Daniel Carajelescov é advogado e procurador do Estado de São Paulo aposentado. Filho de romenos, nasceu na cidade de São Paulo em 1942. No vídeo, ele conta que seus pais vieram de navio, ainda muito pequenos, em uma viagem muito longa, de seu país natal, quando tinham por volta de 12 anos de idade. O primeiro trabalho que a parte de sua família que imigrou teve no Brasil foi em uma fazenda de café, no interior do Estado do Paraná, onde tinham más condições de trabalho, tendo em vista que o Brasil acabara de deixar de viver em uma lógica escravocrata, e os donos de fazendas estavam habituados a tratar os imigrantes da mesma maneira com que tratavam os escravizados. Como substitutos da força de trabalho escravo trazida de vários pontos do continente africano, onde, segundo o que diz o entrevistado, surgiu a ideia de racismo, já que os imigrantes brancos que ocupariam os postos de trabalhos antes ocupados por negros escravizados se insurgiam contra esse tratamento que tinham por parte dos donos de terras, defendendo que eles não deveriam ser tratados daquela maneira, da mesma forma que os negros escravizados eram tratados. Portanto, por não ser um local muito cômodo e agradável para se trabalhar, seu avô, junto com os filhos, deixou rapidamente o emprego.
Um pouco depois, vieram para São Paulo, quando o pai já havia se casado com a mãe, que também era romena e veio no mesmo navio que seu futuro marido, onde ele, que era um excelente mecânico e conhecedor de máquinas, montou uma indústria que fabricava tornos para vender para outras empresas. Posteriormente, após a revolução que ocorreu em São Paulo em 1932, com a queda do volume de produção após o período revolucionário, vendeu sua empresa.
Diz que tiveram uma experiência de vida como qualquer um; eram muito adaptáveis, tendo se sentido mais seguros e livres aqui, e sendo a maiores dificuldades, sem dúvida, a língua, a comunicação. Daniel completa, dizendo que não imagina...
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Daniel Carajelescov é advogado e procurador do Estado de São Paulo aposentado. Filho de romenos, nasceu na cidade de São Paulo em 1942. No vídeo, ele conta que seus pais vieram de navio, ainda muito pequenos, em uma viagem muito longa, de seu país natal, quando tinham por volta de 12 anos de idade. O primeiro trabalho que a parte de sua família que imigrou teve no Brasil foi em uma fazenda de café, no interior do Estado do Paraná, onde tinham más condições de trabalho, tendo em vista que o Brasil acabara de deixar de viver em uma lógica escravocrata, e os donos de fazendas estavam habituados a tratar os imigrantes da mesma maneira com que tratavam os escravizados. Como substitutos da força de trabalho escravo trazida de vários pontos do continente africano, onde, segundo o que diz o entrevistado, surgiu a ideia de racismo, já que os imigrantes brancos que ocupariam os postos de trabalhos antes ocupados por negros escravizados se insurgiam contra esse tratamento que tinham por parte dos donos de terras, defendendo que eles não deveriam ser tratados daquela maneira, da mesma forma que os negros escravizados eram tratados. Portanto, por não ser um local muito cômodo e agradável para se trabalhar, seu avô, junto com os filhos, deixou rapidamente o emprego.
Um pouco depois, vieram para São Paulo, quando o pai já havia se casado com a mãe, que também era romena e veio no mesmo navio que seu futuro marido, onde ele, que era um excelente mecânico e conhecedor de máquinas, montou uma indústria que fabricava tornos para vender para outras empresas. Posteriormente, após a revolução que ocorreu em São Paulo em 1932, com a queda do volume de produção após o período revolucionário, vendeu sua empresa.
Diz que tiveram uma experiência de vida como qualquer um; eram muito adaptáveis, tendo se sentido mais seguros e livres aqui, e sendo a maiores dificuldades, sem dúvida, a língua, a comunicação. Daniel completa, dizendo que não imagina que tiveram outras dificuldades relevantes e que hoje teriam mais dificuldades em conseguir emprego, já que a escravatura havia sido abolida há muito pouco tempo e, portanto, surgido uma grande necessidade de mão de obra. Também, antes, o país era mais rural, tendo 70% da sua população vivendo no campo e somente 30% vivendo nas cidades, em centros urbanos, o que fazia com que houvesse mais oportunidades de emprego, já que o campo dava conta de empregar tantas pessoas. Porém, hoje, se inverteu a quantidade de pessoas no campo e na cidade, nem o campo consegue gerar tantos empregos, por conta da mecanização, nem a cidade, que possui dificuldades de empregar tantas pessoas.
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