Foi na igreja que eu comecei a trabalhar de marceneiro. Eu fiz essa laje que até hoje tem. Foi depois que eu entrei lá pra trabalhar de marceneiro na paróquia em que foi feito todo aquele mundo de torre. Tudo passou pela minha administração. Tinha quatro, cinco ajudantes, mas o responsável era...Continuar leitura
resumo
Parísio nos conta a história de sua família e de como ao longo do tempo o destino ceifou a vida de seus familiares, deixando-o sozinho no mundo. Daí então, vemos como Parísio cresceu na vida em meio a carpintaria e a constução naval. Parísio também nos conta sobre suas brincadeiras de infância, seu casamento, os costumes de Juruti - PA e o seu trabalho na igreja desde os anos 1950. O depoimento é finalizado com Parísio contando sobre seus sonhos pro futuro.
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P/1 – Parisio, queria que o senhor começasse falando o seu nome completo, onde nasceu e quando.
R – O meu nome completo é Parisio Silva, é só isso. Nasci em 14 de novembro de 1933, aqui em Juruti.
P/1 – Tá bom. Queria que falasse um pouco dos seus pais, qual o nome deles? O que eles faz...Continuar leitura
P/1 – Parisio, queria que o senhor começasse falando o seu nome completo, onde nasceu e quando.
R – O meu nome completo é Parisio Silva, é só isso. Nasci em 14 de novembro de 1933, aqui em Juruti.
P/1 – Tá bom. Queria que falasse um pouco dos seus pais, qual o nome deles? O que eles faziam?
R – Do meu pai, o nome dele era Parisio Batista, agora só puxei Silva por causa da minha mãe, que eles não eram casados no civil naquele tempo, né? Puxei só Silva do sobrenome dela, da minha mãe. A minha mãe, o nome dela era Cecília Pontes da Silva.
P/1 – O que eles faziam, Parisio?
R – Hum?
P/1 – Qual a atividade deles?
R – Do meu pai?
P/1 – Dos dois. Da sua mãe e do seu pai.
R – Da minha mãe eu não me lembro nada, nada, nada. Eu fiquei com nove meses quando ela morreu. Eu fiquei com onze meses, quer dizer, de vida. Eu não me lembro nem por retrato dela, não conheci. Agora o meu pai ele era carpinteiro.
P/1 – Tá. E os avós, o senhor conheceu?
R – Não, não conheci, eu... só por retrato, “malemá”, assim, mas não conheci avô nenhum.
P/1 – Queria que você contasse um pouco quando o senhor era pequeno, o senhor morava em que parte de Juruti?
R – Quando eu me entendi, porque a gente só se entende “malemais” de dois anos pra diante. Quando eu me entendi, aí eu acho que quando a minha mãe morreu, eu fiquei com 11 meses, papai já tinha outra mulher, já tinha outra mulher. E a gente morava ali em cima, num terreno ali pra cima, casa de palha, toda escangalhada. Quando vinha chuva, a gente saía do lugar e se escondia no canto da casa. Se escondia no canto da casa até parar a chuva pra gente poder se mexer. Mas era casa pra lá de pobre, mas assim mesmo eu me sinto tão feliz, porque com essa idade que estou, ainda não fui na mão de médico. E isso é uma benção de Deus. Isso é uma benção de Deus que a gente recebe, por causa da crença. Porque a gente tem que ler certas coisas, mas acreditar, porque tem muitos que lêem a parte da Escritura Sagrada, mas não acreditam, pensam que é brincadeira. Não, a gente tem que ter muita fé e acreditar no que está escrito.
P/1 – Parisio, eu queria ainda voltar e entender um pouco da sua infância. O senhor tinha irmãos?
R – Tenho, aqui mesmo eu tenho 12 irmãos vivos. Eu tenho uma irmã só por parte de pai, né? Por parte de pai, eu tenho uma irmã que mora em Belém.
P/1 – O senhor era filho... o único da sua mãe?
R – Não, nós éramos quatro do primeiro matrimônio, né? Quatro: três mulheres e eu de homem, mas as três mulheres já morreram, só fiquei eu do primeiro matrimônio. Agora do segundo matrimônio, por parte de pai, eu tenho esses irmãos que tem esses daqui... Mauro?!
P/1 – E o senhor... quer falar com ele?
R – Não.
P/1 – Como é que eram as brincadeiras com seus irmãos quando o senhor era pequeno?
R – Era brincadeira, assim, era jogar peão, correr um atrás do outro, não tinha, assim, uma escola infantil como tem agora, né? Escola infantil que agora é uma beleza! A pessoa tendo vontade de aprender certas coisas aprende mesmo, porque tem pra tudo. Naquele tempo era muito difícil, era muito difícil, não tinha... olha, eu não tive orientação de pai nem mãe, eu fui criado pela natureza. Graças a Deus eu me sinto feliz. Eu aprendi tanta profissão mandada por Deus, que não tive escola nenhuma, estudando, não tive escola nenhuma.
