P/1 – Bom, dona Josefa, vou começar fazendo algumas perguntas, algumas a gente já conversou, mas é mais pra gente ir aquecendo. Qual é o nome completo da senhora?
R – Josefa da França Batista.
P/1 – E a senhora nasceu em qual cidade?
R – Nasci em um povoado por nome de Morena, Município de Esplanada.
P/1 – A senhora teve convivência com os avós, enfim, se a senhora puder contar um pouco sobre eles, né, como eram eles naquela época, no povoado de Morena.
R – Sim, meus avós paternos eu não conheci até hoje, porém, meu avós materno eu conheci apenas a minha avó que se chamava Gerônima. Eu me recordo que a mamãe, ela me convidava pra fazer uma visita a minha avó que já era viúva e nós levantávamos muito cedo. Muito cedo, quer dizer, estava tudo escuro, nós saíamos do povoado Morena e íamos para um outro povoado que se chama Tamanduá. E nós andávamos mais de 15 horas de a pé pra chegar até lá, se nós saiamos antes do nascer do sol, nós chegávamos lá por volta de meio-dia, uma hora da tarde. E lá, era uma festa, sabe por quê? Porque tinham meus tios que moravam lá, precisa citar os nomes dos tios?
P/1 – Pode falar.
R – Eu tinha o meu tio Zezé, tinha o meu tio Loló, aliás, o meu tio Eloi, minha tia Sabrina e minhas primas. E eu sabia que a vovó guardava sempre alguma coisa boa pra mim, sabe o quê? Cana-de-açúcar e a vovó catava essas canas e nós se divertia chupando cana. Era realmente um divertimento. E ao por do sol, nós retornávamos para casa, isso, nós fazíamos uma vez por mês, essa viagem. Era muito bom e era de a pé, porque nós não tínhamos condução, não tínhamos cavalo, não tínhamos carro, nós não tínhamos automóvel, era só na perna. Então, essa e a história da minha vó Gerônima e eu não conheci o meu avô materno que se chamava Genésio, eu não o conheci, também. Por esse motivo é que eu falei pra vocês que eu frequento um centro de história da família pra ver se consigo descobrir quem foi meus avós.
P/1 – E a senhora conseguiu descobrir alguma coisa nesse centro de pesquisa da família?
R – Sim, eu consegui através da minha família, porque esse não é um trabalho muito fácil, é um trabalho árduo, eu conheci através da minha família, o nome da esposa do meu pai. Só isso que eu consegui.
P/1 – E a casa que a senhora morava, a casa dos seus pais? Como era? Se puder contar como era essa casa, como eram eles? Como eles se conheceram?
R – Então, quando nossa casa era casa de taipa, só de taipa, chão de terra, mas quando meu pai faleceu, foi feito um inventário e através dali, nós pudemos construir uma casa maior. E quando meus pais… minha mãe também faleceu, isso ocorreu dentro de três anos, eu perdi meus pais com nove anos e uma irmã, dentro de três anos. E eu fiquei nessa casa, essa casa era muito grande. Ela tinha uns quatro, cinco quartos, duas salas, uma cozinha, um terreiro enorme que dava um trabalho pra limpar todo final de semana. E eu vivi nessa casa sozinha, porque eu tinha… ficou eu mais três irmãos depois que os meus pais se foram. E eles se casaram e eu fiquei sozinha nessa casa. Ali, eu passei maus pedaços, porque eu perdi meus pais, como eu falei, com nove anos, eu tive que trabalhar sozinha, eu tive que adquirir o meu sustento sozinha, eu não tinha pessoas pra me ajudar, eu tinha criação de ovelhas, era muito gratificante e enfim, meus irmãos se casaram e só ficou eu. Eu fiquei ruim da vista, fiquei doente da vista e eu tinha um irmão que se chamava João, esse irmão estava desaparecido há muitos anos. Pra minha surpresa, um dia, esse irmão apareceu, ele apareceu e ficou conhecendo aquela miséria tão grande que eu vivia. E eu estava muito mal da vista. Ele falou assim: “Mana, você vai embora pra Salvador junto comigo”, e eu fui com ele pra Salvador. Ele falou assim: ‘Eu vou te levar porque você está aqui nessa casa enorme sozinha e você precisa de um tratamento para a vista”, ele me levou. Foi muito… aí eu fiquei muito feliz, muito feliz. Lá em Salvador, eu fui… nos anos 60, eu fui operada da vista e quando eu fiquei boa da vista, eu falei: ‘Agora eu preciso voltar”, ele falou: “Não, não, não vai voltar nada, você não vai voltar pra lá. Imagina que eu vou deixar a minha única irmã caçula voltar para um lugar que não tem conforto nenhum. Você tem duas opções: você fica comigo, eu arrumo um trabalho domestico pra você ou você vai para São Paulo”, e aí, eu optei por São Paulo, nos anos 60. Na verdade, eu sai de Salvador, da minha casa no Povoado Morena, eu sai dia dois de agosto de 1963 e vim para São Paulo e aqui, eu estou.
