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História
Por: Museu da Pessoa, 1 de abril de 2010

O doutor da esperança

Esta história contém:

O doutor da esperança

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Meu nome é Antônio Sérgio Petrilli, nasci em São Paulo em 26 de dezembro de 1946. A gente morava na Alfonso Bovero, uma rua que sempre teve bastante trânsito, mas era uma rua de bairro, do meu colégio, o Liceu Tiradentes.

Meu pai se formou médico, mas, como teve seis filhos, precisava fazer outra atividade comercial para poder manter a família. Ele tinha uma firma de colocação de pedras ornamentais. Costumava dizer que era médico das pedras e das pernas, porque ele acabou fazendo vascular. Eu acho que muito cedo eu pensei em ser médico. Muito cedo, até por essa história que eu ouvia. E eu tinha no meu avô materno uma pessoa muito forte em termos de expectativa em cima de mim. Ele era um cara que não teve filhos – só teve minha mãe – e ele investiu muito em mim, tinha muita expectativa e queria saber das minhas notas, era companheiro.

Ele me ensinou a ser corintiano. Ele veio da Hungria, mas gostava de ver futebol e aprendeu a ser corintiano. Desde pequeno, ele alimentava isso e, para reforçar, às vezes a gente ia ao campo assistir jogo. Essa ligação com meu avô foi uma coisa bonita a vida toda. Uma vez, ele já estava com câncer de pâncreas, e a gente foi para o Pacaembu. Eu passei na casa dele, o levei para o jogo e, de repente, na hora do gol do Corinthians, eu pulando, viro para o lado e estava ele lá, abraçado em outro torcedor, pulando no estádio. Essa imagem também nunca mais desapareceu, a imagem do cara que me levava, que me fez ser corintiano. Eu me senti muito bem dentro da Medicina, achava que era aquilo mesmo que eu devia fazer. A Unicamp, quando eu entrei, era a terceira turma. Eu participei muito da vida universitária, foi muito legal. A parte política, a gente estava na época, 1964, da ditadura. A gente foi para a rua, enfrentava a polícia, quase foi mandado embora da faculdade, coisa de ser fichado naquela época pela polícia e pelo Exército. Colegas nossos presos, colegas nossos mortos. Eu fiz a residência de...

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Projeto Ponto de Cultura

Depoimento de Antonio Sérgio Petrilli

Entrevistado por Eduardo Barros e Leandro Cusin

São Paulo, 01/04/2010

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista PC_MA_HV_262

Transcrito por Rosângela Maria Nunes Henriques

Revisado por Viviane Aguiar

Publicado em 21/11/2013

P/1 – Bom, Sérgio, a gente começa as nossas entrevistas sempre com uma pergunta padrão, que é o nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Meu nome é Antônio Sérgio Petrilli, nasci em São Paulo em 26 de dezembro de 1946.

P/1 – Sérgio, e o nome dos seus pais?

R – Meu pai é Dagoberto Petrilli, e minha mãe é Eva Petrilli.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Tenho mais cinco irmãos. Nós somos seis.

P/1 – E qual é a sua posição?

R – Eu sou o mais velho. Depois, vêm o Dagoberto, o Paulo Roberto, o Luís Roberto, o João Carlos e a Helena Maria.

P/1 – Sérgio, você sabe a história dos seus pais? De onde eles vieram? Onde se conheceram?

R – Sei. A minha mãe veio da Hungria. Ela nasceu na Hungria e veio para cá bem pequenininha, com dois anos. Meus avós vieram para morar no Brasil, e a minha mãe cresceu no Rio de Janeiro e depois veio para São Paulo. Eles se conheceram estudando num cursinho para Medicina. Meu pai é brasileiro, nasceu em Ibaté, uma cidadezinha do interior de São Paulo, e meu avô veio da Itália e foi morar no interior. O sonho do meu pai era ser médico, desde a época no interior. Ele contava muito essa história para a gente. Desde pequeno, no grupo onde ele estudava, o único que pensava em um dia ser médico era ele, no meio da criançada em uma cidade do interior, naquela época de 1930. A gente cresceu ouvindo essa história. E eles se encontraram em São Paulo no cursinho e se casaram. Minha mãe estudou até o terceiro ano de Medicina e depois largou. Ela era filha única, e o meu pai tinha 14 irmãos, uma família bem grande. Então, eu fui criado sempre com uma família grande do lado do papai. Ia para o...

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Título: O doutor da esperança

Data: 1 de abril de 2010

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Eduardo Barros Pinto
Entrevistador: Leandro Cusin
Revisor: Viviane Aguiar
Autor: Museu da Pessoa

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