Mestres do Brasil: suas memórias, saberes e histórias
Entrevista de Marcia Maria Araújo de Almeida
Entrevistado por Winny Choe e Júlia Basso
Rio de Janeiro, 24/09/2008
Realização: Museu da Pessoa
Entrevista número: OFMB_HV022
Transcrito por Beatriz C. S. Rodrigues
Revisado por Luiza Gallo Favareto
P/1 – Marcia, pra gente começar, eu queria que você falasse seu nome completo, o nome da cidade e o local onde você nasceu.
R – Marcia Maria Araújo de Almeida e moro num bairro chamado Campo Grande, no Rio de Janeiro.
P/1 – Qual é o nome dos seus pais?
R – Mário Vila de Araújo e Eutália Ferreira de Araújo.
P/1 – Você tem irmãos?
R – Tenho.
P/1 – Quantos?
R – Tenho um irmão de sangue, um irmão biológico, e tive um irmão adotivo que faleceu aos 22 anos.
P/1 – E o que os seus pais faziam na época em que você era pequena?
R – O meu pai era motorista de táxi e a minha mãe costureira.
P/1 – E como era o bairro que você morava, que você nasceu?
R – Bom, eu nasci em Campo Grande e moro lá até hoje. Mas no decorrer da minha vida eu morei em diversos bairros, morei na Seropédica, morei em Vila Isabel, morei no Mendanha que é um sub-bairro de Campo Grande. Mas nasci no bairro em que eu moro hoje, embora eu tenha morado depois em diversos outros bairros, eu retornei ao local que eu nasci.
P/1 – E em qual desses bairros, que você lembra, você passou a infância, as brincadeiras, coisas de menina?
R – A maior parte da minha infância eu passei na Seropédica.
P/1 – E como era lá?
R – Muito bom. Era muita brincadeira na rua, muita brincadeira de pique, brincadeira de roda. Foi o lugar que marcou mais a minha infância.
P/1 – Você tinha muitos amigos lá?
R – Muitos, e tenho até hoje. Esses amigos continuam sendo meus amigos até hoje, de vez em quando eu volto lá e vou à casa de muita gente.
P/1 – E você lembra como era um dia do seu cotidiano quando você era pequena? Você acordava, seus...
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Entrevista de Marcia Maria Araújo de Almeida
Entrevistado por Winny Choe e Júlia Basso
Rio de Janeiro, 24/09/2008
Realização: Museu da Pessoa
Entrevista número: OFMB_HV022
Transcrito por Beatriz C. S. Rodrigues
Revisado por Luiza Gallo Favareto
P/1 – Marcia, pra gente começar, eu queria que você falasse seu nome completo, o nome da cidade e o local onde você nasceu.
R – Marcia Maria Araújo de Almeida e moro num bairro chamado Campo Grande, no Rio de Janeiro.
P/1 – Qual é o nome dos seus pais?
R – Mário Vila de Araújo e Eutália Ferreira de Araújo.
P/1 – Você tem irmãos?
R – Tenho.
P/1 – Quantos?
R – Tenho um irmão de sangue, um irmão biológico, e tive um irmão adotivo que faleceu aos 22 anos.
P/1 – E o que os seus pais faziam na época em que você era pequena?
R – O meu pai era motorista de táxi e a minha mãe costureira.
P/1 – E como era o bairro que você morava, que você nasceu?
R – Bom, eu nasci em Campo Grande e moro lá até hoje. Mas no decorrer da minha vida eu morei em diversos bairros, morei na Seropédica, morei em Vila Isabel, morei no Mendanha que é um sub-bairro de Campo Grande. Mas nasci no bairro em que eu moro hoje, embora eu tenha morado depois em diversos outros bairros, eu retornei ao local que eu nasci.
P/1 – E em qual desses bairros, que você lembra, você passou a infância, as brincadeiras, coisas de menina?
R – A maior parte da minha infância eu passei na Seropédica.
P/1 – E como era lá?
R – Muito bom. Era muita brincadeira na rua, muita brincadeira de pique, brincadeira de roda. Foi o lugar que marcou mais a minha infância.
P/1 – Você tinha muitos amigos lá?
R – Muitos, e tenho até hoje. Esses amigos continuam sendo meus amigos até hoje, de vez em quando eu volto lá e vou à casa de muita gente.
P/1 – E você lembra como era um dia do seu cotidiano quando você era pequena? Você acordava, seus pais iam trabalhar ou sua mãe ficava em casa? Como era? Descreva um dia pra gente.
R – Eu acordava de manhã, ia pra escola. A minha mãe trabalhava em casa, porque ela era costureira, costurava em casa mesmo, as pessoas iam em casa, ela tirava medida e tal. E eu sempre estudei na parte da manhã, retornava por volta de meio dia, uma hora mais ou menos, ajudava minha mãe nos serviços de casa. O meu pai chegava de manhã, quando o meu pai chegava, eu estava saindo pra ir pra escola, quando eu retornava, ele estava dormindo, daí um pouquinho ele acordava, por volta de umas duas horas e ia trabalhar, ele trabalhava à noite, ele sempre trabalhou à noite. E eu quando retornava da escola, ajudava minha mãe nas tarefas de casa, mas ainda sobrava sempre um tempo pra brincar na rua, pra fazer os deveres de casa, essas coisas.