P/1 – Antes da gente começar a conversar um pouco sobre a chegada da senhora em São Paulo, queria que a senhora contasse pra gente um pouco como é que foi a infância da senhora, enfim, o quê que a senhora lembra, como que era a dona Josefa brincando, assim, criancinha.
R – Olha, a minha infância, eu posso lhe dizer, foi muito divertida. Não foi melhor, porque eu não tinha os meus pais, meu irmão que era aquele… cuidado, e nós frequentávamos baile lá na Bahia, meus irmãos tocavam bumbo, né, que aqui é conhecido como aqueles conjuntos que tem no SESC, como que chama aquilo lá?
P/2 – Zabumba?
R – Não, que eles tocam junto com a orquestra, com a orquestra, não, com apresentações. Tem um nome, que eles… bem largo, assim, que tem tipo pandeiro, né, então era um divertimento nas noitadas, chamava rezas, reunia todo mundo de noite, um levava uma galinha, outro levava um cacho de laranja, outro levava um peru, outro levava uma ovelha pra leiloar, para recolher dinheiro para ajudar aquelas pessoas, né? mas foi uma infância muito boa, muito divertida, não foi melhor porque eu sentia muita falta dos meus pais, né, como eu já falei. E eu trabalhava muito na roça sozinha, era sozinha, né? E eu tinha muita vontade de progredir na vida, tanto é que quando eu vim para São Paulo, eu ainda estava sem o meu registro de nascimento (risos) e quando eu tirei o meu registro de nascimento, eu tinha 24 anos. A minha infância não desvendou assim, uma coisa muito gostosa, como eu falei por falta dos meus pais. Lembro da minha mãe, minha mãe… lembro de uma surra que a minha mãe me deu por causa de uma coisa errada que eu fiz, eu quebrei um prato, ela me deu uma surra com cacho de licuri (risos), licuri são aqueles coquinhos, né? Vocês já viram coquinhos? Aqueles coquinhos que tem por aí. Então, no norte, nós temos um coquinho menor, a altura dele é mais ou menos até esse teto, mas eles dão uns coquinhos bem gostosos e aquilo quando cai, fica aquele engaço lá, chamamos de engaço e uma surra daquilo dói muito, dói. Eu levei uma surra da minha mãe que eu me lembre até hoje por causa de um prato que eu quebrei, mas foi gratificante porque através dali, eu consegui dar mais valor a minha vida, entendeu? E é isso. Minha infância foi pobre, foi só pobreza.
P/1 – A senhora chegou a frequentar a escola lá na Bahia nessa época?
R – Meu irmão era professor, meu irmão mais velho era professor e eu frequentava a escola dele uma vez por semana, mas eu não tive como aprender mais por conta que eu tinha que trabalhar, na verdade, eu vim aprender a ler e escrever foi em São Paulo, mesmo. Quer que eu conte?
