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História
Personagem: Josue Lemos
Por: Museu da Pessoa, 29 de agosto de 2011

O Médico de Máquinas

Esta história contém:

O Médico de Máquinas

Vídeo

“Quando chegamos aqui em São Paulo, chegamos com muitas malas e meu pai foi na rodoviária contratar um táxi. Conversando com o taxista, meu pai falou: ‘Nós estamos em tantas pessoas, vai precisar de dois táxis, mas tem as malas. Quanto vocês cobram?’ Nós tínhamos sido orientados: combina antes com o taxista, para não chegar lá depois e ele cobrar o que quiser. Meu pai perguntou: ‘Você vai cobrar quanto?’ Ele falou: ‘Tanto.’ ‘E das malas?’ O taxista respondeu: ‘Das malas, não vou cobrar nada.’ Meu pai então falou: ‘Você leva só as malas que nós vamos de ônibus.’ Coisinha assim que acontecia, por causa da ingenuidade da gente. Nós fomos morar na Penha, ali na Rua Amador Bueno da Veiga. Lá eu comecei a vida: fui engraxate e trabalhei na Editora Abril por oito anos. Nessa época, um tio meu tinha uma confecção grande e minhas irmãs trabalhavam com ele. De vez em quando, o mecânico ia lá consertar as máquinas e eu gostava de ver; achava interessante. Quando saí da gráfica, fui procurar emprego e nessa época a Singer precisava de pessoas para fazer treinamento. Eu fui lá e vi que a pessoa iria aprender a mecânica da máquina para poder dar assistência nas lojas. Fiz o estágio, aprendi e fiquei trabalhando uma temporada na Singer como mecânico. Depois que saí de lá, abri o meu comércio em São Miguel. A gente comprava máquinas usadas, revendia e consertava. Também as pessoas levavam as máquinas, você fazia orçamento e consertava as máquinas. Então meu comércio era de máquinas usadas. Hoje tem essas máquinas modernas, elas vêm quase todas da China. A China produz coisas realmente boas, fortes, resistentes; máquinas possantes pra indústria. Mas ela produz também muita coisa para vender baratinho, porque o objetivo é atingir todas as classes sociais. Então eles vendem máquinas frágeis, que a mulher começa a costurar e, de repente, já desregula...

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Dados de acervo

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P/1 – Seu Josue, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Primeiro, eu gostaria de agradecer ao senhor por ter aceitado o nosso convite e estar aqui no Museu pra conceder essa entrevista. E eu gostaria de pedir para o senhor falar pra gente o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – O meu nome completo é Josue Lemos. Eu nasci em 17 de junho de 1942, na cidade de Martinópolis, Estado de São Paulo.

P/1 – E qual é o nome dos seus pais?

R – Meus pais são falecidos, Faustino Lemos e Sérgia Lemos.

P/1 – E eles também são da região de Martinópolis?

R – Não, meus pais são da cidade de Rio de Janeiro.

P/1 – E vocês sabem como eles se conheceram?

R – Meio difícil, eu não lembro (risos), apesar deles fazerem algum comentário quando a gente era pequeno. Eu sei que era pessoal do interior trabalhava na roça, se conheceram em cidade do interior do Rio de Janeiro.

P/1 – E o senhor tem irmãos?

R – Tenho sim.

P/1 – Vocês são em quantos?

R – (risos) Naquela época, né, as famílias eram grandes... Nós somos em 12 irmãos.

P/1 – E o senhor está em que lugar nessa escadinha?

R – Nessa escadinha, são seis homens e eu sou o mais novo, o caçula (risos).

P/1 – E como é que era ser pequeno em Martinópolis, sendo o caçula dos meninos?

R – Eu não sei agora mas, no passado, o caçula tinha mordomias, viu? Os irmãos mais velhos tinham inveja do caçula, o caçula era (risos) tratado com mais mordomia, era muito bom.

P/1 – E que mordomias eram essas?

R – O mais velho não podia bater, eu podia dar uns cascudos no irmão mais velho e ele tinha que ficar quieto, mais ou menos assim (risos).

P/1 – E qual era a atividade dos seus pais?

R – Trabalhavam em lavoura de café na época. Naquela região, o café que predominava na época.

P/1 – E como era sua casa lá em Martinópolis? O que o senhor se lembra desse lugar?

R – Eu lembro que na fazenda que a gente morava, isso já com mais ou menos...

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