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História
Por: Museu da Pessoa, 20 de agosto de 2012

Onoderas

Esta história contém:

Onoderas

Vídeo

“No começo dos anos 80, eu e meu marido tínhamos uma academia de ginástica na Aclimação. Eu ficava na rua o dia todo panfletando, pendurando faixas e ainda tinha que cuidar das crianças, que na época eram pequenas. Como não podia pagar dois aluguéis, nós morávamos no porão da academia. Na verdade, eu dormia só quatro horas por noite. Terminava o horário da academia, tinha que fazer limpeza; aí no outro dia, de madrugada, aspirava a piscina e depois sentava na frente da casa para ser recepcionista. Foi complicado. Mas aos poucos nós formamos uma clientela e aí começou a acontecer uma coisa engraçada, porque a gente também oferecia serviços de estética e, de repente, eles começaram a ser mais procurados. Era tudo novo, a própria palavra estética não era usada no Brasil. Na época, quando perguntavam na escola para meus filhos o que a mãe fazia, eles diziam assim: ‘Ah, minha mãe tem um centro de estética.’ ‘O que é estética?’ Ninguém entendia o que era, e aí tinha que explicar: ‘É um ambiente onde você faz limpeza de pele, faz massagem, tratamento para celulite, para gordura localizada, flacidez.’ Aí é que as pessoas iam entendendo. As pessoas, mas não o meu marido. Ele não era muito a favor da estética. Ele achava assim: ‘Não, vai malhar que é melhor.’ Por mais que explicasse, por mais que, sabe, trouxesse a fisioterapeuta, e que mostrasse para ele que era bom, ele não conseguia entender. Mas eu insisti com a coisa e deu certo. Um pouco porque era o caminho a seguir e um pouco porque eu fui atirada também. Por exemplo, eu acabei de pagar um carro, mas eu ia numa feira e via um aparelho assim, revolucionário, aí eu falava: ‘Quero esse aparelho.’ Não chegou ainda no Brasil. Ele está na feira, entendeu? ‘Não, mas eu quero esse aparelho!’ Isso eu fiz muito. Às vezes vendia um carro para comprar um aparelho. Meu marido, quando ele...

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Dados de acervo

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P/1 – Primeiramente, muito obrigado por ter aceitado nosso convite. E pra começar eu gostaria que você dissesse pra gente o seu nome completo, local e a data do seu nascimento.

R – Primeiro, eu que agradeço. Meu nome é Edna Maria Zavarezzi Onodera. Nasci em Clementina, uma cidade do interior de São Paulo, em 14 de fevereiro de 1956.

P/1 – E qual é o nome dos seus pais?

R – Santos Zavarezzi e Terezinha Zavarezzi.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Tenho. Dez irmãos.

P/1 – E como é que é a Edna nessa escadinha?

R – A Edna é meio sanduíche, né? Meio do meio. Quarta de cima pra baixo.

P/1 – E você conheceu seus avós?

R – Conheci.

P/1 – Qual o nome deles?

R – Bressan… a gente sempre chama nonna, né? Então eu sempre falo assim: “Gente, eu sempre esqueço o nome da minha nonna”. A minha nonna e Sebastião, meu avô, isso do lado paterno. Mário, da materna e Elvira, da materna.

P/1 – E você sabe a origem da família?

R – A família do meu pai é italiana, e a família da minha mãe é brasileira mesmo, brasileira.

P/1 – E você sabe dessa parte italiana, quando eles vieram mais ou menos, por que vieram?

R – Na verdade, a minha avó veio pequena, e meu avô veio um pouquinho maior, vieram da Itália.

P/1 – E seus pais, qual era a atividade deles, o que eles faziam?

R – Meu pai era aquele que fazia de tudo. Foi alfaiate, foi músico, trabalhou em prefeitura. Ele foi eletricista, foi encanador, teve pequenos negócios próprios. E minha mãe, dona de casa.

P/1 – Conta pra gente como é que era essa casa da sua infância com tantas crianças, como é que era?

R – Na verdade, com toda essa gente, era uma vida assim muito simples, muito simples mesmo, pobre mesmo. Uma dificuldade, porque com dez filhos pra criar, era difícil pra todo mundo estudar, todo mundo ir pra escola, todo mundo se calçar, se vestir. Era difícil. Foi uma infância complicada, foi muito complicada, e uma infância assim, de...

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Título: Onoderas

Data: 20 de agosto de 2012

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Lucas Ferreira de Lara
Autor: Museu da Pessoa

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