P/1 – Brincar na rua era tranquilo?
R – Brincar na rua era tranquilo, tranquilo. Brincar de pique, andar de bicicleta, jogar bola, soltar pipa, jogar bola-de-gude que eu sempre gostei.
P/1 – Você gostava de jogar bola-de-gude?
R – Gostava e de soltar pipa também.
P/1 – E era a sua mãe que fazia comida em casa ou não?
R – Sempre, sempre. Fazia comida, até hoje eu brinco com a minha mãe, porque eu digo que eu não sei fazer comida porque ela nunca me ensinou, porque fazer comida ela nunca deixou. Ela deixava arrumar a casa, lavar roupa, cuidar desse meu irmão adotivo, mas fazer comida ela nunca deixou, sempre teve muito medo de fogão, de se queimar, então ela não deixava. E até hoje eu não sou muito chegada nesse negócio de fazer comida. Às vezes eu brinco e digo que a culpa é dela, porque foi ela que não me ensinou.
P/1 – E o que ela fazia de gostoso que você lembra quando você era pequena?
R – Eu gostava muito quando ela fazia carne assada com batata corada. E até hoje, quando ela faz, eu me acabo.
P/1 – Me conta uma coisa, você brincava com seus irmãos, você cuidava do seu irmão adotivo, como era? Conta um pouco da relação com seus irmãos.
R – Brincava muito com os meus irmãos, tenho um relacionamento muito bom com meu irmão até hoje. E esse meu irmão adotivo, que faleceu aos 22 anos, deixou uma saudade muito grande e o nosso relacionamento, tanto o meu quanto o dos meus pais com ele era muito forte, tanto que até hoje eu acho que meu pai sempre se deu melhor com meu irmão adotivo do que com o meu irmão biológico, de sangue e não sei, eu acho que por causa da história dele, a gente se apegou muito e quando ele faleceu foi um baque pra família inteira.
P/1 – E você se lembra da primeira escola que você foi estudar?
R – Lembro, foi na Escola Luis Edmundo, que fica num bairro chamado Vila Nova, um sub-bairro de Campo Grande.
P/1 – E você gostava? Como era a escola? Você gostava de ir pra escola ou não?
R – Gostava, eu sempre gostava muito de ir pra escola, às vezes nem tanto de estudar, mas de ir pra escola, como às vezes, até brinco com os meus alunos aqui, porque eu acho que eles gostam muito de vir pra escola por causa do movimento, por causa dos colegas e tudo, mas na hora de estudar mesmo. Eu comparo isso comigo, na época deles.
P/1 – Você não gostava tanto?
R – Não, gostava de estudar, mas eu gostava mais era de ir pra escola, daquele movimento ali de um monte de colegas, da professora. Lembro-me da minha primeira professora que foi Dona Maria do Carmo, às vezes, eu sinto o perfume dela até hoje, sabia que eu sinto? O nome dela era Dona Maria do Carmo, não sei se ela ainda é viva, mas me lembro muito bem da minha primeira professora.
P/1 – Ela foi professora de todas as disciplinas?
R – Era, porque era primeira série, naquela época nós íamos pra primeira série até sem alfabetizar e era uma professora só na primeira série.
P/1 – E como foi? Você foi crescendo... O que mais que você gostava? Da escola, do seu bairro?
R - É, como eu já te falei, eu morei em diversos lugares, então eu convivi, eu estudei em diversas escolas. Lembro-me de uma escola que me marcou muito, foi a Escola Woff Klabin, uma escola que fica no bairro do Mendanha, é um sub-bairro de Campo Grande também. Lembro-me da diretora lá, Dona Meire, cuidava muito bem da escola, era uma escola pequena e tinha um número bem reduzido de alunos, mas ela, duas vezes por semana mandava encerar a escola todinha com cera vermelha e os alunos quando chegavam tiravam os sapatos no pátio da escola, tirava o sapato, cada um tinha um chinelinho pra entrar na escola pra não sujar a escola. Lembro-me muito bem dessa escola, acho que até hoje existe essa escola.
P/1 – E você lembra alguma matéria que você gostava quando você estudava?
R – Língua Portuguesa, sempre gostei de Língua Portuguesa, inclusive quando eu fui fazer faculdade, eu até pensei em fazer Língua Portuguesa, depois resolvi fazer Pedagogia.
P/1 – E tinha uniforme na época na escola?
R – Sempre, em todas as escolas que eu estudei tinha uniforme e eu gostava do uniforme.
P/1 – Qual? Fala um que você gostava mais, como era o uniforme?
R – Saia plissadinha de prega, sapato preto, meia branca e blusa branca.
P/1 – Na escola, você gostava do intervalo, o que você mais gostava ou o que você não gostava?
