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História
Personagem: Inês Vieira Bogéa
Por: Museu da Pessoa, 5 de novembro de 2009

O sonho da sapatilha de ponta

Esta história contém:

O sonho da sapatilha de ponta

Vídeo

Eu gostava de fazer dever no chão: sentava com as pernas abertas fazendo um espacate para que nada saísse de perto, ali era a minha mesinha, o meu mundo. A minha mãe só deixava fazer o dever no chão se eu não sujasse nada do caderno! Tinha que ter um cuidado extremo de limpar primeiro pra depois sentar e fazer dali a minha mesa. O estudo sempre foi algo muito brincalhão porque os meus pais eram professores universitários.

Eu sempre gostei de biologia. Gostava de ficar perto dos peixes, porque todo dia no fim da tarde a gente ia pro mar com o meu pai. Ele voltava das aulas, e a gente nadava no entardecer. E tinham aquelas ondas enormes que sobem e descem e a gente gostava de fazer tatu bolinha rolando na areia! Essas coisas me levaram pra próximo desse universo marítimo, morar na beira da praia no Espírito Santo, ver as conchas. Veterinária não queria ser, tinha medo de sangue.

A gente morava em uma chácara próxima à praia, então tinha o barulho do vento, do mar. A gente aprendeu a subir no telhado e ficava vendo tudo de cima, dava pra ver o mar. Ficava contando histórias… Como o meu pai vem do Norte, em casa sempre tinha pessoas que vinham morar pra poder estudar. A gente ficava nas redes da varanda contando histórias. Às vezes chegava gente que gostava de ouvir histórias de assombração. Eu não tinha medo porque meu pai sempre foi ligado ao Espiritismo, então, pra gente era normal, morto e vivo tá tudo junto! Ele sempre dizia pra gente: “Eu tenho mais medo dos vivos que dos mortos. Os mortos não fazem nada, estão aí perto da gente”.

Eu ia no colégio de manhã e, quando voltava, todo mundo almoçava junto em casa. Somos em cinco irmãos! De tarde eu tinha muitas atividades, sempre ligada a movimento. Comecei a fazer ginástica olímpica de seis pra sete anos, da ginástica fui pra capoeira, da capoeira pro balé. Cada um de nós tinha uma atividade relativa ao corpo e uma atividade de língua estrangeira. Então, a gente...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, Inês, vou começar a nossa entrevista e vou pedir pra você falar o seu nome completo, o local e a data de nascimento

R – Inês Vieira Bogéa, eu nasci em 24 de julho de 1965 em Vitória do Espírito Santo.

P/1 – E o nome dos seus pais, Inês?

R – É Expedito Ramos Bogéa e Iracema Vieira Bogéa.

P/1 – E em que eles trabalhavam?

R – Os dois eram professores. A minha mãe era professora de Francês, Espanhol e Literatura, e o meu pai professor de Matemática, Micro e Macroeconomia.

P/1 – E o que você sabe sobre os seus avós? Nome deles...

R – Laura Bogéa, mãe do meu pai, Leocádio, pai da minha mãe, são os avós que eu tive contato, os outros dois eu não tenho muito contato.

P/1 – E Bogéa é de que origem?

R – Bogéa é holandês.

P/1 – Você sabe como eles vieram?

R – Eu sei que a família veio na época que os europeus vieram para o Brasil, na época da colonização, e se fixaram no norte do país. Bogéa é uma família única que a gente encontra em Belém, Maranhão, então às vezes a gente fica sabendo de primos. A minha irmã mais velha fez toda a árvore genealógica e tal (risos).

P/1 – Inês, você cresceu em Vitória, né? Fala mais como foi a sua infância na cidade.

R – Nós somos cinco irmãos, era uma família grande com muita brincadeira todo o tempo. Eu lembro dos meus pais lendo muito pra gente, a gente deitava na cama todas as noites pra ouvir histórias e era assim que a gente dormia. E quando eu tinha de uns cinco para seis anos a gente se mudou para uma casa a três quarteirões da praia, que é a casa que eu vivi todo tempo, é uma chácara e um areial. Era um grande areial que a gente foi plantando até que virou uma chácara que dava muitas frutas. E essa casa é onde eu tenho as maiores memórias porque a gente brincava muito nas árvores, ficava pendurado de cabeça pra baixo, ia nadar na praia, sobe e desce de onda. Nós já éramos em cinco, então, já é uma turma pra...

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Título: O sonho da sapatilha de ponta

Data: 5 de novembro de 2009

Local de produção: Brasil / São Paulo

Personagem: Inês Vieira Bogéa
Entrevistador: Sarah Martins Faleiros
Autor: Museu da Pessoa

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