Meu nome é Marina, sou de Catanduva e nasci no dia 17 de janeiro de 1992.
Meus avós vieram de uma família muito simples, os dois lados, tanto por parte de pai como da minha mãe. E todos são de lá de Catanduva. Do lado paterno, eles moraram em um sítio, depois vieram para a cidade e começaram a vida. Meu pai começou, assim, bem por baixo, sempre muito esforçado, buscando fazer a vida dele, ter uma boa qualidade de vida. Os meus avós também. E o lado da minha mãe é a mesma coisa, moravam no sítio e depois também foram para Catanduva. Trabalharam, também todos muito simples. Vieram para a cidade por causa de trabalho, que era mais fácil. E a parte do meu avô materno, da minha família materna, eles vendiam leite, faziam vários trabalhos, assim, e, depois de um tempo, meu avô começou na construção, ele e minha avó, e é quando eu os acompanhava, levava café da tarde pra eles, para os pedreiros e para o meu avô, junto com minha avó, e foi onde iniciou o meu interesse por obras, construção.
Meu avô era leiteiro e também caminhoneiro. E depois, começou, aos poucos, a construir, fazer as casas deles para empreender. Eles iam fazendo assim: construindo e alugando. Ia fazendo o pezinho de meia deles, né? E eu estava sempre junto, e aos poucos fui me interessando. É uma família bem unida, a gente sempre se reúne, de final de semana, lá na casa da minha avó. Hoje em dia eu não tenho mais o meu avô e a gente se reúne na casa da minha avó. E no meu lado paterno, minha avó também foi embora, faleceu e ficou meu avô, também sempre muito esforçado, sempre alegre, passando coisa boa pra gente. Então, é bem bacana, assim.
Eu lembro sempre daquela energia boa, eu, chegando na casa deles, e a minha avó sempre muito alegre de ver a gente - que era paraplégica, ela foi perdendo os movimentos conforme o tempo. Ela sempre ficava muito feliz em ver a gente. E meu avô sempre muito alegre, com uma boa autoestima. E do lado da minha...
Continuar leituraMeu nome é Marina, sou de Catanduva e nasci no dia 17 de janeiro de 1992.
Meus avós vieram de uma família muito simples, os dois lados, tanto por parte de pai como da minha mãe. E todos são de lá de Catanduva. Do lado paterno, eles moraram em um sítio, depois vieram para a cidade e começaram a vida. Meu pai começou, assim, bem por baixo, sempre muito esforçado, buscando fazer a vida dele, ter uma boa qualidade de vida. Os meus avós também. E o lado da minha mãe é a mesma coisa, moravam no sítio e depois também foram para Catanduva. Trabalharam, também todos muito simples. Vieram para a cidade por causa de trabalho, que era mais fácil. E a parte do meu avô materno, da minha família materna, eles vendiam leite, faziam vários trabalhos, assim, e, depois de um tempo, meu avô começou na construção, ele e minha avó, e é quando eu os acompanhava, levava café da tarde pra eles, para os pedreiros e para o meu avô, junto com minha avó, e foi onde iniciou o meu interesse por obras, construção.
Meu avô era leiteiro e também caminhoneiro. E depois, começou, aos poucos, a construir, fazer as casas deles para empreender. Eles iam fazendo assim: construindo e alugando. Ia fazendo o pezinho de meia deles, né? E eu estava sempre junto, e aos poucos fui me interessando. É uma família bem unida, a gente sempre se reúne, de final de semana, lá na casa da minha avó. Hoje em dia eu não tenho mais o meu avô e a gente se reúne na casa da minha avó. E no meu lado paterno, minha avó também foi embora, faleceu e ficou meu avô, também sempre muito esforçado, sempre alegre, passando coisa boa pra gente. Então, é bem bacana, assim.
Eu lembro sempre daquela energia boa, eu, chegando na casa deles, e a minha avó sempre muito alegre de ver a gente - que era paraplégica, ela foi perdendo os movimentos conforme o tempo. Ela sempre ficava muito feliz em ver a gente. E meu avô sempre muito alegre, com uma boa autoestima. E do lado da minha mãe, eu sempre lembro da gente em construção, também em churrasco de família, que é bem bacana.
