Remo Alberto Fevorini tem 79 anos e mora na cidade de Casa Branca, interior de São Paulo. Seu avô paterno, também Remo, imigrou da Itália para o Brasil no fim do século XIX. Ele era órfão e veio de forma clandestina, de navio, para o Brasil; saiu de uma cidade chamada Bari e, ao chegar, desembarcou no Porto de Santos. De lá, pegou um trem e desembarcou no interior de São Paulo. A Itália vivia uma situação econômica muito ruim, que fez com que muitas pessoas migrassem sem destino específico, apenas com o objetivo de fugir da pobreza. Remo foi uma delas.
Mesmo criança, Remo começou a trabalhar assim que chegou na única atividade econômica do país, a agricultura. O trabalho era mal remunerado, e a rotina cansativa de muitas horas de trabalho debaixo do sol rendia o suficiente para sobreviver. Além do trabalho na roça, Remo tinha habilidades manuais e chegou a trabalhar fazendo pão e consertando equipamentos. A situação era muito difícil, mas a Itália estava tão ruim que, mesmo com tantas dificuldades e mudanças, tinha que se adaptar, e não foi fácil. No Brasil, era comum que os imigrantes se reunissem, formando associações, como a Associação Casabranquense Príncipe de Napoli, onde os italianos se encontravam.
Mesmo depois de velho, Remo carpia arroz para sobreviver. Teve três filhos e duas filhas, e todos tiveram uma vida muito pobre, exceto Hermenegildo, pai do entrevistado, que aprendeu a ser alfaiate e guarda-livros. Ainda assim, o salário era muito baixo, então a infância de seus filhos foi difícil, tinham o mínimo.
A avó de Remo também era italiana, mas não existem informações sobre sua vinda. Se casou com Remo (avô) em Vargem Grande no ano de 1900. Apesar do avô e da avó italianos, o entrevistado não recebeu nenhuma influência da cultura de lá e sim da brasileira, através das rádios. O vínculo com o país de origem da família nunca foi forte e, com o tempo, se perdeu completamente. Remo, nosso...
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Remo Alberto Fevorini tem 79 anos e mora na cidade de Casa Branca, interior de São Paulo. Seu avô paterno, também Remo, imigrou da Itália para o Brasil no fim do século XIX. Ele era órfão e veio de forma clandestina, de navio, para o Brasil; saiu de uma cidade chamada Bari e, ao chegar, desembarcou no Porto de Santos. De lá, pegou um trem e desembarcou no interior de São Paulo. A Itália vivia uma situação econômica muito ruim, que fez com que muitas pessoas migrassem sem destino específico, apenas com o objetivo de fugir da pobreza. Remo foi uma delas.
Mesmo criança, Remo começou a trabalhar assim que chegou na única atividade econômica do país, a agricultura. O trabalho era mal remunerado, e a rotina cansativa de muitas horas de trabalho debaixo do sol rendia o suficiente para sobreviver. Além do trabalho na roça, Remo tinha habilidades manuais e chegou a trabalhar fazendo pão e consertando equipamentos. A situação era muito difícil, mas a Itália estava tão ruim que, mesmo com tantas dificuldades e mudanças, tinha que se adaptar, e não foi fácil. No Brasil, era comum que os imigrantes se reunissem, formando associações, como a Associação Casabranquense Príncipe de Napoli, onde os italianos se encontravam.
Mesmo depois de velho, Remo carpia arroz para sobreviver. Teve três filhos e duas filhas, e todos tiveram uma vida muito pobre, exceto Hermenegildo, pai do entrevistado, que aprendeu a ser alfaiate e guarda-livros. Ainda assim, o salário era muito baixo, então a infância de seus filhos foi difícil, tinham o mínimo.
A avó de Remo também era italiana, mas não existem informações sobre sua vinda. Se casou com Remo (avô) em Vargem Grande no ano de 1900. Apesar do avô e da avó italianos, o entrevistado não recebeu nenhuma influência da cultura de lá e sim da brasileira, através das rádios. O vínculo com o país de origem da família nunca foi forte e, com o tempo, se perdeu completamente. Remo, nosso entrevistado, até chegou a ir para lá, mas apenas como turista e sem nenhum sentimento a mais por ser o país de onde seu avô veio.
Apesar de serem pobres, os pais de Remo sempre valorizaram a educação, de forma que ele não trabalhou até o fim do Ensino Médio. No início da infância, Remo mudou da fazenda onde morava, para a cidade de Casa Branca, para que seu irmão mais velho, Ribamar, estudasse. Na fazenda havia primeiro, segundo e terceiro anos, todos com uma professora só, e Ribamar faria o quarto; Remo ainda não tinha idade escolar.
Na escola, Remo era péssimo aluno, a família simples não tinha conhecimento para orientá-lo, e a escola, repressiva, também não. Quem o acolheu foram os alunos bagunceiros, que não faziam nada, porém quando as coisas apertavam, diferente dos amigos, remo estudava. Com isso conseguiu terminar a escola. Por sorte, na mesma época, um tio dele foi morar em São Paulo e ofereceu casa, comida e emprego; assim, Remo conseguiu pagar um cursinho e mais tarde passar na faculdade.
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