R – Eu gostava da sala de leitura. Gostava de ir pra escola de leitura, ler histórias, sempre gostei muito da sala de leitura. Era a parte da escola que eu mais gostava.
P/1 – E o que você não gostava da escola?
R – O que eu não gostava? Quando eu chegava na escola de manhã cedo, pra chegar na escola, mas depois, eu sempre estudei de manhã. Eu pegava por volta de sete, sete e meia, eu chegava bem, bem sem estímulo, mas depois, com o decorrer das aulas, eu ia...
P/1 – Você gostava de praticar esportes?
R – Gostava muito de jogar bola, jogava handebol.
P/1 – Que legal. Já participou de algum campeonato, alguma coisa assim?
R – Não, não.
P/1 – Tem algumas lembranças desse período de primário, infantil? Alguma historinha? Alguma paquerinha de menina?
R – Não, paquerinha, não, porque eu só fui despertar pra isso com treze, quatorze anos. Não fui namoradeira, não. Não me lembro de nenhuma paquera, nada nesse período de infância, não.
P/1 – E com treze, quatorze anos, como foi?
R – Com treze, quatorze anos eu namorei muito (risos). Custei pra despertar e namorei bastante, me lembro do meu primeiro namorado, acho que era namorado de ir pro parque, de um botar música pro outro. O nome dele era Manoel, ele tinha quinze anos na época e eu tinha treze, eu já estava na quinta série, eu acho, ou sexta, não sei. E me lembro dele como primeiro namorado.
P/1 – Você lembra qual era a música que tocava?
R – Lembro (risos), você vai querer que eu fale a música? (risos) Era uma música do Roberto Carlos: “Eu te darei o céu, meu bem...” Não me lembro (risos), vocês conhecem? Era essa música. Todo final de semana a gente ia pro parque e ele botava essa música pra mim.
P/1 – Ele levava um radinho?
R – Não, tinha um, nos parques não tem aparelhagem de som aonde você vai e oferece música pra quem você quiser. Nos parques antigamente tinha, agora eu não sei, acho que não, mas antigamente tinha essa coisa. Você chegava, você pedia lá pra colocar uma música: “Ah, eu quero que você coloque essa música e que seja dedicada à Fulano de tal”. Você dá um nome e o cara fala lá e coloca a música, era assim que funcionava.
P/1 – O que mais você gostava de ouvir? Trocar música, filme, alguma coisa assim...
R – Na adolescência você fala?
P/1 – É.
R – Ah, eu gostava muito de música popular, Maria Bethânia, Gal Costa, Belchior, gostava dessas músicas. Saíamos muito, eu e meu irmão, porque meu pai só deixava sair se fossem os dois juntos. Ele gostava de música mais pra rock, músicas internacionais e eu gostava de MPB. Então nós saíamos de casa juntos, mas depois ele ia pra um clube e eu ia pro outro, porque eu era mais de música popular, depois a gente marcava um lugar pra gente se encontrar pra chegar em casa juntos também (risos).
P/1 – Como eram essas festas no clube que você ia?
R – Era baile comum, como é até hoje. Era assim: lá em Campo Grande tem dois clubes da época, era o Clube do Campo Grande e o Luso-brasileiro. Ele gostava mais do Luso e eu mais do Campo Grande, porque era MPB. Mas era como é hoje, só que não tinha problema de violência, de briga, essas coisas não tinha. A diferença eu acho que é nessa parte, mas o baile era como é hoje.
P/1 – E você gostava de dançar ou você ia lá encontrar os amigos, como era? O que você gostava do baile?
R – Gostava, gostava de dançar, gostava de dançar e gostava de encontrar os amigos, bater papo e tudo. Mas não tinha essa coisa de bebida, de droga, nada disso, o negócio era dançar mesmo e bater papo.
P/1 – E as roupas do seu período de adolescente, você se lembra de algum modelo, de alguma coisa que você gostava?
R – Eu gostava sempre de saia estilo cigana, gostava dessas calças que hoje as meninas usam, mas antigamente, na minha época, era chamada calça cocota. Ela era bem baixinha aqui, tinha a boca bem apertadinha. E não sei se vocês lembram, não devem lembrar, não, porque vocês são bem mais novas que eu, mas teve uma época que se usava muito chinelo Havaiana, você se arrumava toda, se produzia toda, mas não colocava sandália, era um chinelo Havaiana, só que era um chinelo virado, a sola dele, a gente comprava o chinelo normalzinho, depois você virava, a sola ficava pra cima e a parte de cima do chinelo ficava pra baixo, lembra disso? Vocês não lembram. Eu usava muito essas roupas, era vestidão ou calça cocota, com a boca bem apertadinha com esse chinelo ao contrário. Isso daí eu acho que vai dar uma história e tanto, porque eu acho que ninguém se lembra dessa época mais (risos).
P/1 – E a sua mãe costurava alguma coisa pra você, alguma coisa que você via?
