vê-la, de longe, me sentia feliz que a casa seguia viva e pulsante: a casa-escola ganhou mais cores. A casa-escola seguiu cumprindo o seu papel de canteiro de histórias. De universo de dentro e de fora. Nesta quarentena, muito tenho sonhado. E muitas histórias temos lido aqui em casa. Fico a pensar que tanto os livros como os sonhos nos servem, talvez, como janelas. Abro então a janela, deixo que o ar da manhã repouse em mim. Um abraço apertado nas crianças que acabam de acordar. E a vontade de que esta brisa se estenda e persiste em mim, recobrando o fôlego neste tempo tão difícil de isolamento e incertezas.
Recolher