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História
Por: Museu da Pessoa, 16 de setembro de 2011

Pobre do Seu Mazhar

Esta história contém:

Pobre do Seu Mazhar

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“Quando morava no sítio, eu era um bicho do mato. Você não via ninguém, não conversava com pessoas diferentes. Então uma vez, quando eu tinha 11 anos, uma conhecida nossa falou que precisava de alguém para ficar brincando com a filhinha dela na cidade. Nessa altura, eu já estava querendo sair dali. E eu sou assim: quando eu quero uma coisa, eu fico insistindo, insistindo, insistindo... Eu fiquei atormentando minha família até eles me deixarem ir. Lá na cidade de Pedra foi que eu tive meu primeiro contato com o comércio e comecei a trabalhar numa loja. Aí, com o tempo, começou a formar a ideia de vir para São Paulo. Eu vim primeiro para Itaquaquecetuba e batalhei para conseguir emprego. O problema é que eu não tinha registro e ninguém queria me dar uma chance. Trabalhei um tempo em São Miguel e depois fui para a Penha. A Penha era o forte. Aí fui à loja do Senhor Mazhar Haddad, porque tinha lá uma plaquinha e estava precisando de vendedora. A Sueli, que trabalhava lá, gostou de mim, mas o Senhor Mazhar não. A Sueli estava falando comigo e ele falava por trás, fazia assim que não era para aceitar. Mas a Sueli teimou: ‘Eu gostei da moça.’ Tanto teimou que eu fui contratada e estou lá há mais de 20 anos. A Penha era forte, mas, depois que abriu o shopping, o movimento diminuiu. E aí você tem que se adaptar, porque comércio é assim: às vezes você tem uma mercadoria e a procura é outra. Aí um dia, conversando com meu patrão, eu falei:‘Senhor Mazhar,não pode continuar desse jeito.’ Ele sempre teve medo de mudanças; ele não queria sair daquele ramo, porque vinha da mãe, da avó. Mas eu fui falando, falando até que ele perguntou o que podia ser. Eu falei: ‘Vamos colocar enxoval de bebê.’ ‘Mas eu não quero sair do uniforme.’ ‘Continua com uniforme e enxoval de bebê. Tem que tiraré a moda adulto que não vende nada.’Depois de muito custo, ele aceitou, e nós...

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Dados de acervo

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P/1 – Senhora Nalva, primeiramente muito obrigado por participar do nosso projeto, a gente queria começar perguntando o seu nome, local e data de nascimento.

R – Meu nome é Lindinalva F. Vaz, nasci em Pedra, Pernambuco.

P/1 – E a data de nascimento?

R – Data do nascimento: 26 de junho de 1968.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – José Vaz de Noronha e da minha mãe Maria Felismina de Almeida.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Tenho.

P/1 – Quantos irmãos?

R – Eu tenho 13.

P/1 – Você é qual? Você está entre as filhas mais velhas ou mais novas?

R – Mais nova.

P/1 – Qual era a atividade dos seus pais?

R – Meu pai é agricultor, trabalhou na lavoura, foi muito difícil para ele, criar 13 filhos, muito difícil mesmo.

P/1 – E a sua mãe?

R – Minha mãe é de casa, dona de casa.

P/1 – Quando foi que a senhora chegou em São Paulo?

R – Eu cheguei em 90 e... Não lembro a data.

P/1 – Começo da década de 90?

R – Isso.

P/1 – Por que você saiu lá de Pedra?

R – Porque lá é uma cidade muito pequena, não tinha como arrumar emprego, então, eu vim tentar a vida aqui em São Paulo, igual ao que várias pessoas fazem.

P/1 – Antes de vir para São Paulo, a senhora chegou a morar em alguma outra cidade além de Pedra?

R – Não.

P/1 – E quando você chegou em São Paulo, qual foi a primeira impressão que você teve da cidade?

R – Nossa! Me senti perdida aqui em São Paulo, uma cidade muito grande e eu vim de uma cidade muito pequenininha, então, aqui era uma imensidão para mim, nossa! Me senti perdida, completamente.

P/1 – A senhora chegou sozinha?

R – Eu vim com a minha cunhada, ela foi fazer um passeio lá em Pedra e passou um tempo na minha casa e eu pedi para que ela me trouxesse para São Paulo que eu não conhecia. Ela era Testemunha de Jeová que foi fazer um trabalho religioso lá em Pedra e ela ficou seis meses e eu falei: “me leva com você”, e aí, ele me trouxe para a casa...

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