Minha mãe é professora, deu aula por muito tempo e ela é muito criativa. Mexe com biscuit, faz artesanato de todo tipo, bem bacana. E meu pai é contador. Também sempre muito esforçado, do jeito dele, as coisas têm que ser todas muito certinhas, que é o que ele passou para gente com o decorrer da vida, a infância. Dizem que eles se conheceram no centro da cidade, lá em Catanduva. Onde o pessoal saía para paquerar. Aí, minha mãe e ele estavam lá e se conheceram. Parece que se conheceram nas lojas, lá embaixo tinha a praça e seguiam as lojas, e o pessoal ficava por ali, naquela rua, que é a Rua Brasil, uma das principais de Catanduva. Eu não peguei esse tempo, não. Eu vim depois (risos).
Eu tenho uma irmã mais velha, a Milena. Ela foi para a área da Química. Fez mestrado e doutorado. E segue nesse campo, segue a área acadêmica.
Eu estudei a vida inteira em um colégio de freiras, muito bacana. Tudo envolvia religião e isso foi muito bom para a nossa educação porque escola de freira é assim, você entra, você já reza. Você tem aula de religião, tudo que é voltado, por exemplo, Dia das Mães, tem a missa das mães. Era bem bacana isso. E a gente via freira andando pelo colégio, era bem bacana. Estudei a vida inteira lá. Nós tínhamos bons professores, um pessoal bem acolhedor, porque todo mundo ali, os funcionários, sabiam os nossos nomes, conheciam os nossos pais, porque foi a vida inteira ali, né? A maioria da minha turma de escola, a gente se conheceu tudo pequenininho, até ficar mais velho, e até hoje tem contato.
Meus pais não estudaram nesse colégio, mas eles tinham uma formação religiosa. Meu pai e minha mãe sempre levavam a gente para a igreja, batizou, crismou, Primeira Comunhão, tudo certinho.
As histórias mais legais da escola, assim... óbvio que teve, né, todo esse tempo, mas no final do terceiro colegial, o segundo, a gente fazia café da manhã, cada um levava uma coisa e fazia lá na escola, só que aí a gente não esperava mais o intervalo, ficou uma coisa meio preguiçosa, ia matando todas as aulas fazendo café da manhã (risos). E os professores, como gostavam muito da gente, se envolviam, participavam. Era um pessoal muito unido. E é uma coisa que até, depois que passou, quem estudou ali no colégio, o Colégio Nossa Senhora do Calvário, a maioria do pessoal sonha que está lá, passa por lá e sente saudade. Tinham as festas juninas, tudo muito acolhedor, tudo muito junto. Uma escola que eu gostei muito de estudar.
E não tinha tanta rigidez, não. Mas tinha os horários certos. Você tinha que entrar, se você não chegou para primeira aula, você só ia entrar para a segunda e ficava lá fora esperando. Era bem assim. Só que, como meu pai sempre foi muito certinho com a gente, minha mãe também, a gente seguia tudo correto. Era mais a questão de uniforme, regras, mas não era tão rígido assim, não. Era um colégio de freiras, mas estudavam meninos e meninas. Foi bem bacana.
Eu fiz aula de teatro no colégio, foi bem bacana. Lá, agora, eu acho que ele parou de dar aula nessa escola, o Carlinhos Rodrigues, professor que dava aula pra gente na escola de teatro e ele ensinava muito, também, sobre a vida, sobre a leveza das coisas e abordava, também nas aulas, sobre o cotidiano, as coisas da adolescência. Foi bem bacana para a gente se soltar, pra gente dar valor pra algumas coisas. Ele foi bem bacana também na nossa formação.
A gente fez apresentações na escola. Eu lembro de uma que foi no Dia das Mães. E também teve poesia. Porque tirando o teatro, sempre tinha outras apresentações, mas com ele, eu não lembro ao certo uma apresentação, mas das aulas em si, que era de segunda-feira, que a gente juntava. Era bem bacana.
Eu gostava muito de História, de saber das coisas. Gostava muito. E da parte de religião, eu acho que acalmava a gente. Ter aula de religião, ir para a capela, era uma coisa que interessava e fazia bem pra gente ali. Teve uma época também que a gente fazia doação em uma creche, que fica na escola, que acho que faz parte da escola ao lado, que também é uma escola de freiras, era tudo integrado, e que a gente ia lá, conversava com as crianças, passava umas horas com crianças carentes. Era bem bacana.