R – Costurava. Ela costurava pra umas butiques lá da zona sul do Rio, então eu tirava o modelo das roupas que ela fazia e às vezes sobravam, porque as roupas vinham todas cortadas e às vezes sobravam na hora de contar, acho que na loja, eles deixavam passar alguma coisa e aquilo que sobrava não era devolvido pra loja, ela ficava com aquelas sobras. Em cima daquilo ali a gente inventava outros tipos de roupa, fazia bolsa de retalho, com pedacinhos de tecido que sobravam; a gente recortava e fazia bolsas e era assim. E independente disso, eu andava muito, ia a lojas, tirava uns modelos, copiava e ela fazia em casa, as minhas roupas.
P/1 – E o seu pai, ele deixava você sair pros bailes com as roupas, era tranquilo?
R – Deixava, deixava. E meu pai trabalhava à noite, às vezes ele nem queria deixar, mas quando ele saía a gente conversava com a minha mãe e ela acabava liberando.
P/1 – Como era a escola que você estudava quando era adolescente?
R – Foram também várias escolas. Mas eu me lembro de uma escola que fica na Seropédica que era uma escola pequena, uma escola particular. A escola, o regulamento era bem rigoroso, mas de vez em quando a gente fugia das aulas, na hora do recreio a gente dava umas fugidinhas, mas a minha mãe nunca foi chamada na escola por indisciplina, nem minha, nem dos meus irmãos. E me lembro bem dessa escola na adolescência, do funcionamento, era uma escola normal, mas que marcou bastante porque eu estudei um bom período da minha adolescência nessa escola, Escola José de Brito Gomes, fica no quilômetro quarenta da antiga Rio–São Paulo.
P/1 – E essas mudanças de escola eram porque vocês mudavam de bairro?
R – Porque nós mudávamos muito, é. Mas isso nunca me prejudicou em questão de aprendizagem, não, nunca repeti nenhuma série, isso nunca me atrapalhou, não.
P/1 – Você falou que despertou um pouco cedo o gosto pela leitura, você gostava de ficar em sala de leitura. Você lembra algum livro que te marcou quando você leu, que você gostou?
R – Acho que todo mundo lembra O Pequeno Príncipe (risos), todo mundo lembra.
P/1 – Do que você gostou do Pequeno Príncipe?
R – Eu gostei do livro todo.
R/1 – E quando você foi passando do colegial, do ginásio, na verdade entrando no colegial, você foi pra outra escola?
R – É, esse colégio que eu estou te falando, lá da Seropédica, no quilômetro quarenta, esse colégio eu fiz de quinta à oitava série nele, eu terminei o meu primeiro grau nesse colégio.
P/1 – E depois você mudou de escola ou não mudou?
R – Depois eu fui pra um curso de formação de professores, eu fiz na FEUC [Fundação Educacional Unificada Campograndense], em Campo Grande, que dentro da FEUC funciona um colégio chamado CAEL [Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis], a sigla e eu fiz o meu curso de formação nesse colégio.
P/1 – E era um sonho de criança ou não?
R – Ser professora, é.
P/1 – Você falava isso com seus pais?
R – É, na verdade dizem que quando eu nasci o meu pai falava pros amigos: ”Ah, você viu? Nasceu a minha professora, a minha professorinha já nasceu” e eu não sei se foi por conta disso, eu sempre gostei de dar aula. Eu me lembro que uma das brincadeiras, na época de infância, era assim: botava as bonequinhas todas sentadas e ia dar aula pras bonecas, a minha mãe conta isso até hoje, que de vez em quando ela botava aquele bando de bonecas e cada boneca tinha um nome. Então, quer dizer, eu sempre gostei de dar aula, não sei se por conta do que meu pai falava, não sei se tem alguma relação, não sei, mas sempre gostei e não sei fazer outra coisa, só sei dar aula e trabalhar em escola.
P/1 – Era seu apelido de menina?
R - De?
P/1 – De ser chamada de professorinha pelo seu pai?
R – Não, não chegou a ser o meu apelido, não. Ele que, quando eu nasci, falava que eu ia ser professora e tal. E eu também fui crescendo naquela coisa, não sei se foi influência dele, mas eu nunca pensei em ser outra coisa, eu sempre pensei em ser professora. Mas não chegou a ser meu apelido, não. Todo mundo me chamava pelo meu nome mesmo.
P/1 – Como foi pra entrar pra escola normal, você falou pros seus pais ou eles mesmos te incentivaram?
R – Não, quando eu terminei a oitava série eu já tinha aquilo na minha cabeça, que eu ia fazer, eu ia fazer formação de professores.
P/1 – E você gostou do curso? Como foi o curso de formação de professores?
R – Gostei, era o que eu queria fazer. Eu fiz na maior das boas vontades e muito dedicada, os meus trabalhos tinham que ser bem apresentados, eu tinha que fazer tudo bonito. Eu gostei, às vezes eu fico... A gente fica sabendo de alguém que: “Ah, eu fiz direito porque meu pai quis que eu fizesse, mas na verdade eu não exerço a profissão, eu sou outra coisa qualquer”, eu acho que deve ser uma experiência muito difícil, você estudar pra uma coisa que você não tem aquele dom. Eu nunca pensei em estudar pra outra coisa, nem nunca pensei em fazer outra coisa na vida.
