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História
Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 4 de abril de 2019

Ocupem Estelita

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Ocupem Estelita

Ocupem Estelita

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Abaixei o vidro da janela do carro, para observar melhor a movimentação Ocupe Estelita. Guiava lentamente. Era noite do dia 26 de março, data em que a demolição das edificações públicas do Cais José Estelita, de importância histórica e cultural na cidade do Recife, foi novamente suspensa, por decisão liminar. Estelita resiste. Mas ontem, a destruição foi retomada pelo conjunto das empresas privadas que formam o Consórcio Novo Recife. A autorização foi do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Ao lado dos antigos armazéns de açúcar, parcialmente derrubados, vi rostos muito jovens que se misturavam aos escombros históricos da cidade. Havia ali uma espécie de alegria cidadã circulante, facilmente perceptível, que reanimou a minha esperança, enxovalhada desde o golpe jurídico-político-midiático de 2016. Os pedaços que restam mal me sustentam em pé, para que eu possa desenvolver a atividade docente. Pois, sem esperança, a prática pedagógica é impossível.

A primeira vez que ouvi falar no Consórcio Novo Recife foi por meio de uma divulgação paga na TV, faz alguns anos. Quando vi e ouvi o respeitado professor, arquiteto e urbanista, José Luiz Mota Menezes, defender a “requalificação” kitsch (quero ser polido) daquele espaço público, à la Miami Beach, disse pra mim mesmo, como todo bom velhinho: este mundo está realmente perdido! Afundei na cadeira, de constrangimento.

Aquele apoio competente ao Consórcio Novo Recife era um prédio que ruía. Era o Palácio de Friburgo ao chão e todas as edificações holandesas do Recife, que não existem mais. Era a Igreja dos Martírios arrancada violentamente do mapa histórico da cidade, além dos 400 casarões do antigo Bairro de São José, dizimados para construir a grotesca Avenida Dantas Barreto, com o apoio de muitos arquitetos, claro, ligados ao então prefeito Augusto Lucena. Era Francisco Julião, ao lado dos usineiros,...

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Caís José Estelita - Recife

história: Ocupem Estelita
crédito: Angelo Brás Fernandes Callou
tipo: Ilustração

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