P/1 – Mas como era Juruti aqui nessa época?
R – Era muito atrasado aqui, era só mato. Olha, aqui nessa rua era só um caminho quando eu me entendi. Aqui na paróquia era só mato, aí nesse quarteirão era mato, todas essas obras passaram pela minha mão. Essas casas enormes aí, porque eu sou construtor de obras, viu? Aprendi, em primeiro lugar, trabalhando em construção naval, fazendo casco pra embarcação, canoa...
P/1 – Queria entender um pouquinho antes, Parisio, o seu pai trabalhava como carpinteiro, mas ele te ensinava já?
R – Não, meu pai era muito estragado em bebida, ele morreu novo, novo. Com 52 anos ele morreu! Ele era muito estragado com bebida e... naquele tempo, não tinha assistência médica de nada, ele adoeceu com 52 anos e morreu.
P/1 – E o senhor tinha quantos anos?
R – Hum?
P/1 – O senhor tinha quantos anos?
R – Eu tinha nove anos.
P/1 – E aí o senhor ficou com quem?
R – Eu fiquei com... numa administração duma pessoa cega, que era a minha avó. Era cega. Eu fiquei encostado com ela. Mas uma pessoa cega não tem uma certa atividade pra educar outro. Como ela era cega, mas eu tinha muita consideração com ela. Por ser minha avó eu fiquei com ela até uma certa idade. Depois, eu comecei a trabalhar por minha conta.
P/1 – Com que idade, Parisio?
R – Com nove anos, dez anos eu já trabalhava pra me sustentar, que não tinha quem me desse: não tinha pai, nem mãe, nem nada. Eu mesmo trabalhava pra me sustentar.
P/1 – E o que o senhor fazia?
R – Eu fazia...(interrupção). Daí, eu fazia desde cepo de tamanco... naquele tempo era usado. Não sei se tu chegou a ver tamanco, era tipo um chinelo, mas o cepo embaixo era de madeira. Tudo isso eu fazia. Eu tinha um tio que morava aqui, ele era sapateiro, eu fazia dúzias de tamanco pra ele e ele fazia a cobertura e vendia, né? Tudo isso ia me mantendo. Lá na beira eu ia pescar, puxar peixinho pra comer, eu não tinha ninguém. Com 24 anos, eu resolvi casar pra ter uma companhia pra me tratar, que eu era só. Eu tenho essa mulher até hoje, nós temos 52 anos só de casado.
P/1 – Parisio, eu queria entender com quem o senhor aprendeu a fazer as coisas?
R – Hein?
P/1 – Com quem o senhor aprendeu a fazer?
R – (risos) Eu já disse que teve gente aí que se admirava de mim, que teve trabalhando aqui comigo, aí na paróquia, um padre por nome Paulo, muito dado... ele é engenheiro. Toda obra que ele mandava eu fazer, era tudo escrito, tudo escrito e eu fazia direitinho como ele pensava. Daí, uma vez ele me perguntou isso, me perguntou com que eu tinha aprendido tanta coisa, tudo que ele mandava fazer eu sabia fazer, eu disse: “Olhe, eu aprendi com a natureza, eu aprendi com o Espírito Santo, porque eu não tinha ninguém pra me instruir, até a parte de educação... eu só estudei a segunda série e olhe-olhe, mal eu sei escrever meu nome”. Mas inteligência, graças a Deus, que tem demais aqui. Graças a Deus, pensamento Deus me deu com fartura. Por quê? Pela minha crença Nele, né? Eu tenho muita crença em Jesus, muita. Tinha vezes que ele me dava certos trabalhos complicados, olha que fazer obras... sem eu fazer, ele me dava tudo escrito, cada enorme obra aí. Tarde da noite, eu acordava e pensava, mas em primeiro lugar pedia ajuda de Jesus, porque todas as coisas que a gente quer fazer um plano, só é decidido pelos lábios de Jesus. Todo plano. A gente tem que fazer o plano, mas pensar em primeiro lugar Nele, porque senão, se não pensar Nele, nunca dá certo o que a gente pensa.
P/1 – Deixa eu perguntar uma coisa, onde que o senhor conseguiu os primeiros instrumentos pra começar a fazer as solas dos tamancos?
R – Hein?
P/1 – Onde que o senhor conseguiu instrumentos pra cortar...