P/1 – É, eu já ia perguntar mesmo pra senhora contar como que foi a chegada da senhora aqui em São Paulo, se a senhora lembra desse dia, como foi.
R – Lembro. Eu lembro, sim, desse dia. na verdade, eu vim de pau-de-arara, foi oito dias de viagem de pau-de-arara, naquele tempo não tinha recurso nenhum, nós víamos num caminhão com os bancos de madeira, lá, praticamente sem cobertura e foi muito difícil. Mas chegando aqui, eu tive uma tia que me acolheu e ela arrumou trabalho pra mim, tudo e ela falou pra mim: “Você precisa estudar”, e eu falei pra ela: “É o que eu mais quero é estudar”, ela arrumou pra mim no convento… primeiro, ela arrumou uma professora particular, a dona Cida. Dona Cida me deu aula, mais ou menos uns dois meses, depois ela falou assim: “Eu acho que eu vou passar você para o Seminário dos Padres em Moema e ela conversou com a secretaria de lá da igreja e eles conseguiram uma vaga pra mim no seminário, chamava Seminário dos Padres. Uma sala muito boa, muito grande, ali em Moema, ali eu comecei a estudar. No final do ano, eles falaram assim: “Josefa, você não vai poder mais ficar aqui, então nós vamos arrumar uma escola do Estado para você, tudo bem?”, eu falei: “Sim, tudo bem”, e eu conversei com a minha tinha a qual tinha me acolhido, ela falou: ‘Precisa sim, vai estudar, não pode ficar sem estudar, vai estudar”. Então, a direção da igreja fez uma cartinha e mandou entregar em um colégio que se chama… não sei se ainda existe esse colégio, uma travessa da Rodrigues Alves, na Vila Mariana, que se chamava, não sei se ainda se chama, Cristos Reis. Eu estudei lá durante um ano que foi onde que eu acabei terminando minha alfabetização. depois do Cristos Reis, eles me encaminharam para uma outra escola, essa escola… deixa eu ver se eu me lembro, sim, essa escola foi na Vila Guarani. Quando eu cheguei na Vila Guarani, eles falaram assim: “Ah, mas você não pode ir para o ginásio sem fazer o curso de admissão”. Eu acho que vocês nenhum pegaram essa época, né? Existia um curso de admissão, um livro dessa grossurona, assim que agente tinha que aprender aquilo ali pra poder entrar no ginásio, uma preparação para poder entrar no ginásio e eu fiz esse curso também. Essa escola estava na época na Engenheiro de Arruda Armando Pereira, ali na Conceição, no metro Conceição. E dali, eles me encaminharam para uma escola que se chama, ainda existe hoje, que se chama Miguel Roque na Vila Guarani. Na Vila Guarani, eu não tive muita sorte no ginásio e eu fui repetente por dois anos, quando chegou no terceiro ano, eles falaram assim: “Você não pode mais ficar aqui porque o Estado não suporta mais aluno que repete mais de uma vez, e você já repetiu duas vezes e você pode concluir esse curso, sim, que é o ginásio mas em outra escola”. Eles me encaminharam para a escola Miguel Roque. Já falei Miguel Roque antes? Não. Miguel Roque. E eu fui para a escola Miguel Roque e quando eu cheguei lá, eu encontrei um professor que se chama Professor Renato, professor de Matemática. E ele me perguntou porquê que eu tinha sido repetente por dois anos. Aí, eu falei para ele que eu tinha passado em todas as matérias, mas que eu não passei em matemática porque eu não conseguia fazer equação de segundo grau. Ele falou: “Tá bom, eu vou te ensinar equação de segundo grau e eu te prometo que você vai ter dez em todas as provas” “Oba”, aí ele deu uma série de exercícios e tal, enfim, eu consegui aprender e eu consegui tirar dez em todas as provas com ele. Aí, passou o ginásio, terminei o ginásio, eu já estava trabalhando no IPT, o qual eu falei lá, eu já estava trabalhando no IPT e o IPT me proporcionou a oportunidade de fazer um curso técnico em Contabilidade no Colégio Jabaquara, na Ceci, 1081, uma travessa da Indianópolis. E eu terminei esse curso e ele me proporcionou um outro curso técnico em Química Industrial que eu frequentava as aulas na Avenida Nazaré, que chamava Química São Marcos. E lá, eu fiz o curso até o segundo ano. Eram três anos, daí apareceu o meu marido (risos). E ele falou: “não quero que você estude, porque a gente tem que viajar e tal, não sei o que”, lá vai eu, parei de estudar, né? E aí, eu termino a história dos estudos.
