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História
Por: Museu da Pessoa, 10 de abril de 2010

Nós ainda somos capazes

Esta história contém:

Nós ainda somos capazes

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Montamos uma empresa de importação. Eu entrei em 89 e fiquei até 97, fiquei oito anos nessa empresa. Começamos uma empresa do zero e essa empresa cresceu bastante, graças a Deus. Uma empresa que quando eu saí ela já estava com 40 funcionários trabalhando na área de produtos de informática, eletrônica, tudo crescendo. Mas foi aí que aconteceu o grande problema, né? E a grande sorte, a grande virada, o grande recomeço, eu posso colocar tudo como grande, o grande recomeço, a grande virada, a grande oportunidade, o grande tudo que acontece na minha vida, que eu fiquei paraplégico. Foi em 96, eu tava voltando pra minha casa e parei num semáforo, o bandido veio, encostou na porta do meu lado e encostou o revólver no meu ombro e gritou que era um assalto. Eu tinha uma mala do meu lado e eu tinha dinheiro na mala. Eu peguei a mala e virei, eram umas nove horas da noite. Eu acho que ele entendeu como uma reação e atirou. O primeiro tiro pegou no ombro, saiu aqui embaixo do braço direito e eu balancei. O segundo tiro pegou mais nas costas, pegou na oitava vértebra torácica, eu fiquei paraplégico. Foi muito interessante que o primeiro mês em casa, eu fiquei dois meses no hospital. Voltando do hospital, minha saída do hospital, os enfermeiros, teve dois que não vieram se despedir de mim e os outros choraram porque meu quarto foi um mês e meio de festa dentro do hospital. Hospital São Luiz aqui na Avenida Santana. Um mês e meio de festa, mas festa, sabe o que é festa? Só faltava levar cerveja, vinho, balãozinho de gás. A notícia sobre a paraplegia eu recebi logo que eu saí da UTI e fui pro quarto. Eu recebi a informação de que eu estava paraplégico ou que as minhas pernas não funcionavam. Mas até então eu não tinha a menor ideia do que isso significava. Porque como a maioria, a gente não olha para os deficientes, não quer saber quem é o deficiente. O deficiente é uma sombra. Como o lixeiro é uma sombra. Como o garçom é uma...

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P/1 – Roberto, pra começar eu queria que você falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento

R – Meu nome é Roberto Rodrigues Rios. Eu nasci em Botucatu, no estado de São Paulo, em 28 de novembro de 1954

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – Meu pai, José de Oliveira Rios, natural de Queluz, também estado de São Paulo, e minha mãe Ruth Rodrigues Rios, também de Queluz, estado de São Paulo

P/1 – E você sabe alguma coisa da origem dessas famílias?

R – Bom, o meu pai tem mãe portuguesa, mas a gente não conhece absolutamente nada sobre ela porque ela morreu no nascimento dele; e o pai dele, várias gerações ali da região do Vale do Paraíba mesmo, a gente não tem origem de outro país. Brasileiríssimo. A minha mãe também, a mãe dela, dali do Vale do Paraíba, a gente não conhece a história da família, deve ser de várias gerações dali da região e o pai dela português. O pai dela tem até uma história interessante porque ele já veio com certa idade de Portugal, veio já com 40 anose ficou uma história nebulosa sobre a origem dele em Portugal. A gente acha que ele tinha ou indústria, ou era político porque ele veio fugido de Portugal na época da intervenção política que houve lá e ele não gostava de falar muito a respeito da história dele. Então eu tenho o avô materno português e a avó paterna portuguesa

P/1 – E você tem irmãos, Roberto?

R – Tenho mais três irmãos. Eu tenho um irmão mais velho, Rubens, de Queluz. Rosa, natural de Resende, estado do Rio de Janeiro. Depois eu, de Botucatu, e a minha irmã mais nova, de Capão Bonito, estado de São Paulo

P/1 – E como ela chama?

R – Rosalva. Cada um de uma cidade

P/1 – E o que seus pais faziam, Roberto?

R – Tá aí a explicação de cada filho numa cidade. Meu pai trabalhava com construção de estradas, ele era mecânico de máquinas, então nessa década de 50, década de 60 estava se abrindo muitas rodovias, né?...

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Título: Nós ainda somos capazes

Data: 10 de abril de 2010

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Marta Delellis
Entrevistador: Isabela de Arruda
Autor: Museu da Pessoa

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