R – Olha, aquele ano... sabe com o que eu fazia tamanco naquele tempo? Com terçado. Conhece o que é terçado? Eu fazia com terçado. Hoje em dia eu faço tudo quanto é... até coronha de revolver, de espingarda, de rifle, tudo eu faço aqui. Eu tenho uma caixa aí que não tem mais lugar pra meter ferramenta. E fora o que já dispensei, porque eu já estou aposentado. Eu já estou com 11 anos quase de aposentado. Eu tenho uma filha em Santarém que é advogada, ela já me disse pra eu parar de trabalhar. Já trabalhei tanto e ela disse: “Papai, pare de trabalhar, o senhor já trabalhou demais! Já chega de o senhor trabalhar.” E eu disse: “Olha Anaíde”... o nome dela é Anaíde, eu tenho foto dela aqui, ela trabalha em Santarém, ela é advogada, ela tem escritório lá mesmo, disse:
“Olha, tu ainda falta aprender muita coisa, porque o próprio Cristo disse ‘trabalha que Eu te ajudarei, faz a tua parte que Eu estou vendo pra te ajudar’. Ele não disse ‘vai dormir que Eu te dou tudo’, Ele não disse isso. Por quê? Porque Ele não gosta de ninguém preguiçoso.” Eu disse isso pra ela (risos), ela disse “Ô papai, o senhor falou certo.” A gente tem que pensar o que a gente vai dizer. Agora, por eu estar aposentado, eu vou levar só dormindo? Não, eu tenho que... eu disse pra ela “Só vou parar de trabalhar quando eu não puder sair da minha rede, da minha cama, está certo, mas enquanto puder sair....”. Só em Manaus nós temos nove filhos: seis homens e três mulheres, neto não sei nem quantos. Netos eu tenho muitos.
P/1 – Parisio, depois que o senhor fez solas de tamanco, o que mais o senhor fez depois nessa fase, ainda criança?
R – Dessa fase aí, eu fiz barquinho. Eu tenho um barquinho aqui, logo aqui na entrada, a gente entra aqui e olha, taí na parede. Logo... eu estava com 15 anos.
P/1 – Mas era pra quê, era pra vender? Era pra fazer o quê?
R – Não, é uma relíquia. Depois, eu vou te levar aqui no meu quarto, aí dentro, tudo que está feito lá foi feito por mim. Teve gente que já veio querer comprar certas coisas aí e não vendo. Isso é uma relíquia, uma lembrança que a gente deixa pra família da gente, né? Eu tenho aí um barquinho prontinho, desse tamanho...
P/1 – Mas como que o senhor...
R – Está escrito, está escrito nele: Estrela do Mar. Está escrito! Eu tenho já tem não sei nem quantos anos isso.
P/1 – Mas como que o senhor ganhava dinheiro? Fora o tamanco, o que mais dava dinheiro pro senhor?
R – Ah, eu procurava carregar até carga pra comerciante. Chegava barco de Belém, tinha um barco por nome Manoense, tinha outro por nome Júlio Camba, tinha outro por nome Aquidaban, tinha vários barcos que faziam a linha de Belém a Manaus. Chegava aqui no porto, eles deixavam mercadoria pros comerciantes daqui, cansei de carregar saca de sal. Naquele tempo vinham em saca de 20 quilos de sal. Cansei de carregar pra ganhar 500 réis. Quinhentos réis naquele tempo era dinheiro, muito dinheiro...
P/1 – E morando com a sua avó ainda?
R – Não, já estava fora, a minha avó morre, Não demorou muito ela morreu. Eu fiquei sem ninguém praticamente, só Deus que me tratava.
P/1 – Morava onde, Parisio?
R – Você sabe onde é a câmara ali? Lá era nosso terreno velho, lá era nossa casa, ali naquele terreno lá.
P/1 – Mas quem morava com o senhor?
R – Era tio. Eu tinha um tio... eu tinha um tio por nome Bruno. Nesse tempo ele era até delegado aqui, serviu de delegado, escrivão de polícia, tudo. Ele serviu aí, mas ele não tinha família, ele era só, não tinha filho, não tinha mulher, não tinha ninguém, eu morava com ele. Foi uma vida, mesmo, que todo dia eu agradeço a Deus por ter me cuidado, me cuidado até hoje. Graças a Deus, me sinto feliz, me sinto... porque, pela minha idade, já é mais que justo eu sentir algum fracasso de vista, fracasso de saúde, fracasso de paciência, porque a vista e a paciência é o essencial pra o corpo humano. A gente sem a vista boa e paciência a gente não faz nada que preste. Eu tenho comprovante aí de obras, quando era mais novo fazia qualquer coisa aí sem problema nenhum. Agora eu faço, mas já tenho uma dificuldade por causa disso, paciência e a vista, vai acumulando na gente devido à idade. A idade vai tomando conta da gente lentamente que a gente nem... só prestando atenção, meditando o que a gente sabe o que é o fracasso do corpo humano. Eu nunca fui estragado, graças a Deus, com tudo: sem mãe e sem pai, eu nunca me meti em festa, em jogar dinheiro fora, o que eu ganhava sempre deixava um bocadinho, guardava um bocadinho. Hoje em dia, eu tenho dito, não por orgulho, tenho dito por capricho de gente, tem que morrer gente, tem que nascer gente, tem que morrer gente, tudo o que eu ganhava eu sempre guardava um pouquinho, pra gente ter onde agarrar no caso de um enrasque. Hoje eu tenho... até gado eu tenho por aí de sociedade, já me lograram coisa, mas isso só não perde quem não tem. Isso é a verdade! Quem não tem não perde nada, mas quem tem sempre perde, sempre perde.
