Nasci em meio à turbulência de um pai machista que almejava um filho e não uma filha. Eu já era a “treteira”, e essa tentativa foi sem sucesso para ele, no entanto, para minha mãe este era o momento de ter mais um pedacinho de seu coração que iria criar vida.
A infância recheio da vida, lembranças cheirosas cobertas por cor;
A infância cobertor que aquece o coração;
A infância lembrança de avó, chamando pelas três irmãs para chegar a uma;
A infância é dormir com o cobertor na cabeça com medo de monstros;
A infância recorda de a mãe chegar cansada do trabalho e eu as minhas irmãs falarmos ao mesmo tempo deixando ela louca;
A infância permissão de alegria;
A infância é brincar na rua, no barro, e brincar de professora, é resgatar as brincadeiras esquecidas, é o interagir com o que virá;
A infância é rabiscar as paredes e deixar a mãe sem acreditar no que está vendo;
A infância é recordar da vó cantando as músicas de lavadeira no tanque ou na pia;
A infância é lembrar-se dos momentos de reunir todas em volta da cama para nos ensinar às orações;
A infância resgate de quem somos pelas histórias contadas por vó e mãe;
A infância é lembrar-se da mãe brava por estragarmos as roupas escorregando no barro;
A infância é escutar as conversas dos adultos sem permissão;
A infância é recordar das peraltices em tempos juninos envolta da fogueira colocando fogo no Bombril para ver o fogo no ar;
A infância é recordar de participar dos comícios nas costa do meu tio tão amado para ouvir as músicas, ver os cantores e claro comer pipoca;
A infância é recordar até mesmo dos casos contados na AM pelo radialista Eli Corrêa que tinha hora marcada na minha casa. Claro que não era para eu e minhas irmãs ouvir, mas nos escondíamos para ouvir;
A infância é recordar da minha mãe brava e minha irmã falando quer bater bate já fizemos mesmo;
A infância momentos de ver o mundo sem grandes preocupações com um vitral de...
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Nasci em meio à turbulência de um pai machista que almejava um filho e não uma filha. Eu já era a “treteira”, e essa tentativa foi sem sucesso para ele, no entanto, para minha mãe este era o momento de ter mais um pedacinho de seu coração que iria criar vida.
A infância recheio da vida, lembranças cheirosas cobertas por cor;
A infância cobertor que aquece o coração;
A infância lembrança de avó, chamando pelas três irmãs para chegar a uma;
A infância é dormir com o cobertor na cabeça com medo de monstros;
A infância recorda de a mãe chegar cansada do trabalho e eu as minhas irmãs falarmos ao mesmo tempo deixando ela louca;
A infância permissão de alegria;
A infância é brincar na rua, no barro, e brincar de professora, é resgatar as brincadeiras esquecidas, é o interagir com o que virá;
A infância é rabiscar as paredes e deixar a mãe sem acreditar no que está vendo;
A infância é recordar da vó cantando as músicas de lavadeira no tanque ou na pia;
A infância é lembrar-se dos momentos de reunir todas em volta da cama para nos ensinar às orações;
A infância resgate de quem somos pelas histórias contadas por vó e mãe;
A infância é lembrar-se da mãe brava por estragarmos as roupas escorregando no barro;
A infância é escutar as conversas dos adultos sem permissão;
A infância é recordar das peraltices em tempos juninos envolta da fogueira colocando fogo no Bombril para ver o fogo no ar;
A infância é recordar de participar dos comícios nas costa do meu tio tão amado para ouvir as músicas, ver os cantores e claro comer pipoca;
A infância é recordar até mesmo dos casos contados na AM pelo radialista Eli Corrêa que tinha hora marcada na minha casa. Claro que não era para eu e minhas irmãs ouvir, mas nos escondíamos para ouvir;
A infância é recordar da minha mãe brava e minha irmã falando quer bater bate já fizemos mesmo;
A infância momentos de ver o mundo sem grandes preocupações com um vitral de criança puro e inocente com um universo de possibilidades a serem exploradas.
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