P/1 – E depois que você foi passando o curso de formação, você foi fazer estágio onde? Porque tem que fazer um estágio como professora.
R – Nesse colégio que eu fiz o curso, eu também fazia estágio, porque eles atendiam também a parte de primeira à quarta série, o ensino fundamental. E eu estudava lá e fazia estágio lá mesmo. E trabalhei muito tempo em casa, dando aula de reforço, eu tinha a minha turminha em casa, porque na época do curso de formação de professores eu já trabalhava dando aula de reforço em casa. Eu fiz o curso de formação de professores e terminei num ano, no ano seguinte eu casei e não continuei trabalhando, dando aula de reforço, nada não. Fui fazer outras coisas completamente diferentes, fui telefonista; fui recepcionista de loja; trabalhei na Casa da Banha, no setor de comunicação social. Depois que eu terminei o curso de formação, que eu me casei, eu fiquei dez anos trabalhando fora da minha área, trabalhava em lojas, diversas coisas e só voltei a trabalhar na minha profissão depois de dez anos de formada. Aí sim que eu fiz concurso pra cá, pra prefeitura, passei no concurso e vim exercer a minha profissão e estou até hoje.
P/1 – Marcia, voltando um pouquinho, eu queria que você me contasse. A gente estava falando sobre quando você entrou pro curso de formação de professores, eu queria que você falasse, você estava comentando que você sempre quis ser professora e quando você entrou, depois de um tempo você chegou até aqui, na escola. Eu queria que você contasse de novo um pouquinho sobre isso.
R – De quando eu terminei o curso, quando entrei no curso de formação de professores? Ah, eu fiz o curso de formação de professores. No decorrer do curso eu já trabalhava dando aulas. É, já trabalhava em casa dando aulas de reforço, mas quando eu terminei o curso, eu terminei o curso num ano, no ano seguinte eu me casei, fiquei um ano sem exercer a minha profissão, fiquei um ano. Fiquei dez anos sem exercer a profissão. Nesse período eu trabalhei em diversos lugares, trabalhei como recepcionista; como telefonista; trabalhei na Casa da Banha, que foi um período, depois virou CB Desconto, depois foi Porcão, agora eu acho que é churrascaria, na época era supermercado, agora é churrascaria. Enfim, fiquei dez anos sem exercer a minha profissão, fiz o concurso aqui, pro município de Mangaratiba, pro magistério, passei nesse concurso, depois desse concurso que eu comecei a trabalhar, vim trabalhar aqui no município onde estou há, nesse ano fez vinte anos que eu trabalho, vim trabalhar como professora. É então que eu fui começar a exercer a profissão oficial de professora.
P/1 – E como foi entrar na sala de aula aqui?
R – Eu fui trabalhar numa escolinha bem pequena que fica acho que uns cem quilômetros daqui mais ou menos e não tive nenhuma dificuldade, era uma escola pequena, trabalhava com uma turma de terceira série, tinham cinco ou seis alunos na sala só. Trabalhava meio período e com todo o gás, com toda vontade, eu trabalhava naquela turma de cinco alunos, mas como se fosse uma turma de trinta, 35 alunos, eu me dedicava ao máximo aos alunos. Hoje eu tenho aqui na escola, eu tenho uma professora que eu dei aula pra essa professora nessa escolinha que eu trabalhei. Foi a minha primeira escola no município e foi uma experiência muito boa, uma escola que é bem retirada, fica na beira da Estrada da Rio–Santos, mas ela fica distante de tudo, uma comunidade bem carente e foi muito bom, uma experiência muito boa.
P/1 – E você já conhecia aqui, a região?
R – Já, eu já conhecia, porque a minha sogra, assim que eu casei, ela veio morar aqui. Então todo final de semana eu vinha, em época de férias eu vinha pra cá e tal. Eu já conhecia bem aqui a região.
P/1 – E como você chegou aqui na escola?
R – Nessa escola aqui? Essa escolinha que eu trabalhei, essa primeira escola era uma escola pequena, era uma escola nova e que estava inaugurando naquele ano, tanto que a escola fez vinte anos agora e é justamente o tempo que eu tenho de prefeitura. Eu trabalhei nessa escola durante três anos com a maior dificuldade em termos de recurso, porque não tinha luz na escola e eu fui trabalhar com uma equipe que estava entrando também junto comigo e uma equipe muito boa, muito dedicada, a gente conseguiu fazer diversos trabalhos de teatro com os alunos. Quando a gente montava alguma peça de teatro entrava todo mundo, os alunos eram poucos, então a gente precisava da parceria dos serventes, merendeiras, o pessoal da secretaria, todo mundo trabalhava junto fazendo teatro. A secretária de educação, na época, gostava muito do trabalho da gente nessa escola, nessa equipe, então como prêmio pra mim, porque ela sabia que eu morava em Campo Grande, era muito distante e tal, ela me transferiu pra uma escolinha daqui de Itacuruçá. Uma escolinha que fica do outro lado, quando você entra aqui em Itacuruçá, você virou pro lado direito, você vem pra essa escola aqui, a escola que eu fui transferida fica do lado esquerdo, trabalhei cinco anos nessa escola, nessa escolinha, nessa outra escola em Itacuruçá, depois de cinco anos é que eu vim pra essa escola. A minha transferência da primeira escola que eu trabalhei pra cá, pra Itacuruçá, foi como, eu acho que foi um prêmio pelo trabalho que eu desenvolvi nessa primeira escola que eu trabalhei, foi que eu vim parar aqui em Itacuruçá.