P/1 – Parisio, queria entender, como foi morar com o seu tio, como foi essa fase da sua vida?
R - Olhe, quando meu pai morreu, eu fiquei com nove anos. Dos nove anos pra cá, eu já tinha idéia pra fazer casa, eu já tive quatro casas aqui em Juruti. Com esta aqui é a quarta, né? Lá pra cima, ali pra banda do Tribó já tive casa. Agora, aqui eu fiz, assim, um juramento e pedindo a Deus que daqui só Ele vai me tirar, só Deus que vai me tirar desta casa aqui.
P/1 – Entender um pouco, onde que... depois com 15 anos o senhor foi morar com o seu tio, e depois? A partir daí como é que foi?
R – Eu fui morar comigo mesmo, só eu.
P/1 – Quando?
R – Em casa, na casa já construída pelo meu pai, mas estava mais caindo do que boa, né? E um tempo que ele morreu, eu fiquei morando assim, depois eu fiz minha casa mesmo, eu tenho até fotografia aí.
P/1 – Quantos anos o senhor tinha? Uns 18? Qual era a idade?
R – Quando eu fiz a minha casa?
P/1 – É.
R – Eu estava com 21, 21 anos... eu casei com 24. Quando eu casei com 24 anos, já tinha a minha casa própria, minha casa própria.
P/1 – Como que era essa casa?
R – Era de madeira, naquele tempo não tinha tijolo, não tinha nada, né? Era de madeira, mas bem feita. Eu tenho fotografia dela aí.
P/1 – Parisio, onde que o senhor conheceu a sua esposa?
R – Aqui mesmo, ela é filha daqui mesmo. Família dela mora aqui, ela... o tio dela foi prefeito duas vezes aqui. O nome dele era Osvaldo Cunha, era tio dela. Ela estudou no colégio São José em Óbidos. Estudou vários anos lá. Aí, quando ela se mudou pra cá que nós nos conhecemos, né? Como eu já estava decidido a arranjar uma companheira, daí nós casamos em 58, 1958.
P/1 – Como foi o casamento?
R – Bem, eu tenho DVD aí, se você quiser ver...
P/1 – Eu quero que o senhor conte um pouquinho também.
R – Hein?
P/1 – Conta um pouquinho só pra gente saber, depois a gente vê.
R – O casamento de... o nosso casamento foi bem, casei... eu já casei três vezes, já casei três vezes, só com uma mulher! O primeiro casamento foi católico, o segundo foi civil e o terceiro foi católico de novo. Quando nós completamos 50 anos de casado, foi festejado aí no quintal da igreja, 50 anos de casado.
P/1 – O senhor foi casar e o senhor continuou sendo carpinteiro?
R – É, carpinteiro, é. Mas eu... como acabo de dizer, eu não sou só carpinteiro, eu entendo tudo quanto é profissão.
P/1 – O senhor falou que começou a primeira profissão com construção naval, foi isso?
R – É, construção naval.
P/1 – Quando foi isso? Qual idade o senhor tinha?
R – Eu estava com 15 anos.
P/1 – Conta um pouco dessa fase.
R – Foi bom, que... a construção naval é muito complicada pra gente entender, né? A construção naval leva ferramenta que só. Pra trabalhar numa construção naval, assim, de uma canoa, de um casco, a pessoa tem que ter muita ferramenta. Só grampo pra apertar as tábuas nas cavernas, pra poder parafusar, pregar qualquer coisa, tem que ter pelo mínimo uns dez grampos. Enxó tem que ter duas. Arco de proa tem que ter pelo mínimo quatro, cada arco com um tipo de grossura de broca. Tudo isso é cabuloso... a construção naval. Esquadro a gente não usa quase não. O esquadro, enquanto na construção civil só o que a gente usa é esquadro, e na construção naval não é, é suta.
P/1 – O quê que é “sulta”?
R – Suta.
P/1 – O quê que é isso?
R – É uma ferramenta, eu tenho tudo aí na minha caixa. Suta que gradua a posição que quer dar o golpe. E o esquadro não, o esquadro só marca uma posição, e a suta não, a suta marca várias posições.
P/1 – Conta um pouco mais dessa fase: com 15 anos que o senhor começa a trabalhar...
R – (risos) Rapaz, eu era um pouco, assim, festeiro, né? Eu sempre ia em festas, mas nunca me deixei passar do limite. Porque tudo tem que ter limite, tudo exagerado faz mal, até a comida que a gente exagera no estômago faz mal, a bebida faz muito mal. Olha, tem dois filhos meu aí, homem, esses dois que estão aí, eles bebiam, mas graças a Deus já melhoraram. Sempre eu cutucando, porque eu tomo. Todo dia eu tomo uma cerveja antes do almoço, só pra dá aquele apetite, porque senão estraga uma bala de pato, um guisado. E esse... e lá em Manaus, eu tenho uma turma lá que quando se mete, assim, numa festa, eles tomam, mas graças a Deus eles têm nível. Tudo tem que ser nivelado.
