Nasci no ano de 2000, na capital do estado Acre. Sou filha única do casamento dos meus pais, mas tenho três irmãos maternos (um menino e duas meninas) e quatro irmãos paternos (uma menina e três meninos), porém não fui criada com nenhum deles.
Os meus pais se mantiveram casados até os meus 7 anos, durante esse período eles trabalhavam em um estabelecimento próprio na antiga rodoviária da cidade. Quando os meus pais saiam para trabalhar minha mãe sempre me levava junto, isso fez com que a minha criação fosse ao redor de adultos... conforme o tempo foi passando, as pessoas que trabalhavam na rodoviária criaram um grande vínculo com o meus pais e comigo, assim, sempre tinha alguém que ficava de olho quando eu brincava ou ficava comigo quando os meus pais precisavam de ajuda, pois aquele ambiente da rodoviária era um ambiente perigoso devido ao grande fluxo de pessoas que passam por lá.
Mesmo depois da separação dos meus pais eles mantiveram um bom relacionamento para preservar a minha infância. Meus pais sempre foram os meus melhores, eles nunca me obrigaram a nada ou determinaram o que eu tinha que fazer, mas solicitavam compromisso e responsabilidades nas minhas atitudes. Foram eles os grandes incentivadores dos meus sonhos, sempre deram a certeza de que eu poderia fazer as minhas escolhas de maneira independente e contar com o conselho e apoio deles.
Contudo, ainda que o meus pais tenham me dado liberdade, eles sempre exigiram que eu tivesse empatia pelo próximo (eles foram o meu maior exemplo), me ensinaram o valor das relações e que cada pessoa tem uma realidade diferente, sendo o diálogo é necessário, eles me mostraram que a mudança começa nas pessoas e me encorajaram a ser o que eu quisesse, mas que eu respeitasse o outro... Então, durante a minha trajetória escolar eu não sabia a profissão que iria exercer, mas almejava fazer grandes contribuição na vida das pessoas.
No início do ensino médio comecei a...
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Nasci no ano de 2000, na capital do estado Acre. Sou filha única do casamento dos meus pais, mas tenho três irmãos maternos (um menino e duas meninas) e quatro irmãos paternos (uma menina e três meninos), porém não fui criada com nenhum deles.
Os meus pais se mantiveram casados até os meus 7 anos, durante esse período eles trabalhavam em um estabelecimento próprio na antiga rodoviária da cidade. Quando os meus pais saiam para trabalhar minha mãe sempre me levava junto, isso fez com que a minha criação fosse ao redor de adultos... conforme o tempo foi passando, as pessoas que trabalhavam na rodoviária criaram um grande vínculo com o meus pais e comigo, assim, sempre tinha alguém que ficava de olho quando eu brincava ou ficava comigo quando os meus pais precisavam de ajuda, pois aquele ambiente da rodoviária era um ambiente perigoso devido ao grande fluxo de pessoas que passam por lá.
Mesmo depois da separação dos meus pais eles mantiveram um bom relacionamento para preservar a minha infância. Meus pais sempre foram os meus melhores, eles nunca me obrigaram a nada ou determinaram o que eu tinha que fazer, mas solicitavam compromisso e responsabilidades nas minhas atitudes. Foram eles os grandes incentivadores dos meus sonhos, sempre deram a certeza de que eu poderia fazer as minhas escolhas de maneira independente e contar com o conselho e apoio deles.
Contudo, ainda que o meus pais tenham me dado liberdade, eles sempre exigiram que eu tivesse empatia pelo próximo (eles foram o meu maior exemplo), me ensinaram o valor das relações e que cada pessoa tem uma realidade diferente, sendo o diálogo é necessário, eles me mostraram que a mudança começa nas pessoas e me encorajaram a ser o que eu quisesse, mas que eu respeitasse o outro... Então, durante a minha trajetória escolar eu não sabia a profissão que iria exercer, mas almejava fazer grandes contribuição na vida das pessoas.
No início do ensino médio comecei a trabalhar, passei um tempo trabalhando como atendente, depois fui babá, trabalhei dando aula particular e até distribuindo panfleto na rua. Mas foi dando aula particular que decidi o curso que iria fazer, então já no ensino médio eu tinha ciência que gostaria de fazer pedagogia e ansiava seguir na carreira da docência. Por isso, no último ano do colégio parei de trabalhar e me dediquei aos estudos, passei para o pré-enem do curso de medicina na Universidade Federal do Acre (UFAC). Assim, eu estudava durante a manhã, chegava em casa depois da aula e a tarde ia para UFAC, chegando em casa por voltava da 23:00 horas. Apesar de estudar o ano inteiro para passar na federal, aconteceu um erro na minha inscrição, isso fez com que eu não conseguisse entrar para o ensino superior na universidade pública depois que terminei o ensino médio, o que foi motivo de grande sofrimento, passando 6 meses em casa.
