Facebook Informações Ir direto ao conteúdo
História
Por: Museu da Pessoa, 21 de dezembro de 2022

O batuque que ressoa e contagia

Esta história contém:

Vídeo

Minha mãe conta que eu nasci num domingo de Páscoa, daí o nome Pasqualina, que foi dado pela minha madrinha, que era muito católica. Ela sempre foi uma pessoa muito ativa, muito trabalhadeira, ela ganhava o dinheirinho dela lavando roupa pros vizinhos e meu pai, eu lembro bem dele trabalhando na caldeira Usina de Santa Cruz. Éramos dez irmãos. A gente sempre procurou dividir, minha mãe sempre ensinou isso. Então se tinha um pão, tinha que partir aquele pão, repartir com todos e a gente comia e não tinha reclamação. Ninguém fi cava sem.

Meu pai trabalhava na sacaria. Hoje tem máquinas que pegam os sacos e levam até o caminhão que vai ser carregado, mas naquela época era nas costas, mesmo. Aqueles sacos de sessenta quilos de açúcar eles carregavam pro caminhão, pra poder sair dali o açúcar.

A minha formação primária foi na Escola Estadual Grellet, em Rafard. Quando eu terminei, a minha mãe falou pra mim: “Olha, agora você já sabe ler e escrever, já fez até a quarta série, não precisa mais.”, mas eu tinha uma coisa dentro de mim que eu queria estudar. E aquilo ficou tão forte que, mesmo eu terminando e indo trabalhar de empregada, de babá, eu tinha que estudar e queria ser professora. E foi esse o meu destino.

Fui babá na casa de uma família, a mulher era professora e sempre me incentivou muito a voltar a estudar. Eu já tinha uns treze, quatorze anos e ela falava: “Volte a estudar, vai estudar à noite”. Eu voltei mesmo. Daí não parei mais. Foi uma decisão muito rica na minha vida e foi incentivada por uma patroa. Minha mãe sentiu um orgulho muito grande, porque eu fui a única na família a chegar no Magistério e depois fui pra faculdade.

No ano que eu comecei a faculdade, fui eleita Vereadora, foi em 1996 e assumi o cargo na Câmara em 1997. Tem muita coisa que marca a vida da gente, mas eu acho que quando eu fui eleita vereadora, a primeira mulher, a primeira negra, para mim foi uma coisa na minha vida...

Continuar leitura

Dados de acervo

Baixar texto na íntegra em PDF

Entrevista de Pasqualina Pacheco Boaventura de Almeida

Entrevistada por Telma Salvador Barbosa e Luiza Gallo

Rafard, 21/12/2022

Projeto: Todo Lugar tem uma História pra Contar – Rafard

Entrevista número: PCSH_HV1372

Realizado por Museu da Pessoa

Transcrita por Selma Paiva

Revisado por Luiza Gallo

P/1 – Bom dia, Pasqua.

R – Bom dia, Telma.

P/1 – Em primeiro lugar, pra começar, eu gostaria que você falasse o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Sou Pasqualina Pacheco Boaventura de Almeida, nasci na cidade de Capivari, em um do quatro de 1956.

P/1 – E te contaram como foi o seu nascimento, a escolha do seu nome? Você sabe?

R – Minha mãe sempre falou que eu nasci num domingo de Páscoa, então daí o nome Pasqualina é dado pela minha madrinha, que era muito católica, então resolveu colocar Pasqualina. E eu nasci na Santa Casa de Capivari.

P/1 – E o nome dos seus pais, seus avós?

R – Eu lembro mais do nome dos meus pais: Benedito Dias Pacheco e Tercília Manoela dos Santos Pacheco.

P/2 – Como você os descreveria, o jeito deles?

R – Olha, minha mãe é uma pessoa muito ativa, muito trabalhadeira, ela lavava roupa pras pessoas, ela ganhava o dinheirinho dela lavando roupa pros vizinhos, que trabalhavam ou as pessoas que moravam na cidade, e meu pai eu lembro bem dele trabalhando na Usina de Santa Cruz. Ele trabalhava na caldeira da Usina de Santa Cruz.

P/1 – E você sabe como eles se conheceram?

R – Minha mãe vem da cidade de Indaiatuba, agora meu pai sempre foi de Capivari. Então eles sempre contavam que [se] conheceram nas rodas de conversas, de passeio de jovens adolescentes da época.

P/1 – Você falou que sua mãe lavava roupa pra fora. E você lembra dos momentos dela lavando roupa e você brincando por perto?

R – Sim, lembro bem disso. E é interessante, porque eu lembro bem, parece que até o assobio dela. Ela gostava muito de cantar hinos, louvores, porque ela sempre foi evangélica e...

Continuar leitura

O Museu da Pessoa está em constante melhoria de sua plataforma. Caso perceba algum erro nesta página, ou caso sinta falta de alguma informação nesta história, entre em contato conosco através do email atendimento@museudapessoa.org.

fechar

Denunciar história de vida

Para a manutenção de um ambiente saudável e de respeito a todos os que usam a plataforma do Museu da Pessoa, contamos com sua ajuda para evitar violações a nossa política de acesso e uso.

Caso tenha notado nesta história conteúdos que incitem a prática de crimes, violência, racismo, xenofobia, homofobia ou preconceito de qualquer tipo, calúnias, injúrias, difamação ou caso tenha se sentido pessoalmente ofendido por algo presente na história, utilize o campo abaixo para fazer sua denúncia.

O conteúdo não é removido automaticamente após a denúncia. Ele será analisado pela equipe do Museu da Pessoa e, caso seja comprovada a acusação, a história será retirada do ar.

Informações

    fechar

    Sugerir edição em conteúdo de história de vida

    Caso você tenha notado erros no preenchimento de dados, escreva abaixo qual informação está errada e a correção necessária.

    Analisaremos o seu pedido e, caso seja confirmado o erro, avançaremos com a edição.

    Informações

      fechar

      Licenciamento

      Os conteúdos presentes no acervo do Museu da Pessoa podem ser utilizados exclusivamente para fins culturais e acadêmicos, mediante o cumprimento das normas presentes em nossa política de acesso e uso.

      Caso tenha interesse em licenciar algum conteúdo, entre em contato com atendimento@museudapessoa.org.

      fechar

      Reivindicar titularidade

      Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”),  nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.