P/1 – Mas aí o senhor ia contar que era muito festeiro com 15 anos... e aí como é que entrou na construção naval?
R – Hein?
P/1 – O senhor estava contando que era muito festeiro, com 15 anos, e que entrou na construção naval nessa idade...
R – Festeiro, que eu digo, eu gostava sempre de ir numa festa, mas nunca exagerado, né? Olha, aqui na paróquia eu tive 42 anos de emprego, mas não falhei um dia fora do meu compromisso. Duvido. Meu nome está aqui nesta paróquia de Juruti e na prelazia de Óbidos, era tudo combinado aqui, meu nome.
P/1 – Como é que o senhor entrou na construção naval? Conta pra gente?
R – Que veio um grande amigo meu, de Oriximiná pra cá, de muda e ele era carpinteiro naval, o nome dele era até Humberto Sarube, o nome dele. Chegou aqui, ele casou com uma prima minha, Neide Silva, minha prima. E daí, ele era carpinteiro e botou um tilheiro pra fazer construção naval aí no porto. E ele me chamou pra trabalhar com ele e eu trabalhei vários anos em construção naval, depois que eu passei pra pedreiro, depois eu... aí, quando eu entrei na paróquia era carpinteiro, marceneiro, ferreiro, o que precisava, porque eu tinha material. O que depende do operário é tendo material e tendo máquinas pra poder fazer o que pensam, né? Porque mesmo que a pessoa entenda de fazer uma obra, uma coisa, mas não tendo o material, não tendo o maquinário, não faz nada, não faz nada.
P/1 – Como que o senhor entrou na paróquia? Conta como é que foi.
R – Como foi?
P/1 – É, quem te convidou? O que você tava fazendo?
R – Foi convite. Olha, quando eu estava com 18 anos, eu fui convidado pra ir trabalhar no Lago Grande, na casa de um engenheiro também. O nome dele era Antônio Amaral, mas só chamava Totó, Totó Amaral. E ele era casado com uma portuguesa, a única filha de um português de Manaus, que dava o nome de Marques Paraguaia, e ele me chamou pra trabalhar. Eu tava com 18 anos, fui trabalhar no Lago Grande, fazer uma casa muito maior do que aquela ali, tudo de madeira, casa de fazenda, sabe como é? Tinha gado, tinha ali aquela fartura de tudo. Trabalhei dois anos com ele, Totó Amaral, fazendo casa lá. Quando eu vim de lá que eu entrei pra igreja, já voltado por outras pessoas. Porque outras pessoas, quando a gente se esforça, principalmente em acabamento, principalmente em acabamento de obra... porque o que vai pra apurar o mestre de obra é o acabamento. A gente tem que se esforçar no acabamento, seja do que for, pra ficar uma coisa boa. E teve gente que viu o meu esforço, o meu trabalho e apontaram pro padre aí, quando eu entrei praí era Frei Idefonso o nome dele, era alemão.
P/1 – Ele te convidou, como é que foi?
R – É, ele me convidou, em 55. 1955 eu entrei praí.
P/1 – O que ele falou pra você, pra convidar?
R – Pra mim... ele... em primeiro lugar, ele perguntou se eu garantia fazer uma laje. Sabe o que é laje de cimento, né? Disse: “Garanto sim” e preparei... porque dá o nome, aquele assoalho que a gente faz pra agüentar a laje. E ele perguntou “E isto e aquilo” e eu fui dizendo tudo, daí ele também entendia, ele era padre já meio velho, né? Ele disse: “Tá certo então, você, em primeiro lugar, vai fazer essa laje.” Ainda agora mostrei praquela senhora aqui, que foi comigo lá, eu mostrei pra ela a primeira obra que eu fiz na igreja, foi essa laje e até hoje tem, não sei quantos anos e ainda não caiu. (risos) E contei pra ela desde quando eu trabalhei... quando eu entrei pra lá... aquela parte da igreja já viram tudo, né? Aquela parte grande lá não tinha, só tinha daquela volta pra trás. Dava-se o nome de Capela-mor, lá, naquela volta pra trás que tinha, pra frente não tinha nada. Depois que eu entrei pra lá que foi feito, tudo aquele mundo de torre, de tudo, tudo passou pela minha administração, né? Porque a gente não pode trabalhar só, numa obra grande dessa, porque tinha quatro, cinco ajudantes, mas o responsável era eu. Tudo que era preciso, todas aquelas obras ali fui eu que passei, têm as Casas Samaritanas enormes daqui. Eu tenho tudo fotografia aí, desde quando comecei trabalhar.