P/1 – Sobre os estudos… voltando esse momento que a senhora estava em São Paulo, queria saber se a senhora se lembra como foi chegar em São Paulo, se a senhora teve uma percepção diferente da cidade, enfim, morar num lugar tão diferente que é São Paulo, imagino que seja diferente naquela época, se a senhora lembra o que a senhora achou, enfim, a sensação que a senhora teve naquela época.
R – Nos anos 60, realmente era muito diferente o São Paulo de hoje, bem diferente. Como eu falei antes, eu convivi com a minha tia, trabalhei domestica por algum tempo, trabalhei em outras indústria também, mas o conteúdo, como você disse a percepção que eu sinto hoje daquele São Paulo de antes era um São Paulo, se chamava São Paulo da garoa e era tudo muito marcante as estacoes do ano. E eu vi aqui uma grande cidade quando eu me encontrei nessa grande cidade por várias vezes, eu me perdi nessa grande cidade, porque eu queria explorar a cidade, eu queria conhecer, eu queria… tinha aquela ansiedade de sair, passear e ver e saber e como que a gente entra, como que a gente sai, como que a gente toma um ônibus, pra onde que a gente vai, onde que a gente quer ficar, cidades do Estado de São Paulo fora, eu também queria conhecer. Enfim, foi uma… era uma ansiedade muito grande que eu tinha de conhecer São Paulo, uma ansiedade assim, que, eu não tinha assim, muitas condições financeiras, né? Mas eu na verdade, não sei como me expressar nesse aspecto, não tinha… tinha essa ansiedade de conhecer, mas eu não tinha condições financeiras, entendeu? Eu era presa numa casa de família, só saía uma vez por semana e cada vez que eu saía, eu me perdia em São Paulo (risos). É isso. Não tenho assim, mais uma… como que fala? Não sei contar mais coisa a respeito disso.
P/1 – Tá ótimo. E a senhora quer contar mais um pouco como que a senhora conheceu o seu marido? A senhora já contou um pouco, enfim… como é que vocês se casaram, foram morar juntos…
R – Quer saber sobre isso, né? Então, eu vendia Avon, aliás, eu comprava Avon de uma amiga e um dia, ela falou pra mim: “Você não casou?”, eu falei: ‘Não, não casei” “Mas por quê?” “Ah, sei lá, porque eu não encontrei a pessoa que eu gosto”, aí ela perguntou: “E se você encontrar a pessoa?”, eu falei: “É, a gente tem que pensar, né, vamos ver se eu vou gostar” “Então, venha cá almoçar comigo, que eu vou – era um domingo, nessa época, eu não era dos Mórmons ainda – vem almoçar comigo que eu vou te apresentar um viúvo, ele é espanhol, ele tá procurando uma moça boa pra se casar, ele vive só e ele tem dois anos mais ou menos que tá viúvo e tá doidinho pra se casar e eu acho que você vai ser a pessoa certa”. Fui eu lá um domingo pra almoçar. E na verdade, olha quem está lá, ele, Pablo Sanchez Garcia, um espanhol. Eu falei: “Nossa, será?”, e nós almoçamos, tudo, foi aquela coisa bem gostosa e tal, aí chegou uma hora, eu tinha que preparar a minha lição pra segunda-feira e tinha que fazer o meu serviço de casa, aí eu falei: “Bom, preciso embora”, e prontamente ele estava lá: “Eu te levo, vamos”. Tá, fomos, ele parou o carro na frente da minha casa, a gente ficou conversando, conversando: “Gostei de você, tal, eu sou