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História
Personagem: Henio Ferreira Lousa
Por: Museu da Pessoa,

O som como segunda pele

Esta história contém:

O som como segunda pele

Vídeo

Meu nome é Henio Ferreira Lousa. Nasci no dia vinte de setembro de 1944. Sou daqui do Rio de Janeiro, assim como meu pais. Nasci no Grajaú. Meus avós são de Portugal. Meu pai era radialista, sonoplasta. Ele começou a trabalhar na Transmissora, que era antes da Rádio Globo. Em 1943, ele e minha mãe se casaram. Eu nasci em 44. Depois veio meu irmão em 47. Moramos no Grajaú Até 1958. Até ter 11 anos, a gente brincava de carniça, bola de gude. Brincadeiras que brincavam menino e menina.

Com 16 anos eu trabalhava com o meu pai, que saiu da Globo e foi para a Mayrink Veiga. Então, em 64 veio a “Revolução”, como era Brizola uma pessoa não bem vista pelos militares, ele foi exilado e a rádio foi tomada pelo ministério da educação e foi administrada por militares. Eu entrei como auxiliar do meu pai. Nós ficamos os dois desempregados em 1964, 65. Aí, foi o caos, porque o apartamento era alugado… aí ficamos até 58, quando nós mudamos para o Engenho Novo. Ficamos lá de 58 até eu casar. Minha mãe simples, dona de casa, a mulher não trabalhava e meu pai jamais admitiria que a minha mãe trabalhasse. Era o padrão de vida da época, era isso, a mulher foi feita para cuidar da roupa do homem, fazer comida, cuidar dos filhos, levar filhos na escola e o homem trabalhar, e quando chegava de noite, estava tudo prontinho, o jantar…

A gente entrava na escola com cinco anos, cinco para seis anos. Entramos na escola Neemia Soares, que era lá no Meier, aí depois, fomos para a escola República do Peru, que era no Meier, também, que era uma escola estadual. A minha primeira paixão foi a mulher com quem eu casei. É engraçado, eu comecei a namorar ela, eu tinha… é uma diferença de seis anos, eu tinha 20 e ela 14. Começamos a namorar mesmo, que a mãe autorizou o namoro, antigamente, a menina só podia namorar com 17, 18 anos, eu consegui que a mãe autorizasse a namorar com 14 anos. Aí, foi maravilhoso. Da...

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Retiro dos Artistas

Depoimento de Henio Ferreira Lousa

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 14/04/2016

Realização Museu da Pessoa

RDA_HV09_Henio Ferreira Lousa

Transcrito por Mariana Wolff

R – Henio Ferreira Lousa

P/1 – Qual que é a sua data de nascimento?

R – Vinte de setembro de 1944.

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Sou aqui do Rio de Janeiro. Nasci no Grajaú.

P/1 – E seu pai e sua mãe são da onde?

R – São do Rio de Janeiro também, todos os dois.

P/1 – E seus avós?

R – Portugal.

P/1 – Os maternos ou paternos?

R – Os maternos e paternos.

P/1 – Os dois avós dos dois lados são de Portugal?

R – São.

P/1 – Por quê que eles vieram, você sabe?

R – As dificuldades de vida em Portugal. Muitas dificuldades, no pós-guerra, muito difícil, aí eles tiveram que procurar caminhos novos, de vidas novas. Aí, vieram.

P/1 – E eles todos vieram para o Rio?

R – Vieram, exatamente, tanto ele como a família do meu pai e a família da minha mãe.

P/1 – E você sabe como seu pai e sua mãe se conheceram?

R – Como se conheceram? Sei, mas não com grande precisão, mas o meu pai era radialista, ele começou a trabalhar na Transmissora, que era antes da Rádio Globo, antes da Rádio Globo existir, era Rádio Transmissora, depois foi transformada na Rádio Globo. E ele entrou na Transmissora em 1932 para ser sonoplasta, sentar naquela mesa com aqueles dois pratos e discos, aquela cabine dos atores da Rádio Globo, os locutores, ele fazia então, a parte musical da programação e era tudo ao vivo, não tinha nada gravado, né? Tudo se saísse errado, saía. E ele, depois, em 36 conheceu minha mãe numa festa de aniversário, uma coisa assim, naquela época, toda festa de aniversário tinha dança com aquelas bebidas tradicionais da época, cuba libre, então, eles se conheceram, trocaram contatos, na época, não tinha telefone, era só endereço, ela deu o endereço, aí começaram a se relacionar,...

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Título: O som como segunda pele

Local de produção: Rio De Janeiro

Autor: Museu da Pessoa
Personagem: Henio Ferreira Lousa

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