No final, no segundo, terceiro colegial, a gente fez bastante festa na casa de um menino que morava ali perto, e tinha um fundo bem bacana. Então, a gente se juntava, participava, era bem legal. Eu estudava bastante. Gostava bastante de teatro. Também fazia método kumon, inglês, era tudo perto de casa. E tinha também o clube de tênis lá, que tem até hoje, que é um clube bem tradicional, e então eu tinha aula de natação, aula de dança e o pessoal se reunia bastante lá. Era bem bacana. O pessoal se conhecia bastante ali porque era cada um de uma escola, aí cada um se conhecia ali e juntava, fazia amizade, fazia turma. Era bem legal.
Hoje em dia, eu vou em um centro espírita. Eu comecei a ir ao centro espírita e não parei. Só que eu tenho, ainda, na minha cabeça, todas as músicas de igreja, essas coisas que ficam muito, né? Mas eu frequento mais o centro espírita, hoje em dia.
Quando eu saí do Colégio Nossa Senhora do Calvário, eu fui fazer um cursinho COC, que é um cursinho que tem lá em Catanduva, e foi um período, assim, de incertezas. A gente não sabe muito o que vai ser da gente, o que a gente vai estudar. Aí minha tia falou: “Marina, vamos no centro espírita. Vai ser legal para você”. Aí eu comecei a ir e comecei a gostar muito da religião também.
Eu ainda gosto de missa, mas raramente eu vou. Hoje em dia, com essa vida corrida que a gente tem, não dá pra ir aos dois. Sinto falta, às vezes, de ir à missa, mas eu frequento mais o centro espírita. Eu lembro do meu primeiro dia no centro. Teve música antes de começar a palestra. Foi bem legal. Eu me senti bem. Eu lembro que ela e minha mãe foram juntas e foi bem bacana a experiência. Tanto que até hoje eu vou nele. Só que como ele é lá em Catanduva, eu frequento mais os daqui.
Desde pequena, desde pequenininha, eu falava que eu queria odontologia. Só que, ao mesmo tempo, eu entrava em todos os lugares e ficava observando muito o que podia fazer, o que podia tirar, o que podia pôr. Analisava o espaço em si. E aí eu vi que não era a minha área, odonto. Embora eu goste muito, até hoje pesquiso sobre, gosto muito. Só que aí, quando eu começo a ver, assusto um pouco e paro, porque é tudo muito exposto, não é muito minha área. Aí eu comecei a ver Arquitetura, fiz um teste vocacional e a moça viu que eu gostava muito de desenhar e pensar em ambientes e, nisso, saiu também Arquitetura como uma das possibilidades. Eu comecei a pesquisar, falei com arquitetos, pesquisei escolas e comecei a gostar muito. Então, eu comecei a prestar Arquitetura e, no cursinho, tem um professor, o Fernandinho, que é daqui de Ribeirão, e eu falei: “Que faculdade você me indica, que é muito boa?”. Aí ele falou do Moura Lacerda, aqui de Ribeirão, e foi aí que eu comecei a pesquisar sobre Ribeirão, sobre a faculdade, conversar com os alunos e então eu decidi vir pra cá.
Na época, usei o Orkut para conversar com alunos, procurei na rede, e eles começaram a me falar como era a faculdade, como funcionava e eu me interessei. Isso, estando em Catanduva e fazendo cursinho.
A minha mãe, a primeira vez que ela me trouxe aqui em Ribeirão, ela me levou no campus e viu que o campus era longe, e falou: “Marina, faz mais um ano de cursinho ou vai estudar com a sua irmã lá em Araraquara”. Eu falei: “Não, mãe, aqui que eu quero ficar e eu não vou fazer mais um ano de cursinho”. Aí deu tudo certo, eu comecei a morar aqui no ano seguinte, iniciei Arquitetura e acabei ficando até hoje.
Morava eu e mais duas meninas, depois fui morar com mais uma moça e depois, hoje em dia, eu moro sozinha. O dia que eu vim pra cá, eu chorei. Porque eu falei: “Mãe, um monte de coisa nova. Eu, lá, como vai ser?”. A gente fica muito apreensiva. Depois passou, meus pais foram embora, passou, no outro dia já teve o trote na faculdade, um pessoal bacana, acolhedor. A gente se divertiu, e aí já começou a sair, e a faculdade também era muito interessante. E as coisas foram andando, caminhando.
Ao longo da universidade, eu fiz alguns estágios. Teve uma época que eu vendia cupcake também. Fazia e vendia. E, na faculdade, eu estagiei. E em alguns períodos de férias, que eu fui pra Catanduva, eu fiz estágio lá também, com uma arquiteta de lá, a Ariana Basto, que foi muito bom pra mim também. Em épocas de férias, ficava lá o dia inteiro com ela, aprendia muito, visitava obra e aqui também fiz alguns estágios.