P/1 – E como foi quando você chegou aqui na escola? Qual a diferença, como estava?
R – A escola aqui é uma escola grande, considerada uma escola de grande porte e na minha primeira escola era uma escola pequena, nessa outra escola que eu vim pra cá também era uma escola pequena. Quando eu cheguei aqui, nessa escola aqui, no Caetano de Oliveira, foi uma diferença bem grande, uma escola grande, um número maior de alunos, mais funcionários. E eu vim trabalhar aqui na sala de leitura, quando eu cheguei aqui, a sala de leitura funcionava, funcionava não, os livros ficavam aqui onde é o laboratório, mas eram muitos livros, mas tudo desorganizado, a minha função quando eu vim pra cá foi organizar esses livros e fazer a sala de leitura. Eu até tentei dar uma organizada, mas ficou meio que, não dava muito pra arrumar, a diretora dessa escola aqui, na época, a Maria Damiana, ela foi e falou assim: “Não, vamos fazer o seguinte: Aqui realmente não dá pra funcionar a sala de leitura, não, vamos criar uma sala de leitura”. Ela tirou uma turma da sala, não me lembro bem da época, mas eu acho que ela dividiu essa turma que estava nessa sala, que hoje é a sala de leitura e nós pegamos os livros daqui todos e levamos pra essa sala e montamos lá a sala de leitura, que está até hoje como sala de leitura e eu fiquei o quê? Acho que uns dois a três anos trabalhando nessa sala de leitura. Depois eu fiz outro concurso, também aqui no município, passei, eu fiquei com uma turma de manhã, na quarta série e à tarde eu continuei na sala de leitura por mais acho que uns dois anos. Depois de dois anos eu passei pra coordenação de turno, eu trabalhava na coordenação de turno de manhã e numa quarta série à tarde, eu não me lembro bem, porque aqui nessa escola eu já fiz de tudo (risos), já passei por tudo, eu ainda não fiz merenda, como eu te falei, eu não sou muito chegada em fazer comida, mas já trabalhei em todos os setores. Foi mais ou menos isso, eu passei pra coordenação fiquei na coordenação de turno de manhã, quarta série à tarde, saí da sala de leitura. Depois eu fui convidada pra assumir a direção junto com a diretora, eu fiquei como diretora adjunta durante um período. Depois saí dessa direção aqui, voltei pra escola que eu trabalhei antes aqui, era uma escolinha de educação infantil, voltei pra lá, trabalhei durante um ano nessa escola. No ano seguinte eu retornei pra essa escola aqui como coordenadora pedagógica, trabalhei um período na coordenação pedagógica e depois fui convidada a assumir a direção novamente e foi isso.
P/1 – Você assumiu o posto de diretora, passou por várias partes da escola, quais que foram os desafios de entrar pra direção?
R – Olha, eu acho que os desafios são muitos, mas eu acho que por eu ter essa experiência de muito tempo no magistério é fácil pra eu superar esses desafios, sendo que cada dia eu acho que é uma coisa diferente, é um dia diferente. Os desafios são muitos, mas eu acho que quando você faz o que você gosta e se dedica a esse trabalho, acho que você supera sem grandes dificuldades e eu não tenho muitas dificuldades no trabalho de direção, não. Não tenho. Desafios a gente sempre tem, mas não são coisas marcantes, difíceis de superar, não. Eu acho que basta você gostar do que você faz, fazer com amor, se dedicar que tudo se resolve.
P/1 – E quais são as suas principais referências como diretora, educadora?
R – Referências em que sentido?
P/1 – Quando você pensa na gestão escolar que você leva, que as pessoas levam e tal. E os problemas; os desafios; as expectativas, o que você se norteia pra pensar a resolução desses problemas?
R – É, eu acho que, como eu te falei. Eu acho que a princípio você tem que pensar que você está trabalhando com uma intenção de ver o resultado desse trabalho não em curto prazo, mas em longo prazo. Você tem que pensar sempre daqui pra frente, no futuro, o que você está fazendo, porque você está fazendo, de que forma você pode melhorar a qualidade do ensino, a educação, pensando no futuro.
P/1 – E você conhece o programa “Tô no Mundo”?
R – Conheço.