assim, assim, assim, assim e agora me conte de você”, e eu fiquei contando sobre e ele falou: “Sabia que eu acredito numa coisa, eu acredito que nós dois vamos dar certo, porque eu gostei do teu jeito, eu não sei se você gostou do meu jeito", eu falei: “Sim, eu também gostei”, e aí, começou. Seis meses depois, nós fomos conviver juntos, que não era muito certo, porque onde eu morava, eu morava com uma família, o senhor ficou muito bravo comigo, muito bravo: “Como se viu, tem que casar, não é assim” “Tá bom seu Felix, nós vamos se casar”. E foi uma convivência boa, né, é claro que todos casais tem suas horas boas e períodos ruins, mas eu não quero falar dos períodos ruins, eu quero falar dos períodos bons, que foi o que me deu um fruto desse casamento que hoje me conforta, né, e ele não queria filhos, Pablo não queria filhos e por um propósito do Senhor, eu acabei engravidando e eu fiquei com muito medo de falar para ele, porque até então, nós não tínhamos feito viagem nenhuma, né? Mas não foi minha culpa, não, na verdade, nenhum de nos dois… nós estávamos preparados para não ter filhos, mas por um caso ou outro, acabou acontecendo e eu comentei com ele que estava grávida. Ele falou: “Mas que legal”, eu achava que ele fosse, né? “Mas é muito bom, um hijo, aí um hijo. Eu quero um hijo”, hijo quer dizer um filho em espanhol. Eu falei: “Ah, o que vier serve”. E quando eu vi, foi minha surpresa, uma menina e quando nós ficamos sabendo que era uma menina, vamos escolher os nomes, ele falou: “No, no, no, yo tengo los nomes” “Habla, habla” “Yo quiero que llama Dolores em espanhol e Lolita brasileira” e aí ficou, nasceu a Lolita com um parto muito difícil, né, eles aplicaram uma injeção em mim que foi a peridural que se chamava naquela época peridural nos anos 80 e essa injeção não pegou, aí eles aplicaram a geral. eles perguntavam assim: “Tá sentindo?”, eles daí umas picadinhas: “Tá sentindo?”, eu falava: “Tô sentindo, sim”, eles aplicaram a geral e eu desmaiei. Eu tinha preparado para fazer laqueadura, porque já foi um parto de risco e não houve tempo, então, eles tiraram o bebê e me mandaram pra UTI e lá eu fiquei 24 horas lá morte, praticamente, né? E pelo propósito divino, o Senhor me retornou pra poder criar a minha filha, que hoje é um fruto maravilhoso, uma arvore parecida com… uma história parecida com a história de Sara que não podia ter filhos, depois de 90 anos, Sara teve um filho. E eu depois de 40 anos, tive uma filha com um parto com risco de vida, mas eu consegui viver. Eu tive a minha filha com 45 anos, completos, minha filha nasceu dia quinze de setembro de 1985. E aí, eu concluo a historia do meu casamento. passado um tempo, ele… ainda não está concluída. Nós fomos felizes, daí que veio a criança, ele adorava criança, nossa, muito dez pra criança e nós passamos momentos muito bons com a chegada da minha filha. Só que passou alguns anos, ele também ficou doente e tal, acabou falecendo, faleceu dia dois de novembro de 2001. E aí, acabou. Eu fiquei viúva e eu estou viúva (risos).
P/1 – Eu ia perguntar se agora, atualmente, a senhora vive com alguém, se mora sozinha, se tem parentes próximos aqui em São Paulo.
