Na época em que éramos crianças, sempre havia alguém que nos perguntava: \"O que tu quer ser, quando crescer?\".
Quando era minha vez de responder, eu dizia: \"Ninja\".
Isso fazia com que minha mãe ficasse aos gritos, pedindo que eu descesse das árvores e parasse de girar a tarde toda, nos troncos de madeira que tinham no campo de futebol, que morávamos em frente.
Esse hábito, que começou aos 7/8 anos de idade, de ficar pendurada de cabeça para baixo nas árvores, aperfeiçoando o modo como eu descia e me movimentava, brincando com o Nunchaku (que meu irmão confeccionou para mim) e com bastões de madeira, me ajudaram quando de fato, comecei a praticar Kung Fu, anos mais tarde.
Minha mãe, morria de tanto gritar, mas nunca adiantou nada. Estava no \"sangue\" (kkkk). Eu sempre dizia à ela: \"Mãe, Ninjas são silenciosos\". Depois de dito isso, um chinelo sempre voava na minha direção. Ela era a Ninja ali.
Quando cresci, entendi o que era realmente ser uma Kunoichi (Ninja Feminino, sim, isso existe de verdade), pensei: \"Acho melhor eu procurar fazer outra coisa da vida\". Kkk
Nem sempre aquilo que gostaríamos de ser ou fazer é aquilo que realmente nascemos para realizar.
Mas, existem pessoas que nascem com roteiro certo e é nítido quando observamos.
Gustavo Baila, Professor Universitário, Oceanólogo, Doutor em Oc. Biológico, Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e Músico.
Conseguir marcar com o Professor Baila, é loteria. Tem que ter sorte. Quando conversamos pela primeira vez, ele até pareceu emocionado quando eu disse que ele seria uma das primeiras histórias registradas.
Isso não aconteceu.
Um ano tentando acertar as agendas. Isso mesmo, UM ANO. E conseguimos? Não.Kkkk
Ele foi meu Professor de Estatística. O que vou sempre lembrar sobre ele, não é o caso das tartarugas, mas dele falando: \"Calcular a Média, Mediana\".
Achei que ia levar bomba naquele final de Semestre, mas no fim, deu tudo certo.
As...
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Na época em que éramos crianças, sempre havia alguém que nos perguntava: \"O que tu quer ser, quando crescer?\".
Quando era minha vez de responder, eu dizia: \"Ninja\".
Isso fazia com que minha mãe ficasse aos gritos, pedindo que eu descesse das árvores e parasse de girar a tarde toda, nos troncos de madeira que tinham no campo de futebol, que morávamos em frente.
Esse hábito, que começou aos 7/8 anos de idade, de ficar pendurada de cabeça para baixo nas árvores, aperfeiçoando o modo como eu descia e me movimentava, brincando com o Nunchaku (que meu irmão confeccionou para mim) e com bastões de madeira, me ajudaram quando de fato, comecei a praticar Kung Fu, anos mais tarde.
Minha mãe, morria de tanto gritar, mas nunca adiantou nada. Estava no \"sangue\" (kkkk). Eu sempre dizia à ela: \"Mãe, Ninjas são silenciosos\". Depois de dito isso, um chinelo sempre voava na minha direção. Ela era a Ninja ali.
Quando cresci, entendi o que era realmente ser uma Kunoichi (Ninja Feminino, sim, isso existe de verdade), pensei: \"Acho melhor eu procurar fazer outra coisa da vida\". Kkk
Nem sempre aquilo que gostaríamos de ser ou fazer é aquilo que realmente nascemos para realizar.
Mas, existem pessoas que nascem com roteiro certo e é nítido quando observamos.
Gustavo Baila, Professor Universitário, Oceanólogo, Doutor em Oc. Biológico, Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas e Músico.
Conseguir marcar com o Professor Baila, é loteria. Tem que ter sorte. Quando conversamos pela primeira vez, ele até pareceu emocionado quando eu disse que ele seria uma das primeiras histórias registradas.
Isso não aconteceu.
Um ano tentando acertar as agendas. Isso mesmo, UM ANO. E conseguimos? Não.Kkkk
Ele foi meu Professor de Estatística. O que vou sempre lembrar sobre ele, não é o caso das tartarugas, mas dele falando: \"Calcular a Média, Mediana\".
Achei que ia levar bomba naquele final de Semestre, mas no fim, deu tudo certo.
As aulas, eram Sexta-feira à noite. No Inverno. SEXTA-FEIRA À NOITE. Kkkk.
Baita maldade com o Professor. Mesmo assim, ele estava lá, sempre. Às vezes cansado, meio encharcado, vindo direto do mar.
Ouvimos algumas histórias.
Como, receber ligações às 2h da manhã para se jogar na água e resgatar as centenas de tartarugas que ficaram embrenhadas nas redes. Então, ele correu para o resgate e saindo do mar, teve que lidar com a fiscalização e provar que era Biólogo.
Convenhamos que entrar no Sul do Oceano Atlântico, na madrugada, em resgate, no pico do inverno, com o mar revolto, passando horas fazendo isso, requer doses de coragem.
Tentar acompanhá-lo no Projeto Caminho Marinho é loucura. Só de longe, porque de perto, não tem como. Eu tentei, eu juro, mas ele não para. Apenas \"Oks\" dado pelo Whatsapp mesmo. Dessa forma, fomos conseguindo conversar e chegar até aqui, quando ele me escreve o seguinte, depois de ler o que eu estava escrevendo: \"Oi Glaucia. Que lindo! Pode continuar...\".
O Caminho Marinho é uma iniciativa que visa à conexão entre Pesquisa, Extensão e Ensino, como caminho à conservação das tartarugas marinhas e o uso sustentável do ambiente marinho.
Eles oferecem vagas para Voluntários, dessa forma a comunidade pode participar e aprender mais sobre este trabalho, apresentando o papel fundamental na ecologia de diversas espécies, inclusive das tartarugas marinhas.
Eu não sei quando exatamente começou a loucura dele pelo mar ou pelas tartarugas, mas é algo que podemos perceber que está no \"sangue\".
Totalmente envolvido, podemos encontrá-lo no meio da gurizada, ensinando e até se arriscando ao devolver as criaturinhas ao mar, antes da chegada de um ciclone. Isso, eu acompanhei.
Se ele não estiver em meio a um ciclone, também dá para encontrá-lo com a piazada, fazendo Oficinas de Educação Ambiental.
Como eu disse, ele não para.
Certa noite, ele estava aparentemente muito cansado. Mesmo assim, estava empolgado porque depois da aula, ele ia encontrar o \"Bando de Coirana\" a gurizada do Forró.
Sobre isso, eu não tenho como escrever, mas fica a dica, se vocês curtirem um forró, pode ser que encontrem ele por aí, tocando.
https://www.caminhomarinho.org/
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