P/1 – E com quais madeiras trabalhavam?
R – A madeira própria pra essas obras é a itaúba... itaúba. Agora tem outra boa também: massaranduba.
P/1 – Por que elas são boas pra isso?
R – Pela durabilidade, né? A itaúba ela tem muita utilidade, porque pode botar na terra, pode botar n’água, pode botar no sol, onde botar ela tem durabilidade. E tem outras madeiras que não tem essa durabilidade da itaúba. A massaranduba n’água nunca estraga é pra filhos e netos. Massaranduba.
P/1 – Então, conta um pouquinho, o senhor fez a laje e depois o que o senhor foi fazendo lá?
R – Eu fiquei fazendo outras obras pequenas lá até começar a parte da igreja. Mas, quando começou a parte da igreja, trocou o padre, de quatro em quatro... naquele tempo, de quatro em quatro anos trocava o padre, trocava o padre. Passou pra Frei Patrício, Frei Mário, Frei Eduardo, Frei Epifânio, mas tinha tanto. Foi trocando frei, agora, por último, que eu fiquei aí nove anos com ele fazendo obras grandes aí, foi o Padre Paulo. Foi o padre que mais trabalhou aí. Essas obras enormes aí foram tudo na administração dele, Padre Paulo. Nove anos ele levou como vigário aí, porque o vigário numa paróquia é o prefeito da paróquia, ele que manda tudo.
P/1 – Então conta um pouco das coisas que você fez na igreja. Eu sei que o senhor mostrou pra ela, mas queria que você contasse aqui pra gente as coisas que você fez na igreja.
R – O que eu fiz foi a laje do corpo da igreja, a laje, tudo foi eu que trabalhei lá, com outros ajudantes, né? Agora, essa obra aqui do quintal, Casa Samaritana, fui eu que fiz também. Tudo tem laje, tem laje assim e tem laje de cobertura, tudo fui eu que fiz lá. Centro catequético que tem lá fui eu que fiz; Escola Paroquial é lá adiante, foi uma das primeiras obras que eu trabalhei lá, grande, escola paroquial, eu tenho até foto aí de lá, da Escola Paroquial, em 56. Entrei pra lá em 55, em 56 começamos a fazer a Escola Paroquial.
P/1 – E qual desses trabalhos que o senhor fez que deu mais trabalho?
R – Ah, o que mais... quando eu não tinha, assim, uma visão de calcular, de coisa, mas a complicação de responsabilidade que eu tinha era pra fazer uma cobertura, como aqui do salão paroquial, vocês já entraram lá?
P/1 – Ainda não.
R – Tudo aquilo foi minha obra lá, mas a maior coisa que eu tinha, assim, impressão de não prestar era a cobertura, porque fazer aquelas emendas de... só o salão paroquial tem 16 metros e meio de largura, todos os travessões eram emendado com boca de lobo chapeado no meio, porque não tinha peça que desse toda a largura pra fazer inteiro. E tudo eu emendei, ta lá, tudo até hoje. Eu tenho não sei quantos anos e ainda não caiu. Tudo madeira boa, itaúba, com boca de lobo chapeado. Tá mais que seguro.
P/1 – E o senhor trabalhava... com o que o senhor gostava mais de trabalhar, com madeira, como pedreiro, com ferro?
R – O mais que eu trabalhava era com madeira, né? De construção civil... que de pedreiro, eu trabalhava, mas assim pouco, mas não assumia a responsabilidade de prédio mesmo, tinha pedreiro profissional que trabalhava. Agora, sobre orientação era só eu o responsável, eu tinha o titulo lá de mestre de obra, né? Mestre de obra. Tudo quanto fosse obra eu tinha que estar olhando e vendo se estava certo ou não e tudo isso o Padre Paulo se admirava de mim. Ele me disse uma vez “ah, seu Parisio, se você fosse morar na Alemanha, com essa sabedoria que o senhor sabe de tanta coisa, o senhor ia ficar muito rico”, ele me disse isso. Eu disse: “Ah, padre, me desculpe eu não tenho essa inveja de ter tanta riqueza neste mundo, mais do que meu irmão. Porque a gente morre e não leva nada deste mundo. O que a gente leva daqui é a boa conduta de vida humana, isso que é a nossa herança pra gente levar desta terra pra outra”. Ele disse: “Poxa, até isso o senhor aprendeu?”, “Pois é, a gente tem que saber o que a gente vai falar, pensar, né? Tem muitos que falam tanta coisa que não pensa quem é o dono do mundo.” Como eu já vi na televisão certo desafio. Não faz nem uma semana, eu vi o desafio lá no Irã, um aparelho de bomba nuclear pra destruir o mundo. Não sei se vocês viram na televisão? Falou! Eu disse: “Me admiro dessa gente que nem pensa quem é o dono do mundo”, pra Ele... esses terremotos que acontecem por aí, né, é falta de obediência, falta de obediência. Olha, Sexta-Feira Santa caiu um avião daqueles que faz aquela coisa de fumaça no ar, né? Não sei se vocês viram na televisão, né, não viram? Caiu aqui no Brasil, em Florianópolis parece, sei que caiu um avião desses Sexta-Feira Santa. Matou, parece, que três ou quatro que iam dentro do avião, caiu o avião e explodiu que... e eu vi a reportagem falar que iam investigar pra ver o que foi que aconteceu pro avião cair, eu disse: “Eles nem pensam nada, eles nem sabem o que foi o defeito do avião que caiu: falta de pensamento, falta de obediência, falta de obediência. Sexta-Feira Santa era pra tá tudo reservado, pra fazer a coisa no outro dia, não Sexta-Feira Santa. Por isso que caiu o avião, por falta de obediência”. Eu disse pra várias pessoas: “Pode pensar, que tem gente que não pensa: quem é o dono do mundo?”.