R – Ultimamente, eu vivo só em uma casa, até um pouco grande pra mim, eu vivo só e no quintal, tem uma outra pessoa, um outro casal que mora no mesmo quintal, porém, na minha casa, eu vivo só na minha casa. Eu tenho a Eraldina que é a minha sobrinha, e a mais próxima que eu tenho da minha casa. Meus familiares, tem alguns deles que a gente pouco conversa, que estão em São Paulo, não estão muito distantes, mas eles não fazem tanta questão, questão de se reunir. Talvez, até por motivo de… por falta de incentivo, mas eu as procuro, eu tenho muitos sobrinhos… o ano passado, eu acabei conhecendo um sobrinho que tinha 25 anos e eu nunca tinha visto, né? E é isso.
P/1 – E a sua filha lá na Inglaterra, ele vem visitar você? tem quanto tempo que ela… se a senhora quiser contar um pouco também sobre a ida da sua filha.
R – Então, a minha filha, na verdade, ela me deu um pouquinho de trabalho na juventude, assim como todos aborrecentes, eles dão um pouquinho de trabalho, mas depois, através de muitas orações, nós conseguimos reconciliar a vinda dela para o Evangelho. E ali, ela conheceu o Charles e o Charles propôs um casamento com ela. “Tudo bem, vamos nos casar”, casaram e eles conviveram seis anos junto comigo, no mesmo quintal, né? Lá na minha casa tem um quintal grande e a gente tem uma casinha com quarto, sala, cozinha lá bem bonitinho e eles conviveram ali durante seis anos. O Charles trabalhava na TeamCClub e ele queria muito melhorar e ele não estava conseguindo uma conversação com o chefe dele para se chegar até uma promoção melhor, a qual ele merecia. E ele ficou triste e ele falou assim: “Dona Jo, eu e a Lolita, sua filha, nós queremos sair daqui, nós temos um propósito pra falar para a senhora. A gente quer ir para a Inglaterra, eu estou saindo do trabalho, eu vou deixar a Lolita aqui pra senhora ajudar ela com o Benjamim – já tinha nascido – e a senhora vai ficar cuidando dela e eu vou fazer um curso em Londres por três meses. Eu vou sentir lá como é e conforme seja, eu volto para pegar a Lolita, tudo bem dona Jô?”, eu falei: ‘Tudo bem, lembre-se que a Lolita é minha filha única, é meu tesouro e você não pode, você está expressamente proibido de dar um passo errado com a minha filha” “Não, dona Jô, pode deixar”, e lá se foi, fez um curso de três anos, voltou e falou: “Dona Jô, estiou preparado, vamos… eu vou levar a Lolita e o Benjamim”, aí lá foram eles embora. Depois de um ano, eles voltaram que foi onde nós tiramos essas fotos, né? E dizendo ele assim: ‘Dona Jô, eu estou bem, eu já tenho trabalho lá, já estou trabalhando, só a Lolita que não esta trabalhando por conta do benjamim, porque o Benjamim lá só pode ir para a escola a partir dos três aninhos”. Mas a Lolita vai trabalhar sim, porque no final desse ano, o Benjamim já vai pra escola e a Lolita minha filha já vai trabalhar. E essa viagem, pra mim, ele falou assim: “Mas a senhora vai aprovar?” “Vou sim”, porque eu vejo assim, hoje, vocês, vocês aqui, vocês são jovens, vocês têm o pleno direito de se deslocar de um país para outro, de um Estado para outro atrás do seu próprio conforto e da sua família. Então, nada impede de eu proibir vocês de… vai adiantar eu proibir vocês, adultos de ir para um outro país? Não vai adiantar, se eu falar não, vocês têm a opinião de vocês formada, eu não posso proibir, posso dizer: “Vão, e sejam bem-vindos na minha cada quando quiserem”, e é isso, eles estão muito bem, lá. Então, a Lolita depois que se casou, ela mudou assim, da águia para o vinho, entendeu? Ela retornou para a igreja, ela se casou com um membro da igreja, ela guarda os mandamentos, eles guardam os mandamentos, eles entram no templo lá onde que nós tiramos aquela fotografia, eles entram no templo com dignidade que todo proposto do Evangelho é esse: entrar no templo e ser selada para toda a eternidade, mas pra isso, precisa ser digno e eles conseguiram chegar até aí. Eu estou feliz com eles.
