Estava na casa onde cresci, sendo perseguido por uma polícia meio mossad, algo israelense e anti-terrorista, eles haviam assassinado alguns amigos meus, que seriam algo como um grupo de insurgência palestino. Andava pela casa em desespero e sabia que viriam atrás de mim a qualquer momento. Decidi sentar na sala, abri a janela e, caso chegassem, pularia e fugiria de lá. Meu irmão me chama da cozinha, me dizendo que o hotel que passaríamos duas semanas em istambul era 8 mil reais, perguntou se podia fechar a reserva. Não quis ser rude mas também não me importava, sustentei essa conversa enquanto explodia de nervosismo encarando a janela.
Que associações você faz entre seu sonho e o momento de pandemia?
A pandemia parece ter modificado as linhas entre o que é público e privado, entre o que é interesse do estado (e de todo o ‘ecossistema’ que o circunda, as grandes empresas, os meios de comunicação) e o que é estritamente pessoal. A nossa relação com as redes sociais se transformou e o que entendemos como privacidade é revisitado com mais intensidade. Passei a pandemia no interior de minas gerais e quando retornei, para ser vacinado, meu irmão me mostrou o aplicativo do sus em seu celular, com absolutamente todos os seus dados médicos atualizados, aquilo me chamou atenção.