Vila Anastácio tem marcos e personagens indeléveis que a caracterizam, bem como a mim mesmo! Nesse contexto surge o nome de Dna Elaine.
Nos últimos dias vários amigos de nosso grupo no whatsapp postaram suas memórias relacionadas à primeira comunhão. Lá fui eu buscar itens objetivos que a caracterizassem na minha vida. O primeiro foi a foto tirada ao lado de um Jesus Cristo encartonado oferecendo o pão consagrado pela primeira vez a um elegante e bem comportado menino de 10 anos de idade! Aos meus olhos, hoje, 50 anos depois... Eu era “um pão” na gíria da época. Entretanto, como dizia minha avó materna: ” A juventude é bela por sí só”
Mas só essa foto não bastava, há muita história e emoção contida na memória daquele momento, e que para surpresa minha, encontrei.
Pirandelo escreveu:
“O prazer que um objeto nos proporciona não se encontra no próprio objeto. A imaginação embeleza-o, cercando-o e quase o irradiando com imagens estimadas. Em suma, no objeto amamos aquilo que nós mesmos colocamos nele.”
Vasculhei meus arquivos pessoais, pouco organizados, confesso, e encontrei os dois itens que queria. Itens que como disse Pirandello, fazem irradiar imagens estimadas. O primeiro, foi o laço, provavelmente feito com cetim branco e que na foto oficial estava fixado em meu braço esquerdo por um alfinete, e por uma espécie de amarrilho delicadamente oculto por trás do mesmo. Na frente está impresso o monograma JHS que, se algum dia eu soube seu significado, hoje tive de consultar os universitários: “JESUS SALVADOR DOS HOMENS”.
Apesar do amarelado está em bom estado.
Já o segundo objeto, é o caderno da catequese, conduzida pela Dna Elaine. Até onde sei, ELA, um símbolo “Anastaciano”.
Pego o caderno com cuidado. Encapado com papel de seda e cola. Provavelmente “goma arábica”, que me recordo usar com frequência nos trabalhos escolares e na confecção de pipas. Página...
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Vila Anastácio tem marcos e personagens indeléveis que a caracterizam, bem como a mim mesmo! Nesse contexto surge o nome de Dna Elaine.
Nos últimos dias vários amigos de nosso grupo no whatsapp postaram suas memórias relacionadas à primeira comunhão. Lá fui eu buscar itens objetivos que a caracterizassem na minha vida. O primeiro foi a foto tirada ao lado de um Jesus Cristo encartonado oferecendo o pão consagrado pela primeira vez a um elegante e bem comportado menino de 10 anos de idade! Aos meus olhos, hoje, 50 anos depois... Eu era “um pão” na gíria da época. Entretanto, como dizia minha avó materna: ” A juventude é bela por sí só”
Mas só essa foto não bastava, há muita história e emoção contida na memória daquele momento, e que para surpresa minha, encontrei.
Pirandelo escreveu:
“O prazer que um objeto nos proporciona não se encontra no próprio objeto. A imaginação embeleza-o, cercando-o e quase o irradiando com imagens estimadas. Em suma, no objeto amamos aquilo que nós mesmos colocamos nele.”
Vasculhei meus arquivos pessoais, pouco organizados, confesso, e encontrei os dois itens que queria. Itens que como disse Pirandello, fazem irradiar imagens estimadas. O primeiro, foi o laço, provavelmente feito com cetim branco e que na foto oficial estava fixado em meu braço esquerdo por um alfinete, e por uma espécie de amarrilho delicadamente oculto por trás do mesmo. Na frente está impresso o monograma JHS que, se algum dia eu soube seu significado, hoje tive de consultar os universitários: “JESUS SALVADOR DOS HOMENS”.
Apesar do amarelado está em bom estado.
Já o segundo objeto, é o caderno da catequese, conduzida pela Dna Elaine. Até onde sei, ELA, um símbolo “Anastaciano”.
Pego o caderno com cuidado. Encapado com papel de seda e cola. Provavelmente “goma arábica”, que me recordo usar com frequência nos trabalhos escolares e na confecção de pipas. Página após página vou folheando com cuidado e atenção. Meu nome na primeira página, escrito em letra infantil e, diferentemente da atual, legível. Na página dois uma pequena imagem de Nossa Senhora, em um adesivo, decora o início dos apontamentos. A cada página uma recordação daqueles momentos.
A casa de Dna Elaine ficava na Rua Alvarenga Peixoto, defronte ao ponto final do ônibus “PATRIARCA”. As aulas eram dadas em uma sala bem no fundo do quintal. Algo lá nos meandros de minha memória quer impor-me que eram bancos, e não cadeiras ao redor de uma mesa grande. As lições eram ditadas, talvez daí a explicação para erros ortográficos que vejo em minha escrita.
Lentamente vou passando pelas lições alí apresentadas por meio de um conjunto de perguntas e respostas. Perguntas em tinta cor azul, respostas em vermelho.
LIÇÃO 1 - De Deus
LIÇÃO 2 - Da Santíssima Trindade
LIÇÃO 3 - Dos Anjos - 20-08-1969
LIÇÃO 4 - Do homem
LIÇÃO 5 - De Jesus Cristo – 03/09/1969
LIÇÃO 6 - Da Redenção
LIÇÃO 7 - Da Santa Igreja Católica – 13-10-1969
LIÇÃO 8 - Do Pecado – 12-11-1969
LIÇÃO 9 - O Batismo – 28-01-1970
LIÇÃO 10 - Da Eucaristia
LIÇÃO 11 - Da Penitência – 15-05-1970
Duas agradáveis surpresas.
PRIMEIRA: Ao final da lição 7, há a palavra “visto” escrita em bonita letra cursiva e assinatura simples: Elaine. Um pouco mais abaixo, exatamente como me lembrava delas, as assinaturas de meu pai e minha mãe! Hermes Pires e Leonilde Ongaro Pires.
SEGUNDA: Encerra todos os apontamentos uma mensagem, manuscrita, que compartilho com vocês, por meio da foto abaixo, e que mostra um pouco da dedicação que esta Sra ofereceu à fé Cristã e a seus alunos.
Imagino que igual mensagem esteja em todos os cadernos dos colegas de catequese... mas o que me impressiona é que profeticamente, a neve do tempo teve de branquear meus parcos cabelos restantes, para eu ver a imensa beleza daquele momento!
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