P/1 – Perguntar se tem alguma coisa atualmente que a senhora gosta de fazer para se divertir, se tem alguma paixão.
R – Olha, a minha paixão hoje, o meu… o que eu mais quero hoje é ser uma clarinetista formada. E tem uma outra coisa que eu mais quero é um tratamento para o meu cabelo. Essas duas coisas estão em primeiro lugar. Em terceiro lugar está ao lado da minha filha, do meu genro e do meu neto e isso é uma coisa que vai vir com o tempo, né, com o decorrer do tempo vai se conseguindo isso. E eu acredito que já esteve, né? Tá todos, assim, querendo dormir, né? (risos)
P/2 – Não. Estamos aqui ouvindo.
R – Eu posso dizer pra vocês que eu sou uma pessoa simples, eu não tenho palavras bonitas pra me expressar, então como eu disse, eu vim do Norte e aqui, essas coisas que eu falei pra vocês, eu aprendi aqui em São Paulo.
P/1 – E a senhora quer contar um pouco pra gente como que foi o encontro da senhora com a música? Como que a senhora conheceu, enfim, como foi que iniciou essa história da dona Josefa clarinetista.
R – Bom, eu já contei a história da flauta, não foi gravada, precisa repetir de novo, né?
P/1 – Se a senhora puder repetir, pra gente gravar agora.
R – Deixa eu cintar a história para o Rafael. Então, Rafael, eu tinha uma amiga, uma irmã da fé e ela ficou sabendo que eu queria tocar flauta e ela tinha uma flauta e um livro que acompanhava a flauta e ela falou assim: “Jô, você quer?”, eu falei: “Eu quero” e ela me deu a flauta, daí amarra a flauta soprando, só que ela falou assim pra mim: “Com uma condição, você vai aprender a tocar e tocar o hino da igreja pra mim, tudo bem?” ”Tudo bem”, só que eu não tinha professor e eu fiquei soprando, assim, eu sozinha em casa. E um dia, eu fiquei conhecendo uma professora, também uma irmã da fé de é professora de música e eu procurei ela, ela falou pra mim: “Eu posso dar aula pra você com uma condição, arruma mais pessoas”, aí eu falei pra ela assim: “Eu só posso arrumar mais uma pessoa que também tem o desejo de aprender” “Traga, venha. Eu vou ensinar”, nós íamos lá na casa dela uma vez por semana num período de duas horas e ela ensinava pra nós, começou a ensinar flauta doce pra nós. Só que ela precisou mudar e eu fiquei sem professora, nós ficamos sem professora e nós ficamos procurando. Então, numa escola era 150, em outra era 250, em outra era 100 e eu sempre falava: “Poxa vida, eu não posso pagar”, o moco falava: “Nem a metade?” “Nem a metade, não posso pagar é nada” “Tá bom, então não posso ajudar também” “Tudo bem”. Certo dia, eu estava conversando com uma amiga e essa amiga faz atividades no SESC. Eu estava conversando com ela sobre a flauta, né, e ela falou assim: “Você sabia que no SESC tem um setor só de música? Por quê que você não vai lá?”, eu falei: “Verdade?”, ela falou: “Vai lá quem sabe, você consegue”. Eu fui lá no SESC, aí me informei: “Aqui tem sim, curso de flauta doce” “Maravilha” “Tal dia é a inscrição”, e eu fui fazer a inscrição e no dia da inscrição, na hora da inscrição, adivinha quem estava lá? Professor Renato. Uma atendente perguntou: “Mas que curso, como é que você vai fazer?” e o Professor Renato estava aqui do meu lado e falou: “Você sabe ler partitura?” “Sei” “Então coloca ela no iniciante. Você já sopra?” “Não, eu sopro, mas não tem nenhum sentido” “Coloca ela no iniciante”, e aí, me colocou no iniciante e aí, nós tocamos durante… ele me