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História
Por: Museu da Pessoa, 9 de agosto de 2021

O cuscuz é uma coisa sagrada

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O cuscuz é uma coisa sagrada

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Minha mãe sempre falava: vocês nasceram no Rio mas vocês são nordestinos. Então eu cresci muito entendendo essa questão, valorizando a cultura nordestina, até porque a Maré é muito grande e parte dela é povoada por nordestinos. A parte que eu morei da Maré e vivo até hoje, é uma parte com muitos nordestinos. Eu ando na rua e encontro vários parentes, a gente morou um tempo numa ocupação aqui na Maré, que foi a ocupação do Kinder Ovo, foi derrubado na época do Sérgio Cabral, depois ele prometeu umas casas onde hoje é chamada de Marrocos, ele fez algumas casas e minha mãe foi uma das ativistas que lutou pelo direito a casa, pois perderam a casa nesse vai e vem do Kinder Ovo, e essa galera era uma galera muito nordestina também, então virou uma família.

Eu tenho essa cuscuzeira, porque eu sempre quis fazer uma cuscuzeira, porque o cuscuz representa muitas questões do nordeste, principalmente as questões de alimento. A cuscuzeira representa um alimento barato, então com o cuscuz a gente tem várias possibilidades, com leite, com coco, com carne seca, com peixe, com frango, tem bolo de milho que faz com cuscuz, são várias possibilidades e na minha infância eu passei por algumas dificuldades de alimentação, onde a gente sempre tinha o cuscuz que era o mais barato de comprar. eu gosto muito dessas questões com o cuscuz. Minha mãe sempre fala: ah, você tomou mamadeira de cuscuz, então ela ficou muito feliz também, quando eu fiz a panelinha de cuscuz e eu falo isso pra todo mundo. O cuscuz é uma coisa sagrada, na minha casa.

A minha mãe já vem de um histórico de militância do nordeste, movimento estudantil de lá, então ela vem pra cá já com essa ideia de que ela tem direitos, e ela pode correr atrás desses direitos. Então quando acontece essa coisa de derrubada das casas, ela é uma dessas pessoas que puxa essa reinvindicação, por isso que a minha mãe é muito conhecida aqui na Maré do outro lado,...

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Dados de acervo

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Entrevista de Beatriz Virgínia Gomes Belmiro

Entrevistadoras Paula Ribeiro / Isabel Barbosa

09/08/2021

Realização: Museu da Pessoa

Projeto: Mulheres da Maré Dignidade Resiliência e Arte

Entrevista número MDRA_HV006

Transcrição Revisada

00:01:26

P/1 - Boa tarde Beatriz. Primeiramente, gostaria de agradecer a sua participação no nosso projeto, concedendo um depoimento sobre a sua história de vida, trajetória sua e da sua família. Obrigada equipe também pela parceria. Peço por favor, para que você informe seu nome completo e data de nascimento, por favor.

R - Beatriz Virginia Gomes Belmiro, minha data de nascimento é 10 de 01 de 1998, eu nasci na cidade do Rio de Janeiro, município de Belford Roxo.

00:03:50

P/1 - Você conheceu a história do seu nome?

R - Meu nome é o mesmo nome da minha bisavó, o mesmo nome completo dela, só muda um nome do dela, foi meu pai que escolheu, da minha bisavó por parte de pai. Mas eu não conhecia a minha bisavó e nem mesmo ele conhecia a avó dele, ele só falou que ele tinha que colocar, que ele sentiu um chamado e colocou.

00:24:21

P/1 - Sobre seus avós, você conheceu? Tanto avós paternos quanto maternos.Você poderia contar um pouco de suas memórias?

R - Eu tenho mais relação com meus avós maternos, meus avós maternos são de Natal, minha mãe é de Natal, minha mãe é Potiguar. Eu cheguei a viver um período da infância com eles, dos meus 6 aos 8 anos, com a minha mãe também lá, na cidade de Montanhas. Meu avô é pescador, caçador, minha avó trabalha na parte rural também, ela trabalhou muito tempo como merendeira na escola de lá, mas é totalmente voltada para a área rural, plantação, eles vivem disso. Então eu cresci comendo tatu, caças, pesca, meu avô coloca barraca na feira e é a forma que eles vivem, dessa maneira, é uma cidade bem pequena mesmo em Natal.

00:05:25

P/1 - O nome deles, por favor.

R - Então, a gente conhece o pessoal do interior pelo apelido, minha avó...

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Título: O cuscuz é uma coisa sagrada

Data: 9 de agosto de 2021

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Entrevistador: Paula Ribeiro
Transcritor: Lids Ramos
Autor: Museu da Pessoa

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