Eu acompanhei bastante uma obra nesses períodos de férias. Uma obra bem grande da Ariana, que foi bem bacana. Era uma residência. E é muito bonita. Eu a acompanhei, assim, o andamento dela, depois os móveis planejados, tudo. Foi bem bacana. E foi quando eu também comecei a trabalhar com interiores, legal também. Também fiz estágio em Ribeirão com mais duas arquitetas, a Letícia Mattaraia e a Simone Pedreschi, que eu fiquei um tempo lá. E foi bem bacana para minha formação.
Eu fazia planta de prefeitura, eu fazia 3D de fachada, 3D de interiores. A gente acabava atendendo algum cliente também, acabava participando dos trâmites, do que acontecia, realmente, no escritório. Foi bem bacana.
Hoje em dia, eu trabalho muito com interiores. O arquiteto de interiores faz o quê? A gente mexe dentro do ambiente, com tudo. Desde o ambiente pequeno, médio, grande, com tudo que o morador ou o comerciante vai precisar ali. Hoje em dia, tem muito apartamento pequeno, então, tudo tem que ser muito funcional. Eu desenho os móveis, eu acompanho o cliente desde o início, às vezes, da compra do imóvel, e eu desenho tudo para ele ficar bem ali, tudo que vai acomodá-lo ali. Faço os móveis planejados, tudo desenhado para ele, as cores que vão... Você vê a personalidade do cliente, vê a cor, tudo que vai mexer com a sensação dele ali no ambiente e tudo que vai ser funcional no dia a dia. Eu já peguei pra fazer aqui em Ribeirão reforma comercial, reforma residencial, fachadas, interiores de lojas, interiores de casas. É um trabalho bem completo, e que, no final, o cliente não consegue enxergar isso, como ele faria e depois que você faz ele fala: “Nossa, é o meu lugar! Era o que eu estava pensando e não sabia falar para você”. Então, é bem legal. Eu acompanho também em lojas. É um serviço bem completo. Escolha de revestimentos, tudo faz 3D para se visualizar antes de tudo pronto, é bem bacana.
Hoje eu faço tudo, da conversa com o cliente até a implementação de todo o projeto. Vou direcionando em lojas. Porque, como no mercado, a gente vai tendo toda essa visão, a gente consegue direcionar o cliente ao projeto, do custo que ele pode ter, que ele vai ter, o que cabe no bolso dele. Então, é bem bacana. A gente consegue fazer esse trabalho como um todo e gerar uma satisfação para o cliente, do ambiente dele.
Atualmente, eu trabalho sozinha, como autônoma. Eu comecei a trabalhar em loja de móveis e a gente fazia o projeto em 3D, pra mostrar como iam ficar os móveis na casa do cliente. A gente fazia ambientações, fazia uma seleção de móveis do que ficaria bom na casa do cliente, ia antes, levava um caminhão com todas as coisas: sofá, cadeira, mesa, tapete, adorno e descia na casa do cliente, fazia uma ambientação. Isso tudo tendo um estudo prévio, de local. E eu vivenciei essa parte, também nessa mesma loja, eu fiz desenhos de armários e, a partir daí, fiquei quase um ano e meio lá, a partir daí eu decidi tocar sozinha. Com tudo isso que eu tinha aprendido, com a parte da arquitetura da construção, desde construção, reforma e a parte de interiores, que é muito bacana. Então, fui desenvolvendo assim e hoje em dia eu estou sozinha.
Eu trabalho home office e tenho a equipe da construção pra ajudar em tudo, nos afazeres da obra, e eu faço o cronograma da obra, atendo cliente, vou na obra e, nisso, eu vou contatando a minha equipe: pintor, eletricista, pedreiro... eu já formei esse pessoal comigo. Hoje eu tenho uma equipe de confiança. E eu consigo trabalhar aqui em Ribeirão e em Catanduva. Porque lá também eu tenho meus contatos, e já fiz algumas obras também. Fiz um restaurante, reformei, um que era um Habib’s e eu o reformei inteirinho para virar um restaurante japonês. Já fiz lojas também, interior de residência. Bem bacana.
