Meu nome é Celma Pinto dos Santos Póvoa. Nasci em Ponte Alta de Bom Jesus, no Estado do Tocantins, no dia dezenove de junho de 1969.
Sou de uma família de oito irmãos - seis mulheres e dois homens. E muita união na família. Minha mãe é cearense, mas veio bem pequena para o Goiás. Meu pai tem origem baiana, é filho de Barreiras, aqui bem próximo. Eles se encontraram na cidade em que eu nasci. Meu pai foi trabalhar de carpinteiro, se mudou para lá e conheceu a minha mãe, costureira.
Foi o segundo casamento da minha mãe. Eles se encontraram em Ponte Alta, formaram a família e tiveram quatro filhos depois, além dos outros quatro, que a minha mãe já tinha trazido do Goiás.
A escola foi maravilhosa! Jogava queimada, aquelas bolas de quebrar o peito, e só queria mais! Eu tenho muita lembrança da escola, dos meus professores. Eu amo matemática, persigo um sonho de passar no mestrado, mas eu lembro dos meus professores de português.
A mudança de cidade foi bem interessante, porque quando eu vim para cá, eu tive que esperar uma lista para moradia. Luís Eduardo começou grande, foi rápido, mas os primeiros moradores tinham que aguardar uma quitinete. Meu esposo chegou e conversou com a dona da quitinete; ela disse: “Não tem vaga, não! Não sei nem quando vai ter, tem uma lista de espera.” Ele veio em 9 e eu só em 96, quando desocupou.
Quando cheguei, fui morar nessa quitinete. E seu Arnaldo, que era o patrão dele, deu um caminhão para buscar a nossa mudança. Vim com a minha irmã, chegamos no lugar para morar e aí falamos: “Onde nós vamos morar?” Nós entramos e olhamos para uma parede, era ali! Um único espaço, quatro paredes. Vim com dois filhos, cama, tudo que tem numa casa; não coube nada. Aí eu fiquei selecionando o que guardar, o que colocar debaixo daquele teto. Era um quarto somente, tinha que ser cozinha, quarto, sala e berço de criança. Foi uma disciplina administrativa para a gente poder dormir, fazer comida,...
Continuar leitura
Meu nome é Celma Pinto dos Santos Póvoa. Nasci em Ponte Alta de Bom Jesus, no Estado do Tocantins, no dia dezenove de junho de 1969.
Sou de uma família de oito irmãos - seis mulheres e dois homens. E muita união na família. Minha mãe é cearense, mas veio bem pequena para o Goiás. Meu pai tem origem baiana, é filho de Barreiras, aqui bem próximo. Eles se encontraram na cidade em que eu nasci. Meu pai foi trabalhar de carpinteiro, se mudou para lá e conheceu a minha mãe, costureira.
Foi o segundo casamento da minha mãe. Eles se encontraram em Ponte Alta, formaram a família e tiveram quatro filhos depois, além dos outros quatro, que a minha mãe já tinha trazido do Goiás.
A escola foi maravilhosa! Jogava queimada, aquelas bolas de quebrar o peito, e só queria mais! Eu tenho muita lembrança da escola, dos meus professores. Eu amo matemática, persigo um sonho de passar no mestrado, mas eu lembro dos meus professores de português.
A mudança de cidade foi bem interessante, porque quando eu vim para cá, eu tive que esperar uma lista para moradia. Luís Eduardo começou grande, foi rápido, mas os primeiros moradores tinham que aguardar uma quitinete. Meu esposo chegou e conversou com a dona da quitinete; ela disse: “Não tem vaga, não! Não sei nem quando vai ter, tem uma lista de espera.” Ele veio em 9 e eu só em 96, quando desocupou.
Quando cheguei, fui morar nessa quitinete. E seu Arnaldo, que era o patrão dele, deu um caminhão para buscar a nossa mudança. Vim com a minha irmã, chegamos no lugar para morar e aí falamos: “Onde nós vamos morar?” Nós entramos e olhamos para uma parede, era ali! Um único espaço, quatro paredes. Vim com dois filhos, cama, tudo que tem numa casa; não coube nada. Aí eu fiquei selecionando o que guardar, o que colocar debaixo daquele teto. Era um quarto somente, tinha que ser cozinha, quarto, sala e berço de criança. Foi uma disciplina administrativa para a gente poder dormir, fazer comida, e se divertir com os filhos naquele pequeno espaço.
Quando vim para Luis Eduardo eu tinha o magistério. Por ter o magistério, a Ana Amélia Cinira, no José Cardoso de Lima, disse, quando eu entreguei o currículo: “Não vá para outro lugar, porque nós estamos precisando de pessoas com magistério”. E eles me ligavam: “Celma, você já está trabalhando?” Eu dizia: “Não!” “Aguarda que a vaga é sua!”
Como tinha esse contrato ainda por Barreiras, e tinha um processo de período que eles contratavam, então eu aguardei o meio do ano para começar a trabalhar na Escola José Cardoso de Lima. Trabalhei lá por vinte anos. Logo depois eu trabalhei com um contrato de Barreiras, depois eu fiz o concurso - são 22 anos de concurso hoje.
Sou feliz demais por construir a minha casa que eu moro hoje. O espaço é muito grande, porque antes o seu Arnaldo vendia os loteamentos, eram de quadra. Quem comprou naquele tempo hoje está feliz da vida, com o progresso que teve. Então eu tive o privilégio de ter uma casa com espaço, que tem todo tipo de planta que você pensar; meus filhos cresceram correndo e brincando na própria moradia, não ficaram em apartamento fechado, não. Acho que isso é primordial para criação de filhos, ainda mais três filhos.
Aqui eu posso dizer que virei poetisa, porque eu sempre escrevia coisas aleatórias, então eu foquei no período de pandemia. Juntei o que eu gostava de fazer com o que proporciona prazer, e a cidade. Eu escrevo muito.
Quando eu cheguei aqui, eu vi uma cidade se transformando. Luís Eduardo é um celeiro de trabalho e diversidade; as famílias vieram de vários lugares do Brasil e trouxeram algo em comum entre elas: a saudade e a história da terra natal. Eu escrevo a minha cidade, com certeza. São lembranças felizes, lembrar da minha cidade, do meu berço.
Recolher