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História
Personagem: Heitor Manoel Pereira
Por: Museu da Pessoa, 11 de abril de 2003

Petróleo e política

Esta história contém:

Petróleo e política

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Frente a minhas preocupações – também não sei por que razão me levaram a ter essas preocupações – eu fiquei curioso em tomar conhecimento de alguns problemas. Às vezes são coisas que aparentemente são muito secundárias. Por exemplo: Monteiro Lobato ajudou muito a juventude a pensar no problema de petróleo. E eu li toda a literatura daquela época sobre petróleo. Aí veio a briga em duas teses no Brasil. Por quê? As grandes companhias de petróleo naquela época eram sete. Chamadas Sete Irmãs. Cuja coordenação era norte-americana. Era dos anglo-saxões. Eu costumo chamar anglo-saxões porque este é que é o inimigo da humanidade, se chama a elite anglo-saxã. Que é a elite norte-americana e a elite inglesa. Elite inglesa. A Inglaterra é uma Federação. Tem quatro nações a da Inglaterra, da Grã-Bretanha. A elite inglesa é que domina. A elite inglesa e a elite norte-americana. Norte-americana com a Esso. Que tem outros nomes: Mobil e tal. E a inglesa tinha uma companhia de petróleo fundada por um holandês chamada Deterlin. E o holandês disse: “Não, para eu avançar eu tenho que ter uma nação forte que me dê um apoio.” E essa nação forte naquela época era a Inglaterra. E a então Deterlin, que fez o tal Shell, se associou com o império britânico, com a Casa Real Inglesa, império britânico, e a Shell passou a ser anglo-holandesa. Mas quem manda são os anglo-saxões. E não interessava a essas companhias que se descobrisse mais petróleo no mundo. Porque o que ela tinha no momento controlando era suficiente. Então desenvolveram campanha intensa de que no Brasil não tinha petróleo. O Brasil não tinha petróleo. O Brasil não tinha petróleo. Não adianta procurar petróleo. Não tinha petróleo. E nós ficávamos, nós que éramos jovens naquela época, preocupados. Porque se na Argentina tinha petróleo, na Bolívia tinha petróleo, na Venezuela tinha petróleo,...

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Dados de acervo

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Meu nome é Heitor Manuel Pereira. Eu nasci no dia 19 de agosto de 1925. Na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco. Eu sou nordestino assumido.

PAIS

Meu pai tinha o nome de José Domingos Pereira, um cidadão da baixa classe média. Filho de português, que não conseguiu fazer o primário. Mas venceu na vida naquela época e terminou como despachante estadual, trabalhando em uma fábrica de tecido de propriedade do capitalista Batista da Silva. Hoje falecido, como todas as suas indústrias também faleceram. Minha mãe, Elisa de Barros Pereira - essa é a minha linha afro-índia. Porque o bisavô dela era africano e o outro era índio. E nasceu no interior de Pernambuco, na Zona da Mata. Quer dizer, hoje está muito perto de Recife, deve ser até no Grande Recife chamado Amaragi. No século 19. 1800 e pouco. E era costureira de profissão. Costurava em casa, as amigas dela, as madames da época. Não teve curso primário completo porque ela ficou órfã muito cedo e foi criada em uma instituição de freiras católicas.

Meu pai trabalhava no escritório lá junto dos dois donos da fábrica. E era um período que greve o cara ia para o xadrez e às vezes nem voltava, porque era o período do Estado Novo. Quando Getúlio Vargas decretou o Estado Novo, a 10 de novembro de 1937, eu estava na minha escola estudando o ginásio. E tomei conhecimento, mas eu não entendia nada. E os operários também - a fábrica de tecido era uma fábrica que montou, construiu uma vila para os operários ficarem junto da fábrica, não tinha meio de transporte. Então nessa vila em que moravam os operários meu pai também teve direito a uma casa, e nós moramos dentro dessa casa, dentro dessa vila. E a brincadeira era essa. São João, a fábrica mandava fazer um tablado lá, pagava uma orquestra. A gente sambava São João e São Pedro, todo mundo lá junto. Os operários e eu no meio. Porque eu me considerava igual a eles, como ainda hoje me considero.

AVÓS

Eu conheci minha avó...

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Título: Petróleo e política

Data: 11 de abril de 2003

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro

Personagem: Heitor Manoel Pereira
Autor: Museu da Pessoa

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