Carlos Cardozo, o Carlão da Rádio, foi criado em um sítio pelos avós maternos e teve uma infância feliz. Sempre curioso, tinha, com prazer a companhia de seus livros e com estes, era capaz de passar horas trancado em um quarto lendo ,também gostava de ficar na varanda de sua casa observando as nuvens que formavam desenhos no céu. Para ir à escola na cidade, seu avô contratou uma pessoa para levá-lo de charrete, e para se proteger do sol, sempre usava um chapéu de palha. Em uma ocasião, desceu tão apressado que acabou esquecendo-se de tirar o chapéu da cabeça. Ao fazer a fila para a entrada da escola, percebeu que os outros alunos olhavam para ele e riam. Só então notou que ainda estava com o chapéu . Sonhava em ser professor de Geografia ou História, mas foi na oratória que se realizou e atribui este dom às horas de leitura que tanto gostava. Certa vez, foi visitar sua família, que morava em Bariri, e curioso que era, resolveu entrar na rádio da cidade para conhecer como era. Na conversa com os radialistas, contou que estava de passagem para Ibitinga. Sabendo disso, pediram que ele levasse uma encomenda para a rádio de lá. Ao chegar no seu destino, foi surpreendido com uma transmissão ao vivo e foi convidado a falar com o público ali mesmo, no improviso. Como se saiu muito bem, logo foi contratado para trabalhar nessa mesma rádio. Mais tarde, já com experiência como radialista, teve muitas oportunidades de trabalhar fora da cidade de Iacanga, mas por ter imenso carinho por sua cidade e também querer ficar perto da família, decidiu ficar e conquistar uma rádio comunitária com o objetivo de servir a população iacanguense.

Caminhos da escola