P/1 – Então, seu Parisio, queria que você contasse um pouco, o senhor fez muita coisa pras festas também, né, religiosas. Conta um pouco pra gente.
R – Rapaz, naquele tempo não tinha nem esses motores pequenos que dá energia, não tinha, eu fazia andor. Fazia andor e fazia as ligações de luz e emendava lâmpadas de lanterna. Fazia uma série de dez, emendado pra ligar na bateria, pra não queimar, pra ir iluminando, ficava uma beleza. Dava um bocado de trabalho, mas eu fazia, eu fazia.
P/1 – O que mais que o senhor fazia pra festa?
R – Fazia a ornamentação de enfeite na praça, né? Dentro da igreja deixava pra outras pessoas, mas na praça sempre eu fazia. Subia na torre pra fazer enfeite na torre, colocar bandeira lá no último ponto na torre. Cansei de subir lá pra colocar aquelas bandeiras, um enfeite, sabe o que é um enfeite de festa, né? Tinha gente que se admirava, admirava de eu fazer certas coisas, mas o que resolve na vida da gente é a fé que a gente tem, pedir auxílio de Jesus, tudo dá certo.
P/1 – Parisio, quais eram essas festas?
R - A festa da padroeira aqui é Nossa Senhora da Saúde, agora foi... naquele tempo era fevereiro, naquele tempo era fevereiro... naqueles tempos, depois mudaram, agora é em junho, fim de junho.
P/1 – E como é que ela é, você pode descrever pra gente? Porque eu não conheço.
R – Aqui a festa... o sírio, naquele tempo era tudo terrestre, mas de um certo tempo mudou pra marítimo, fluvial, né? Eu tenho foto aí de barco. Tem um lugar aqui por nome Piranha, sempre saía de lá os barcos, muitos barcos acompanhando o sírio.
P/1 – Mas como que era? Vocês saíam de lá, iam rezando, como que era?
R – É, rezando sim. Tinha banda de música tocando, os dobrados e reza, foguete, aquelas brincadeiras boas de coisa, barquinhos com velas acesas, tudo isso tinha ali.
P/1 – O senhor lembra de alguma assim especial, que marcou?
R – Não, eu não me lembro tanto não, porque todas as festas eu participava na parte da ornamentação do andor, né? Era sempre eu que ia pra fazer a ornamentação de luz, de... tomar conta do andor, sempre eu ia. Vinha um barco de Terra Santa pra cá toda festa, de um cidadão que davam o apelido dele de Carlão, que era muito religioso. E todo ano ele vinha trazer o barco enorme pra fazer o transporte do andor.
P/1 – E o senhor ia acompanhando também ou só fazia?
R – É, eu ia acompanhar, ia lá e voltava. Porque qualquer problema que acontecesse no andor, eu era o responsável, muitas vezes falha luz, muitas vezes... até pra arrear, até pra arrear o andor de cima da porta da embarcação precisa cuidado. Se não tiver uma pessoa habilitada pra cuidar, é arriscado cair e olhe lá. Tudo isso é cuidado pra orientar.
P/1 – Que tipo de embarcação que era?
R – Era motor, esses motores grandes.
P/1 – Grande?
R – É.
P/1 – Barco grande?
R – É, nem tanto, não é tão grande não. Era um casco mais ou menos de 15 metros, 20 metros, não é tão grande não.
P/1 – E quanto tempo demorava essa festa?
R – Era mais ou menos uma hora, de lá do Piranha aqui. Mais ou menos uma hora, sempre vem devagar pra chegar. Saía de lá seis horas, chegava aqui na hora da novena.
P/1 – O pessoal... ah era de noite, sempre?
R – Era sempre. Sempre saía de noite, pra dar uma visão na luz tem que ser de noite, pra dar uma visão na luz, os enfeites, né?
P/1 – O efeito, né?
R – É.
P/1 – Queria que o senhor contasse um pouco mais do seu dia a dia com os padres, como que era...
R – Ah, sobre a convivência, né?
P/1 – Isso.
