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História
Por: Museu da Pessoa,

O rei dos tropeiros

Esta história contém:

O rei dos tropeiros

Quando eu fiz dez anos, aí eu já fui mexer, fui trabalhar com a tropa. Tinha um homem até me esperando, um sujeito muito amigo de meu pai, que já estava me esperando para eu ir trabalhar com ele. Eu ia ser cozinheiro. Cozinheiro, que, na tropa, gastavam um cozinheiro, um tocador e um arrieiro. Quando tinha mais burro, gastavam dois tocadores, um cozinheiro e um arrieiro. Então, eu fiquei fazendo parte desse tempo como cozinheiro. Depois de cozinheiro, logo quando eu passei para catorze anos, eu comecei já trabalhando, pegando carga e tudo. Depois, passei para tomar conta da tropa. Com catorze anos, eu comecei a tomar conta de um lote de burro. Aqui, nessa fazenda, eu já fazia, carregava, saía daqui carregado, em Diamantina descarregava e carregava em Diamantina outra vez.

O que eu aprendi a cozinhar? De tudo eu sabia fazer, mas carne que eu mais sabia fazer. O que mais a gente usava: carne, feijão, arroz e farinha. É o que fazia. Dali, você fazia uma farofa, você fazia uma sopa. Com farinha, você fazia sopa. Às vezes, cozinhava carne de boi ou cozinhava osso de boi e fazia a sopa. Tudo era gosto, né? Você chegava de manhã cedo, você levantava cedo, você comia uma sopa boa com carne, uma delícia. Quando a gente chegava na rancharia, você pegava aquela comida que sobrava, você punha dentro do caldeirão, punha farinhazinha para poder não entornar na caixa de cozinha. Quando você chegava lá, você fritava seis barrilzinhos de toucinho, tirava o toucinho e fritava. Fritava o toucinho e passava. Aí, você fazia uma comidinha. Quando você refogava aquela comida de novo, nossa, o que cheirava, menina, fazia gosto! Com a carne frita, torresmo, carne frita.

Muitos produziam toucinhozinho aqui também. Mas produziam mais rapadura, feijão, farinha de mandioca, fubá. Isso se produzia demais, né? Que, domingo, você fazia o fubá e puxava o milho também. Era o que mais puxava por aqui era isso.

Primeiro, você tem que fazer os nós de...

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Dados de acervo

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Projeto Memória dos Brasileiros

Depoimento de José Marçal de Oliveira

Entrevistado por Antonia Domingues e Winnie Chow

São Gonçalo do Rio Preto, 02/08/2007

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista número MB_HV_033

Transcrito por Regina Paula de Souza

Revisado por Viviane Aguiar

Publicado em 07/05/2009

P1 – Gostaria que o senhor dissesse o seu nome, a data de nascimento.

R – Para eu falar meu nome e a data de nascimento? Meu nome é José Marçal de Oliveira. A data de nascimento é 22 de junho do ano de 22. Não. Dia 30 de junho de 92. 1992?

P1 – Quantos anos o senhor tem?

R – Eu tenho 85.

P1 – Então, está certo. E em que cidade o senhor nasceu?

R – Nasci aqui no Rio Peto, São Gonçalo do Rio Preto, né? Eu nasci no Rio Preto, depois mudaram para Felisberto Caldeira. E depois voltou para São Gonçalo de Rio Preto.

P1 – E qual era o nome dos seus pais?

R – Meu pai, Traudiano Ferreira de Oliveira, minha mãe, Maria Eloína dos Santos.

P1 – O que eles faziam?

R – Meu pai foi tropeiro, como falei para você, foi tropeiro e carreiro, e minha mãe doméstica. Mas minha mãe cuidava de casa, ela é a dona da casa, casada com ele, e que tratava dos moleques. É, era assim (risos).

P1 – E os seus avós?

R – Meus avós, engraçado é que não lembro bem. Meus avós... Minha avó chama, eles tratam ela de Aninha. E Antonio dos Santos, Antonico dos Santos.

P1 – O senhor tinha irmãos?

R – Irmão? Tinha. Tenho! Tenho uma irmã, Maria Ermínia de Oliveira, e tinha um irmão, Joaquim dos Santos de Oliveira. Morreu.

P1 – E como é que era a cidade de Rio Preto? Na infância do senhor, como é que era a cidade?

R – A cidade? A cidade aqui é de serviço. Não tinha nada do que tem hoje, não tinha, não. Mas, às vezes, é até melhor do que é hoje. Porque era um escuro, não tinha luz (risos). A cidade não tinha luz, não. A luz aqui, você sabe, quando tinha uma festa aqui era à base da fogueira e de canela. É o que...

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Título: O rei dos tropeiros

Local de produção: São Gonçalo Do Rio Preto (mg)

Autor: Museu da Pessoa

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