O causo que vou narrar aconteceu aqui no interior do Paraná, é da época em que carteiro não tirava uniforme nem para ir ao baile, era muito orgulho. Ocorre que esse danado, que atendia pelo nome de Chico Carteiro, gostava por demais de uma pescaria, e, num sábado desses chuvosos, após as entregas devidas, resolveram, ele e seu amigo de pesca como se diz aqui no interior, chegar até o sítio da família, por onde passa um pequeno riacho, muito bom para pescar uns bagres, e lá foi o Chico feliz para o seu lazer semanal.
O poço escolhido era na curva da estrada, em uma pequena lombada abaixo corria o riacho, encoberto pelas matas ciliares bem proporcionadas neste lugar. Barro e lama não faltavam neste dia.
- Tomara que peguemos uns bagrinhos.
Dizia, ficando por horas alimentando borrachudos que por aqui dá de montão.
A pequena cidade fica distante 20 km, não mais, e, em finais de semana todos os viventes tem seu programa de índio.
Têm os pescadores, boleiros, aqueles que gostam de montarias, etc., e tem também os coroas que em dias chuvosos, saem pelo mato com suas motocicletas envenenadas à procura de trilhas rurais, ficam limpos só os olhos, quando não se acidentam em atoleiros que só Deus para salvá-los. O barulho que fazem no mato esses motoqueiros malucos é infernal e a trilha passa ou passou a ser pelo sítio do Chico Carteiro.
- Que barulho desgraçado é esse que esta espantando meus peixinhos!
Disse o Chico, já levantando bravo e subindo o pequeno barranco, que dá acesso à estrada, verificar. Tinha ficado para traz um motoqueiro, lutando com a motocicleta afogada pela água e barro que adentrou a máquina. Qual não foi o seu espanto de ver ali no mato o carteiro uniformizado solicito a lhe ajudar.
- Uai só, carteiro aqui na roça e em pleno sábado?
- É um novo sedex 10 rural que estamos testando, sabia não?
Disse o Chico gozador e passou a empurrar a motocicleta, para se livrar daquele incomodo barulho...
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O causo que vou narrar aconteceu aqui no interior do Paraná, é da época em que carteiro não tirava uniforme nem para ir ao baile, era muito orgulho. Ocorre que esse danado, que atendia pelo nome de Chico Carteiro, gostava por demais de uma pescaria, e, num sábado desses chuvosos, após as entregas devidas, resolveram, ele e seu amigo de pesca como se diz aqui no interior, chegar até o sítio da família, por onde passa um pequeno riacho, muito bom para pescar uns bagres, e lá foi o Chico feliz para o seu lazer semanal.
O poço escolhido era na curva da estrada, em uma pequena lombada abaixo corria o riacho, encoberto pelas matas ciliares bem proporcionadas neste lugar. Barro e lama não faltavam neste dia.
- Tomara que peguemos uns bagrinhos.
Dizia, ficando por horas alimentando borrachudos que por aqui dá de montão.
A pequena cidade fica distante 20 km, não mais, e, em finais de semana todos os viventes tem seu programa de índio.
Têm os pescadores, boleiros, aqueles que gostam de montarias, etc., e tem também os coroas que em dias chuvosos, saem pelo mato com suas motocicletas envenenadas à procura de trilhas rurais, ficam limpos só os olhos, quando não se acidentam em atoleiros que só Deus para salvá-los. O barulho que fazem no mato esses motoqueiros malucos é infernal e a trilha passa ou passou a ser pelo sítio do Chico Carteiro.
- Que barulho desgraçado é esse que esta espantando meus peixinhos!
Disse o Chico, já levantando bravo e subindo o pequeno barranco, que dá acesso à estrada, verificar. Tinha ficado para traz um motoqueiro, lutando com a motocicleta afogada pela água e barro que adentrou a máquina. Qual não foi o seu espanto de ver ali no mato o carteiro uniformizado solicito a lhe ajudar.
- Uai só, carteiro aqui na roça e em pleno sábado?
- É um novo sedex 10 rural que estamos testando, sabia não?
Disse o Chico gozador e passou a empurrar a motocicleta, para se livrar daquele incomodo barulho que atrapalhava sua pescaria. Repentinamente a motocicleta funciona e Chico se retirou de vista sem despedir, voltando a sua pescaria arruinada temporariamente.
Como estava demorando, os companheiros voltaram a socorrer o companheiro, para irritação do Chico Carteiro que lá debaixo ouvia o diálogo.
- Poxa meu, o que houve?
E o motoqueiro passou a relatar em detalhes a historia do carteiro que lhe ajudou.
- Cadê o carteiro maluco? Aqui na roça?
Passaram a rir e a zombar do companheiro. Atônito o motoqueiro passou a procurar por todos os lados, olhou em todos os lugares ali perto e nada viu.
- Estava bem aqui, ainda agora!
E o Chico Carteiro, atento lá debaixo ouvindo tudo nada desmentiu.
- Você bateu a cabeça, ou voltou fumar à maldita, maluco!
Saltaram em suas motocicletas e partiram em disparada; o motoqueiro que havia sido socorrido pelo Chico Carteiro, seguia assustado, sem nada entender.
- Será que foi assombração do carteiro, credo em cruz!
E o Chico Carteiro e seu companheiro nas gargalhadas, continuaram com a pescaria do final de semana.
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