Miazaki Ywao, popularmente conhecido como Pedro Japonês, foi casado com Dona Maria Japonesa e teve 7 filhos, que deram a ele 21 netos, formando uma família bem grande. Seu Pedro tem orgulho de contar que seus avós vieram do Japão, e até hoje ele guarda os passaportes pertencentes a eles. Em 1938, mudou-se para Iacanga com seus pais e foram morar numa casinha bem simples, que ficava na beira do Ribeirão Claro. Os pais trabalhavam na roça e estavam sempre se mudando. Por isso, diz não ter saudade da infância, que foi um tempo muito sofrido e a única diversão que tinha era rodar pião e, às vezes, soltar pipa quando dava. Frequentou pouco a escola rural por causa das mudanças do pai, então lê muito pouco. Ele se recorda que ia descalço para a escola com um embornal, suas roupas eram feitas de tecido de sacos de sal, farinha, e, nas costas, tinha marca do produto. A merenda, levava marmita e muitas vezes, trocava com os colegas. Quando casou, juntamente com a mulher cultivavam hortaliças, onde era tudo orgânico e revendiam na cidade. Ele disse que o alface ficava no chão por no mínimo 60 dias e os colhia viçosos e, quando ia lavar as verduras num quadrado com água, sua filha caçula ficava nadando no meio das verduras. Nos meados dos anos 60 resolveu montar um comércio com o nome de Bar e Quitanda Miazaki, que ficava no caminho dos estudantes até a escola, e todas as novidades de doces tinha lá. Como ele tinha vontade de conhecer outros lugares e precisava contribuir para o INPS, resolveu ser caminhoneiro. Teve um episódio em que chovia muito e o caminhão atolou numa enxurrada, e lá ficou ele dois dias sem comer, porque não tinha como pedir ajuda. Mas foi no ofício de artesão que ele se realizou. Desde pequeno, aprendeu a fazer artesanato copiando de outras pessoas. Fazia brinquedos para os filhos e o carrinho de rolimã era o preferido. Gostava de ver a criançada se divertindo com o carrinho na frente de sua casa, que ficava numa...
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Miazaki Ywao, popularmente conhecido como Pedro Japonês, foi casado com Dona Maria Japonesa e teve 7 filhos, que deram a ele 21 netos, formando uma família bem grande. Seu Pedro tem orgulho de contar que seus avós vieram do Japão, e até hoje ele guarda os passaportes pertencentes a eles. Em 1938, mudou-se para Iacanga com seus pais e foram morar numa casinha bem simples, que ficava na beira do Ribeirão Claro. Os pais trabalhavam na roça e estavam sempre se mudando. Por isso, diz não ter saudade da infância, que foi um tempo muito sofrido e a única diversão que tinha era rodar pião e, às vezes, soltar pipa quando dava. Frequentou pouco a escola rural por causa das mudanças do pai, então lê muito pouco. Ele se recorda que ia descalço para a escola com um embornal, suas roupas eram feitas de tecido de sacos de sal, farinha, e, nas costas, tinha marca do produto. A merenda, levava marmita e muitas vezes, trocava com os colegas. Quando casou, juntamente com a mulher cultivavam hortaliças, onde era tudo orgânico e revendiam na cidade. Ele disse que o alface ficava no chão por no mínimo 60 dias e os colhia viçosos e, quando ia lavar as verduras num quadrado com água, sua filha caçula ficava nadando no meio das verduras. Nos meados dos anos 60 resolveu montar um comércio com o nome de Bar e Quitanda Miazaki, que ficava no caminho dos estudantes até a escola, e todas as novidades de doces tinha lá. Como ele tinha vontade de conhecer outros lugares e precisava contribuir para o INPS, resolveu ser caminhoneiro. Teve um episódio em que chovia muito e o caminhão atolou numa enxurrada, e lá ficou ele dois dias sem comer, porque não tinha como pedir ajuda. Mas foi no ofício de artesão que ele se realizou. Desde pequeno, aprendeu a fazer artesanato copiando de outras pessoas. Fazia brinquedos para os filhos e o carrinho de rolimã era o preferido. Gostava de ver a criançada se divertindo com o carrinho na frente de sua casa, que ficava numa ladeira. Também fez uma bailarina dentro de um cano de PVC, que sempre mostra a todos que visitam sua casa. Seu Pedro faz seu artesanato usando taboa (material do mato) que colhe na beira do rio e seu sonho era ter uma oficina para ensinar esse ofício a outras pessoas. Hoje, com seus 87 anos, “Seu Pedro Japonês”, agora viúvo, mora sozinho, e além de fazer seus artesanatos, faz suas caminhadas diárias e cumprimenta todos os que passam por ele.
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