Nesse trabalho, o cálculo estrutural é do engenheiro, né? Às vezes, a gente também pode tocar a obra, assim como pode ser o engenheiro e a gente assina o projeto arquitetônico. Aí a gente baixa a nossa responsabilidade, pode baixar a responsabilidade como projeto e como execução da obra, só que entra também o engenheiro com cálculo estrutural, com várias outras coisas que também assinam.
Às vezes, a gente tem uns probleminhas nas obras, eles, por você ser mulher, acham que podem ter um poder maiorzinho que o seu ali. Só que aí, tudo com muita conversa, depende do jeito de falar e abordar, a gente consegue tomar jeito na obra, fazer dar tudo certo. Só que eu já tive que me impor várias vezes. Por exemplo, ele estava demorando para fazer o serviço e eu precisava pular para outra etapa. E aí ele meio que quis impor o dele. Só que eu não acredito... é meio por ser mulher, é meio pelo perfil da outra pessoa também, ele queria impor que não, que ele estava correto, só que ele já tinha saído dois dias mais cedo da obra. Então, era inadmissível a pessoa me entregar a obra depois porque ele já tinha saído mais cedo, não tinha o porquê disso. Aí eu fiquei brava. Conversei com ele, cheguei lá na obra, falei que eu precisava desse serviço, e aí ele colocou mais gente pra trabalhar, pra me entregar certinho. No fim, deu tudo certo. Mas sempre tem, né?
Todos os projetos são filhos nossos, é um filho nosso. A gente que gerou, a gente que criou, a gente que escolheu, a gente que deu as opções para o cliente, para chegar até o fim. Então, eu realmente falo que eu sou meio... A gente fica meio babando nos projetos. Todos eles têm o meu carinho. Na hora que eu termino, eu fico muito realizada. Tem um projeto em especial, um projeto que eu fiz, que eu transformei, que eu já comentei, que era um Habib’s e eu o transformei em restaurante japonês. Eu apaixonei nele também. Também têm vários outros, por exemplo, tem uma padaria que eu reformei, que é realmente atravessando a minha rua. Então, eu passo todo dia ali e falo: “Que padaria linda!” (risos) Porque tudo que está ali é um tanto do que eu escolhi, é o que eu quis que virasse. Então, a gente tem esse amor, querendo ou não, por todos os projetos que a gente faz.
O restaurante japonês, assim como todos os outros, foi um grande desafio. O ambiente era muito grande, e eu tinha que dar conta de entregar rápido, tinha que fazer um custo barato de tudo que fosse colocar ali. Não barato, tinha que ter um orçamento mais enxuto. Eu tinha que fazer muita coisa para transformar a cara de Habib’s para um restaurante japonês, e com pouco recurso e tempo. Então, eu o transformei. Foi também uma grande realização.
A gente tenta fazer o projeto com o gosto do cliente, com o perfil do cliente, só que com tudo que é harmônico, no todo. Então, nunca tive um cliente... a gente consegue balancear bem no todo e chegar em um resultado legal. Mas já tive uns pedidos exóticos, sim. Sempre tem, né? Eu vou falando com jeito, e assim eu consigo contornar a situação. Mas já tive de colocar uma porta de um jeito que não combinava em nada com o todo do projeto, e a gente estava em um ponto da obra que aquilo ali não faria sentido. Aí conseguimos contornar, deu tudo certo.
A obra, geralmente, eu acompanho também. Hoje, eu tenho um eletricista bom, que eu posso confiar, que é o senhor Toninho. Eu falo que tem vários nomes em obra. Eu falo que toda obra tem um Toninho, um Zé, um Pimenta (risos). Senhor Toninho, eletricista que eu confio muito. Valter, da parte de marcenaria. É um pessoal bem bacana de se trabalhar e tem outros também.
A gente vai conhecendo o pessoal por indicações e alguns vão dando certo. E eu também fico bastante ali no Instituto da Construção, já fiz bastante curso ali, onde dá pra conhecer, fazer bastante contato. Já fiz curso ali igual ao de mestre de obras, que é muita gente. Cada um de uma área da construção, então dá para fazer muito contato. Um pessoal bem bacana.
Eu pego construção, reforma e interiores. O mercado tem crescido bastante, apesar da crise. Ele está, assim, um pouco mais lento, mas está crescendo. E a parte de interiores as pessoas estão começando a valorizar mais porque querem o ambiente todo mais funcional para o dia a dia. E essa questão dos apartamentos, a moradia está cada vez mais compacta. Então, o pessoal tem valorizado mais o profissional.