P/1 – Você sabe como ele entrou aqui na escola?
R – É, como eu te falei. O laboratório de informática aqui foi uma parceria da prefeitura com a Telemar. Na época em que o laboratório veio aqui pra escola, eu trabalhava aqui, isso deve ter uns oito anos mais ou menos e eu já estava aqui bem antes disso. Foi assim: Chegaram os computadores, ficou um tempinho pra instalar e os alunos com uma ansiedade muito grande e a gente também, os professores, os funcionários: “Nossa, computador na escola!” não sei o quê. Assim que os computadores foram instalados, a gente precisava de um profissional no FML [Formadores Mediadores Locais], uma pessoa capacitada pra mexer no laboratório e nunca chegava, nunca chegava, de repente chegou esse profissional que foi a Gláucia, foi a primeira que veio pro laboratório. A expectativa era muito grande, a princípio era de capacitar os alunos e os professores e a partir daí foram surgindo os projetos, o interesse da comunidade, tanto que a gente trabalha com a comunidade até hoje. Tem a escola aberta que funciona aqui aos finais de semana, a gente trabalha com a comunidade e os professores começaram a se interessar também, fazer pesquisa, passar mais pesquisas pros alunos, fazer com que eles tivessem mais acesso ao laboratório de informática e os professores também começaram a trabalhar com aulas digitais. O laboratório aqui normalmente é sempre cheio, desde que começou o funcionamento do laboratório e conseqüentemente o projeto “Tô no Mundo”.
P/1 – E os professores tiveram formação? Alguns professores?
R – Alguns professores.
P/1 – E tirando os computadores, que eu já vi, o que vocês têm? Quais são os outros recursos que a escola tem pra dar suporte tanto à comunidade, aos alunos, como aos professores?
R – É, nós temos aqui os computadores; nós temos quadro digital; nós temos uma sala de vídeo, o que mais? Temos uma sala de leitura; uma biblioteca e nós atendemos também a comunidade na sala de leitura, na biblioteca...
P/1 – Marcia, pra você o que é de interessante que esses recursos estejam dentro da escola?
R – O que é de interessante?
P/1 – O que muda você ter...
R - É interessante porque facilita, facilita o nosso relacionamento com a comunidade, porque a comunidade tem sei lá, tem mais acesso aqui à escola. Facilita o trabalho do professor na questão de como recurso pra sala de aula. O trabalho dos alunos também, porque nós temos muitos alunos aqui, muitos professores, que não tem computador em casa, não tem acesso à internet. Então facilita bastante.
P/1 – Você comentou comigo quando a gente estava conversando um pouco, que achava que era interessante como eles melhoram a pesquisa, uma pesquisa pela internet. No começo vocês pensavam que o programa ia ser uma coisa, agora ele está afinando mais. Você não podia contar um pouquinho mais sobre essa perspectiva de quando começou a utilizar a informática dentro da escola pra um sentido e agora ela está se alterando, de certa forma aumentando?
R – É, é mais ou menos o que eu acabei de falar. A princípio era só capacitar os alunos pra mexer no computador, mas depois os professores foram se interessando, a comunidade também foi se interessando e a partir disso eu acho que não sei, qual foi mesmo a pergunta? Eu me perdi (risos).
P/1 – Não, é que você tinha falado um pouco que no começo era uma coisa mais pra informatizar as pessoas e hoje quando os professores, os FMLs, quando eles lidam com o computador e com o público, eles estão fazendo de outra forma, estão afinando pesquisas e tal. Eu queria que você contasse um pouco dessa perspectiva que você me falou lá fora, se você lembrar, porque se não a gente pode...
R – É, não. É assim: antes era só mesmo isso, capacitar e essa questão da pesquisa também que veio surgindo depois da capacitação, mas agora a gente vê mais interesse na questão de projetos, de saber o que está sendo... Agora a gente está tendo um projeto “Denatran”, que a Gláucia vai capacitar os professores e vai desenvolver esse projeto também do laboratório. Depois dessa capacitação, depois desse interesse pela pesquisa veio também afinando mais com essa questão de projeto, a gente vê aluno interessado nos projetos, eles ouvem falar de uma coisa lá fora, eles vem aqui na informática, querem pesquisar, querem saber mais sobre o projeto, sobre essas coisas, eles querem participar de todos os projetos, os professores também. A princípio era só uma capacitação, só o acesso ao computador, agora a gente sente que eles buscam mais o laboratório.
P/1 – Marcia, e esses projetos todos que a escola tem feito, o próprio “Tô no Mundo”, mobilizam a comunidade?
R – Sempre, até porque muita coisa a gente precisa mesmo de acessar recursos da comunidade. A gente precisa, a comunidade sempre foi muito importante aqui nessa escola, independente, agora nós temos a Escola Aberta, mas antes de funcionar esse projeto “Escola Aberta”, a gente já tinha um relacionamento bem efetivo com a comunidade. A comunidade aqui, eles participam de tudo, são as festas, inauguração da nossa biblioteca, quando foi feita a inauguração tivemos o acesso da comunidade. Essa parceria com a comunidade não é tão nova, vem de bastante tempo.
