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História
Por: Museu da Pessoa, 7 de outubro de 2021

No tempo dos seringais

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No tempo dos seringais

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(00:24) P/1 - Seu Geraldo, primeiro gostaria de te agradecer realmente por você vir aqui. O senhor me falou que a sua mãe morreu.

R - Morreu.

(00:36) P/1 - Eu quero perguntar o que você lembra dela.

R - Eu me lembro muito. O nome dela era Ana Izabel Gomes da Silva, da parte gaúcha. Ela era rio-grandense e papai era cearense. Mamãe morreu está com... Nós estamos em outubro, no dia dezoito de agosto fez dezoito anos que ela morreu. Ela morreu com oitenta e três anos.

Era linda, minha mãezinha. Quando não tem mais aquela pessoa [que diz] “Deus te abençoe” é a tristeza de um filho, uma tristeza grande quando não tem aquela mãe, aquele pai, “Deus te abençoe”. A gente fica de zonzeira, a gente fica perdido. Não se perde agora porque Jesus é poderoso, segura a gente bem direito, mas é dolorosa a parada.

(01:47) P/1 - Quando ela morreu você ainda estava em ]Marechal] Thaumaturgo?

R - Não, já foi aqui.

(01:53) P/1 - E por que o senhor veio para cá, no Novo Recreio, saiu de lá?

R - Foi.

(01:59) P/1 - Por qual motivo?

R - Para sair mesmo. Eu era novo, eu tinha que trabalhar para sobreviver porque meu pai era pobre. Como eu contei a história, cada qual tinha que procurar seu rumo de vida e ir trabalhando, se sustentando, ir batalhar pela vida. Justamente [por isso] eu saí de Thaumaturgo. Deixei o negócio de motorista, fui cortar seringa porque a seringa dava mais. Cortei seringa em todo o canto, cortei seringa no [rio] Tejo, no Pajé, em todo canto. Cortei aqui no Belo Monte, trabalhei 22 anos aqui no Belo Monte, empregado; depois deixei de ser empregado, fazia só as viagens deles, fazia as viagens por diária.

(02:44) P/1 - Então vamos por um pedacinho. Você falou que cortou seringa em tudo que é canto, no Tejo. Você podia contar um pouquinho sobre esses lugares que você passou. Como é o Tejo? Como é Thaumaturgo?

R - Thaumaturgo hoje está habitada, até porque faz tempo… Estou com vontade...

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Memórias Nawa

Depoimento de Geraldo da Silva Bezerra Nawa

Entrevistado por Jonas Samaúma, Railson Carneiro e Paulo Almeida Nukini

Mâncio Lima, 07/10/2021

Realização: Museu da Pessoa

PCSH_HV1260

Revisado por Genivaldo Cavalcanti Filho

(00:24) P/1 - Seu Geraldo, primeiro gostaria de te agradecer realmente por você vir aqui. O senhor me falou que a sua mãe morreu.

R - Morreu.

(00:36) P/1 - Eu quero perguntar o que você lembra dela.

R - Eu me lembro muito. O nome dela era Ana Izabel Gomes da Silva, da parte gaúcha. Ela era rio-grandense e papai era cearense. Mamãe morreu está com... Nós estamos em outubro, no dia dezoito de agosto fez dezoito anos que ela morreu. Ela morreu com oitenta e três anos.

Era linda, minha mãezinha. Quando não tem mais aquela pessoa [que diz] “Deus te abençoe” é a tristeza de um filho, uma tristeza grande quando não tem aquela mãe, aquele pai, “Deus te abençoe”. A gente fica de zonzeira, a gente fica perdido. Não se perde agora porque Jesus é poderoso, segura a gente bem direito, mas é dolorosa a parada.

(01:47) P/1 - Quando ela morreu você ainda estava em ]Marechal] Thaumaturgo?

R - Não, já foi aqui.

(01:53) P/1 - E por que o senhor veio para cá, no Novo Recreio, saiu de lá?

R - Foi.

(01:59) P/1 - Por qual motivo?

R - Para sair mesmo. Eu era novo, eu tinha que trabalhar para sobreviver porque meu pai era pobre. Como eu contei a história, cada qual tinha que procurar seu rumo de vida e ir trabalhando, se sustentando, ir batalhar pela vida. Justamente [por isso] eu saí de Thaumaturgo. Deixei o negócio de motorista, fui cortar seringa porque a seringa dava mais. Cortei seringa em todo o canto, cortei seringa no [rio] Tejo, no Pajé, em todo canto. Cortei aqui no Belo Monte, trabalhei 22 anos aqui no Belo Monte, empregado; depois deixei de ser empregado, fazia só as viagens deles, fazia as viagens por diária.

(02:44) P/1 - Então vamos por um pedacinho. Você falou que cortou seringa em...

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