R – A convivência com os padres foi muito boa. Quando era só... eu convivi 42 anos só com padres alemães, mas me tratavam muito bem. Porque o que faz o empregado é a bondade, não mencionar horário, não mencionar trabalho. Eu tenho um filho, aliás, eu tenho vários filhos, mas lá em Manaus eu tenho um que tá com 20 anos empregado numa loja só de vender material de construção. Eu já expliquei pra ele: “A gente como empregado tem que saber acolher o patrão, e o patrão acolher a gente”. Porque tem certos que arrumam um trabalho e mencionam horário, mencionam o tipo de trabalho e o bom trabalhador não faz isso não. Eu nunca fiz, eu até carregava cimento, que naquele tempo não tinha carro, não tinha nada, aí o barco chegava deixava cimento lá no porto e a gente ia buscar no ombro. Eu era novo, carregava cimento, 50 quilos, igual como os outros, mas o responsável era eu. Tudo isso agrada o patrão, agora tem uns que, por ser chefe do trabalho, não querem fazer mais nada que... fora do compromisso deles. Eu não, nunca tive essa...por isso que eu durei muito tempo aí. Eles gostavam de mim por isso, eu não, eu enfrentava trabalho, o que viesse, o horário que viesse, eu nunca falhei no meu horário de trabalho, nunca. Você tem que assumir a responsabilidade.
P/1 – Parisio, quando foi que o senhor construiu essa sua casa aqui?
R – Em 1971, 71.
P/1 – O senhor lembra como é que foi o processo? Demorou muito? Foi difícil?
R – Não, levei dois anos. Dois anos, porque não podia trabalhar efetivo aqui, eu com mais dois ajudantes, né? Porque eu tinha compromisso lá, mas eu fazia hora extra de segunda à sexta-feira, sábado eu já estava livre. Eu fazia hora extra pra ficar o sábado livre e eu vinha trabalhar aqui com os meus ajudantes.
P/1 – E aí depois o senhor teve quantos filhos?
R – Hein?
P/1 – Teve quantos filhos...o senhor teve filhos nessa casa já ou o senhor já tinha filhos já antes?
R – Não, eu não tive nenhum a minha mulher que teve uma dúzia. Eu não tive nenhum, a minha mulher que teve 12.
P/1 – (risos)
R – E sabe quantas crianças nós já criamos aqui? 20! Só filho uma dúzia, depois mais seis netos, depois mais duas bisnetas, que interam 20. Graças a Deus, tudo vivo ainda, estão todos criados, estão em Manaus, estão em Santarém, tudo por aí.
P/1 – E o senhor trabalha ainda, Parisio?
R – Trabalho sim. Faço aqui coronha de espingarda, conserto espingarda, revolver, rifle, o que for preciso eu conserto.
P/1 – Qual é o seu sonho, Parisio?
R – Hum?
P/1 – Qual é o seu sonho hoje?
R – Ah, o meu sonho hoje é viver mais uns anos com saúde, né? Porque a saúde pra nós é nossa riqueza aqui. A saúde em primeiro lugar, depois de Deus é a saúde. Estando com saúde... eu quatro e meia da manhã eu estou aqui fora, tomo banho, faço café, deixo tudo pronto aí, quando a mulher levanta já está tudo... vou comprar alguma coisa por aí que precisa.
P/1 – Parisio, queria perguntar o que o senhor achou de falar um pouco com a gente.
R – O quê?
P/1 – O que o senhor achou de contar um pouco da sua história?
R – Quem?
P/1 – O que o senhor achou de falar com a gente?
R – Ah, pra mim, eu achei uma entrevista muito boa assim pro nosso futuro, pra meu futuro, por exemplo, porque eu já estou com 77 anos, praticamente, e pra mim é uma relíquia que fica o meu nome por aí espalhado, não sei como vai ser, mas de qualquer maneira a gente fica satisfeito, né? Olha, como eu tenho em Belém várias pessoas minhas, desde irmã eu tenho em Belém, irmã do segundo matrimônio, né? Mas eu considero, mora em Belém. Tenho cunhado, tenho sobrinhos e muitos em Belém, em Manaus, tudo por aí. O prefeito daqui é o meu compadre, o Henrique. Tudo graças a Deus. Eu sou muito conhecido aqui. O meu nome... não é em toda parte que tem esse nome Parisio... Parisio Silva... tem gente que diz: “Mas onde que tu conseguiu esse nome?”, eu consegui na França, capital da França é Paris, mas eu consegui lá esse Parisio.
P/1 – Ta bom.
R – Muitos anos (risos).
P/1 – Ta bom, obrigado Parisio pela conversa.
R – Obrigado também, eu agradeço muito. Agora vocês aceitam uma fruta? Eu vou lá buscar!Recolher
Título: O carpinteiro fiel
Data: 01/01/1900
Local de produção: 22/04/2010
Personagem: Parisio Silva Autor: Museu da PessoaO Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.
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