Trabalhar em casa é muito bom, eu falo, porque quando a gente está na faculdade, a gente tem uma visão de escritório. Só que depois que a gente começa a trabalhar em casa, a gente vê que a facilidade é outra. Uma porque você não tem que manter o escritório e, hoje em dia, como profissional de Arquitetura, a gente consegue não ter o escritório. Porque a gente pode combinar em uma padaria, se for questão de ver algum projeto. E o primeiro encontro sempre é no local, porque a gente tem que ver, pra gerar orçamento. Então, trabalhar em casa é muito bom, porque você faz seus horários. Você acorda, toma seu café e não tem aquela preocupação de onde vou parar meu carro, né? Então, você já está ali, em casa e já embala e começa. Aí, às vezes, sai à tarde para visitar em loja, visitar obra, e estando em casa, está todo seu material ali, você consegue trabalhar à noite, pode fazer um horário mais flexível do que você estar no escritório, levar todo seu material para casa. Então, hoje em dia, eu gosto muito de trabalhar home office.
Eu não tenho, assim, um dia tão igualzinho ao outro... mas geralmente, minha rotina é assim, acorda, toma café, faz projetos, dá uma passada em obra, almoça e aí, à tarde, ou às vezes passa o dia projetando ou visita loja com cliente e à noite, se ainda tiver algum projeto, algo pra terminar, eu termino. Só que tem dias mais variáveis. Tem dia que você já fez aquela parte de loja com cliente, a obra já está terminando e já vai espaçando um pouco mais. Então, têm dias que dá para variar bem a rotina.
Eu gosto muito daqui de Ribeirão Preto. Eu até já pensei em ir para uma cidade maior, mas acabo ficando por aqui. Faz três anos que eu me formei e não tenho uma vontade real de sair. Não tenho.
Eu, na verdade, desde que me formei, eu pego projetos. Só que eu fiquei um ano e meio, quase, em uma loja. Mas desde que eu formei, eu pego projeto. Ora mais, ora menos. Logo quando forma, a gente tem um pouco menos, mas sempre fui fazendo meu nome em paralelo, também com a loja. Tinha, já, meu cartão, tinha minha página e foi muito bacana, também, trabalhar em loja porque você tem uma rotatividade maior de pessoas, de gostos, de jeitos. Então, para você trabalhar, é bem bacana também.
Eu costumo, para me atualizar, sempre visitar lojas. Internet. E também faço cursos, tento sempre fazer curso ali no Instituto da Construção ou no Senac, que são duas escolas muito boas, que têm cursos muito legais, que dá pra aprofundar na área. E hoje, a tendência é a otimização de espaços. Ter tudo, realmente, otimizado. Por exemplo, aqueles móveis híbridos, móvel que dá pra usar em mais de uma função ou móvel que vira cama e depois você fecha. Isso tem aparecido muito no mercado. Por causa da compactação dos espaços.
Eu adoro obra! Eu falo que eu gosto do cheiro da obra. Sujar o pé em obra. Eu gosto muito. De conversar com o pessoal, fazer todo um cronograma, ver a coisa se transformar, ver o ambiente se transformar. É muito gratificante. E ver que tudo está no lugar que, junto com o cliente, junto com a proposta que o cliente te passou, você conseguiu transformar. É muito gratificante.
No mais, eu costumo fazer pilates, gosto também de aproveitar bem a cidade, sair nos barzinhos daqui. Eu gosto muito. Fiz bastante amizade com o pessoal da Arquitetura, né? Minha mesa geralmente tem um monte de arquitetos, o pessoal da área ou o pessoal que fornece algo pra gente, vira um círculo de amigos. E eu moro na região central, e realmente a gente faz muitos amigos por lá porque é muito tempo ali. Então, a gente cria uma relação de conhecidos, de pessoas e é muito bacana esse acolhimento.
Foi rápido esse processo de acolhimento da cidade, porque desde o começo da faculdade, eu já comecei a fazer alguns cursos, algumas coisas e na faculdade, mesmo, a gente vai conhecendo bastante gente e então foi bem bacana.
O meu sonho maior, assim, é realmente continuar na minha profissão e poder fazer as pessoas felizes através disso, do meu trabalho. Que é o meu maior sonho. É onde eu me sinto realizada. Eu não imagino, assim, criando grandes nomes, ou grandes coisas, eu imagino eu deixando as pessoas realmente felizes com o meu trabalho. Que é o que eu mais penso. E me realizar profissionalmente nesse sentido, que é o que faz mover a gente.
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