Aos 18 anos, no segundo semestre iniciei no ensino superior em uma universidade particular, nessa universidade encontrei um repertorio de situações distintas, (pessoas mais velhas, com filhos, pessoas de outros estados) um universo totalmente diferente daquele que eu conhecia, apesar das diferentes realidades, o que se via com frequência nas pessoas era a vontade de melhorar de vida, e isso era possível por meio de um curso superior. Contudo, a minha intenção ao ter entrado no ensino superior nessa universidade foi a de transferir para a universidade federal, e assim eu fiz. Depois de um semestre na universidade particular, me inscrevi nas vagas residuais da federal.
Durante o primeiro período do curso de pedagogia não me dediquei somente a universidade, fiz vários cursos de capacitação voltados para a educação, como eu tinha escolhido à docência eu queria me preparar para o dia que eu fosse para a sala de aula, então, fiz vários cursos, como LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), sorobã, altas habilidades e superdotação, baixa visão e participei de palestras voltadas para a educação especial, procurei me capacitar para atuar na educação, pois pensava no futuro ao me deparar com as dificuldades e diferenças no processo de ensino e aprendizagem.
No segundo semestre de 2019 eu entrei para a UFAC e isso foi motivo de grande felicidade, lembro da alegria e dos meus pais e dos meus amigos quando eu entrei na Federal. Mas a entrada foi conturbada, quase não consegui efetuar a matrícula e depois que consegui entregar toda a documentação o processo de adaptação também foi sofrido, pois era um ambiente que eu não conhecia. Contudo, eu iniciei em uma turma especial, e apesar das dificuldades os professores dessa turma foram o meu maior exemplo na graduação, eles tratavam a turma com grande empatia e compreendiam com as dificuldades dos alunos, foram naqueles professores que eu me idealizava como profissional.
Quando o semestre acabou veio o período complementar e eu segui estudando (não tive férias). Porém, quando universidade retornou as atividades, devido a pandemia que iniciou no ano de 2020, a UFAC teve somente duas semanas de atividade naquele início de ano, retornando somente no final do ano com as suas atividades de modo remoto. Vale ressaltar que para acontecer o ensino remoto sem prejudicar os alunos a universidade ofereceu bolsas para aparelhos tecnológico e pacotes de internet, foi por causas das bolsas que comprei o meu primeiro notebook e conseguir seguir estudando.
No ano seguinte 2021 tive que voltar a trabalhar (trabalhava em uma sorveteria), sendo necessário leva o meu notebook para estudar e participava das aulas remotas no ambiente do trabalho. Naturalmente não conseguia participar de todas as aulas, mas fazia todas as atividades... era uma situação cansativa, mas necessária. Esse período foi o que eu mais sofri na universidade (chorava as vezes no trabalho com a falta de compreensão dos professores com a situação da pandemia e falta de conhecimento com a realidade dos alunos).
Alguns meses depois sai do trabalho, pois iniciei no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) como bolsista, mas estava aguardando ser chamada para começar a estagiar em uma das escolas de prestígio do estado. Quando comecei a estagiar sai do PIBID, e em uma conversar com um dos meus professores ele me ofereceu uma proposta de iniciação cientifica, foi um período de grandes conquistas e apesar de um grande cansaço devido a rotina era muito gratificante todas aquelas atividades.
O ensino remoto não era fácil, não tinha o mesmo rendimento, tinha pensado em desistir várias vezes, mas era necessário permanecer, eu trabalhava no período da manhã, estudava durante a tarde e me dedicava para as atividades e o projeto no período da noite, sendo uma situação super cansativa fisicamente e psicologicamente. Quando o semestre de 2020.1 acabou, a universidade teve um recesso de duas semanas e depois retornamos as atividades (sem muito descanso).
Apesar de todo cansaço acumulado, foram os alunos da escola que eu estagiava que me deram força para continuar lembro muitas vezes dormia no ônibus indo para o trabalho, mas quando chegava na escola os alunos me recebia com um BOM DIA, PROFESSORA! Aquele, bom dia, era a minha força para não desistir aprendi com os meus alunos o significado do que é ser professor... aprendi com eles que ser professor é está em constante aprendizado, é necessário empatia para entrar em uma sala de aula, a metodologia é diferente da teoria, cada criança é singular, foi na prática que pude comprovar o quanto difícil é ensinar, mas o quanto gratificante participar desse processo de formação... aprendi no olhar das crianças a importância do professor... foi na fala dos alunos e dos pais que fui capaz de vez a grandeza da minha futura profissão.
Mesmo com todas as dificuldades na formação, foi na prática que vi a importância e o significado do professor, sendo ele capaz de contribuir de maneira positiva ou negativa na formação das pessoas. Foram os meus pais, professores e acima de todos os meus alunos que me incentivaram a continuar na formação, eles me fizeram admirar e buscar à docência, formação esta que ainda estou no processo e sonho com ela.
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