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História
Personagem: Antonio Favano Neto
Por: Museu da Pessoa, 28 de abril de 2016

O casamento entre o arroz e o feijão

Esta história contém:

O casamento entre o arroz e o feijão

Vídeo

Você imagina que do lado da Santa Rosa, onde hoje é a rua Américo Brasiliense, era o depósito de carvão coque da companhia inglesa, que descarregava o coque que vinha de Santos e do Largo do Pari até a Companhia de Gás na rua do Gasômetro, por isso que chama gasômetro, tinha um trenzinho que eram seis vagões, uma locomotiva pequenininha que saía carregada de carvão e vinha no gasômetro. Ele encostava. Então esse trenzinho tinha locomotiva, que era pequena, a locomotiva e seis vagões. Ele encostava no gasômetro, parava, tinha uns ganchos que pegavam ele aqui e naquela época virava os seis vagões de uma vez numa gremalheira pra produzir o gás de São Paulo. E por incrível que pareça, nas bocas de lobo em volta saía o gás, perigosíssimo, você passava na Santa Rosa, na rua do Gasômetro, na rua da Figueira, saía o gás da produção de gás. E você vai estranhar, as mulheres levavam as crianças pra respirarem esse gás que diziam que fazia bem pros pulmões. É um veneno e levava, era comum levar lá.

Essa era a companhia de gás e esse trenzinho da Santa Rosa ficou muitos anos transportando. Quando os caminhões começaram a aumentar de tamanho paravam nos armazéns da Santa Rosa e o trenzinho não podia passar. Aí os trenzinhos pararam e esse transporte começou a ser feito com caminhão, que foi aberta a rua Mendes Caldeira pra pegar por trás a Monsenhor Andrade pra descarregar no Gasômetro. Inclusive foi um problema pro bairro porque os trens dos ingleses sempre foram perfeitos, podem falar o que quiser, quando saíam do gasômetro os trens saíam cobertos e os caminhões não. Então se tornou um problema pro bairro inteiro que se transformou num pó tremendo aquele transporte dos caminhões com o carvão.

O motivo do arroz e o feijão ser a base da alimentação brasileira tem uma parte de sabedoria popular. O casamento do arroz e feijão, que o arroz é um cereal e o feijão não...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, primeiramente eu queria agradecer ao senhor, seu Antonio, pelo tempo, pela disposição e pela atenção.

R – Eu que agradeço pelo convite.

P/1 – Eu vou começar perguntando o seu nome, o local e a data do nascimento do senhor.

R – Meu nome é Antonio Favano Neto, nasci no dia 30 de julho de 1935 no Alto da Mooca. E aqui onde estou dando a entrevista eu vim morar nessa casa com oito anos de idade e hoje é meu escritório aqui.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – Meu pai é Vitorino Favano e minha mãe, Dolores Perez Favano.

P/1 – Eles são daqui do Brasil mesmo?

R – Meu pai era argentino e minha mãe espanhola, de Granada.

P/1 – E eles contam alguma história a respeito dessas origens, como que foi, eles vieram pro Brasil como?

R – O meu avô imigrou da Calábria pra cá e chegou aqui em 1912. Ele veio para o Brasil trazendo uma técnica que no Brasil naquela época existia um ditado que dizia: “Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. E ele veio com uma técnica da Itália pra matar saúva, matar formigas que tinha na Calábria. Ele viajava o interior de São Paulo fazendo essa técnica de matar formiga. E numa das viagens que ele fez na região de Mogi Mirim, Mogi Guaçu, ele conheceu a minha avó, casou com ela e depois de uns 15 anos matando formiga ele veio pra São Paulo morar na rua Valentim Magalhães, a terceira travessa aqui, isso em 1910. E, por conhecimento no interior ele começou a trazer cavalos de Minas Gerais e domava aqui no Alto da Mooca e vendia os cavalos para tração animal. E com esse conhecimento de Minas ele começou trabalhar com queijo. Então a minha família aqui na Mooca para os antigos ainda nós somos a família dos queijeiros. E por conhecimento de queijo em 1944 meu pai montou um armazém que chamava Altomare e Favano no Largo do Pari número dois, vendendo queijo. E de 44 pra cá nós vivemos na Santa Rosa até hoje.

P/1 – Você falou que sua mãe é de...

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Título: O casamento entre o arroz e o feijão

Data: 28 de abril de 2016

Local de produção: Brasil / São Paulo

Personagem: Antonio Favano Neto
Autor: Museu da Pessoa

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