P/1 – Então, na Escola Caetano de Oliveira quais são as expectativas agora pra esses projetos, pra esse trabalho com informática?
R – Olha, a Gláucia tem em mente capacitar mais professores. Ela tem, agora a gente vai começar a fazer a inscrição nesse projeto do “Denatran”, que até por sinal ontem ela me deu, ela imprimiu alguma coisa e deu pra eu ler, mas eu não tive tempo de ler, mas a expectativa é grande. São três FMLs e ela está na função de sensibilizar as outras duas e a Thirley também, pra a gente dar início a esse projeto “Denatran”. E tem um projeto também do “Tô no Mundo”, que é saúde pró-ativa que está desenvolvendo o projeto “Rumo à Adolescência Saudável”. Já fizemos uma parte da sensibilização, porque passamos isso na reunião pedagógica e agora a Gláucia também vai dar continuidade a esse projeto, que vai ser pro ano que vem, setembro do ano que vem a gente vai ter que apresentar.
P/1 – E voltando um pouquinho pra Marcia fora da escola, você é casada?
R – Sou.
P/1 – Como você conheceu o seu marido?
R – Eu conheci na minha adolescência, com dezesseis anos, casei com dezenove.
P/1 – Vocês moravam próximos?
R – Próximos, próximos. Ele é de Campo Grande também, meu marido. Nascido e criado em Campo Grande.
P/1 – E o que ele acha da Marcia professora?
R – Ah, às vezes ele fica meio chateado, porque eu sou mais professora do que esposa (risos), então ele fica meio chateado. Mas nós fizemos, nós completamos no dia vinte de setembro, 29 anos de casados. Às vezes eu até brinco com ele: “Ah, se você aturou até agora, meu filho, tem que aturar o resto da vida”. Mas de vez em quando ele cobra sim, um pouquinho, porque eu sou muito dedicada à minha profissão e às vezes é uma cobrança sim, mas ele aceita.
P/1 – E você tem filhos, Marcia?
R – Tenho.
P/2 – Qual é a idade deles?
R – Tenho um com 28 anos que é fono e tenho um pequenininho, temporão com nove anos (risos).
P/1 – E eles moram lá no Rio?
R – Moram.
P/1 – E o que a Marcia fora da escola faz de outras atividades? Ainda está dançando? Gosta de sair?
R – Gosto. Gosto de dançar, gosto de sair a noite, gosto de tomar uma cervejinha...
P/1 – E quais são as suas expectativas daqui pra frente, você tem alguma coisa em mente? Está planejando alguma coisa?
R – Não, a minha expectativa de vida daqui pra frente é continuar assim, do jeito que eu sou, trabalhando, não penso em me aposentar. Continuar na escola com meu trabalho ou de direção ou de professor de sala de aula mesmo, continuar trabalhando na escola. Enfim, continuar a minha vida do jeito que é.
P/1 – Esse caminho de vir pra cá todos os dias, do Rio de Janeiro, não dá uma cansadinha? Como é? É tranquilo?
R – Não, eu acho que por conta de ser há bastante tempo esse caminho, eu não me canso, não. Às vezes eu me canso de ficar em casa, por exemplo, eu fico uma semana, duas em casa em período de férias, eu tenho que inventar alguma coisa, alguma viagem, algum lugar, porque se eu ficar em casa, eu sinto falta da escola. Eu só não sinto falta quando eu viajo, quando eu faço alguma coisa diferente, mas o meu cotidiano em casa muito tempo, eu sinto falta da escola, eu sinto falta dessa viagem, de estar saindo de Campo Grande e estar vindo pra cá, porque a viagem realmente não me cansa, não.
P/1 – Marcia, você tem algum outro lugar que você esteja pensando em viajar ou algum sonho que você ainda tem?
R – Eu tenho muita vontade de viajar pro Nordeste, eu fui nesse encontro “Tô no Mundo” lá em Natal, esse último agora eu fui, mas não tive tempo de passear, porque foi muito corrido o encontro, não tive tempo. Eu tenho vontade de conhecer o Nordeste.
P/1 – E você já conhecia o Museu da Pessoa?
R – Não, não. Não conheço.
P/1 – E o que você achou de estar dando essa entrevista pra gente, contar um pouco da sua história?
R – Eu achei muito bom, achei uma atividade diferente. Eu nunca tinha dado entrevista, então eu achei interessante.
P/1 – Tem alguma coisa que eu não tenha te perguntado que você queira nos contar, algum caso, alguma história, algum fato pra você marcante?
R – Não. Não tenho nada que venha em mente, de imediato, não.
P/1 – Então eu queria agradecer em nome do Museu da Pessoa e desejar uma boa caminhada pra escola e pra você.
R – Ah, obrigada, mas eu que agradeço vocês e peço desculpas por alguma falha, alguma coisa. E estamos às ordens.
P/1 – Obrigada, Marcia.
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