ensinou durante seis meses e depois de seis meses veio o desafio: “Agora você precisa trocar de instrumento” “Eu não vou ficar na flauta?” “Não, você pode ficar na flauta, mas você tem que tocar um outro instrumento, também, porque o SESC quer que você evolua” ‘Tudo bem, mas que instrumento?” “Tenta a… escolhe você, tem esse; tal, tal, tal”, eu falei: “Flauta transversal”, aí ele me apresentou a dona flauta transversal e eu fui experimentar, o som até que saiu, mas aí, eu tenho uma dor assim, nesse braço, assim, é a posição, eu sentia muita dor, aí eu falei: “Professor, não tem condições” “Eu já sei, que tal clarinete?” “Clarinete? Eu nem conheço” “Eu vou te apresentar ele”, aí trouxe uma caixa, abriu e tal: “Esse é o clarinete”, montou o clarinete e falou: “Sopra”, eu soprei e não saía nada, tornei a soprar e começou, ele falou: ‘Então é isso, fica nesse, tudo bem? Você tá sentindo alguma dor no braço?” “não, senhor, não estou sentindo” “Então, vamos para o clarinete” e esta é… através daí, eu me apaixonei pelo clarinete e pela flauta também, né? No entanto que hoje eu faço a flauta tenor e o clarinete. No ano passado, o Professor Renato chega: “Mas você precisa tocar outros instrumentos”, eu falei: “Qual?” “Flauta baixo” “Não, flauta baixo não, porque eu não tenho condições de comprar, eu quero tocar um instrumento que eu possa comprar e tenha condições de carregar” “Tá, tudo bem, então você vai continuara flauta tenor até que você consiga comprar uma flauta baixo” ‘Tá bom”, e eu estou lá na tenor e no clarinete. E é isso.
P/1 – A senhora tem algum amigo que a senhora fez, alguma amizade que a assenhora fez lá no SESC?
R – Sim. Na sala de aula, a gente tem uma convivência muito boa com os alunos, assim, e apareceu uma amiga, o nome dela é Maria do Carmo, eu sinto até muita falta da Maria do Carmo, ela fuma muito e eu queria muito ajudar ela a sir desse vicio e eu me aconcheguei muito a ela e nós chegamos a almoçar juntas no SESC, ela chegou a frequentar a minha casa, ela até me deu uma plantinha que eu tenho até hoje. É uma amizade muito bonita da Maria do Carmo. E tem outras amizades também. Outras pessoas que também… outra pessoa que também nasceu essa amizade através do clarinete é a Catarina, ela é uma pessoa maravilhosa, tá sempre disposta a ajudar, ela tá sempre disposta a saber o que tá acontecendo, porque você está triste, porque você não veio na aula, porque você não fez a inscrição ainda, porque você passou… você esta doente, o que está acontecendo? A Catarina é uma pessoa assim ela é uma amiga maravilhosa que eu posso contar com ela, não só… a Maria do Carmo, eu não tenho visto ela ultimamente no SESC, mas a Catarina, pra minha surpresa, esse ano, nós voltamos a estudar juntas novamente, que o ano passado, nós não estudamos juntas, por conta que o curso… ela foi para a turma da noite e eu ano me adaptei muito com a turma da noite o ano retrasado e o ano passado, ela estudou a turma da noite e eu sai o ano passado e entrei na turma da manhã. E esse ano, ela continua na turma da noite, aí eu acabou o curso de quinta-feira de manhã, a dona Gisele acabou o curso e o professor falou assim: “Agora, você tem que ir para o curso da noite”, e eu fui para o curso da noite junto com a Catarina, também. Outra amizade muito linda é a minha com a Marta. A Marta, nós tocamos flauta juntas o ano passado todinho e nessa coisa aí outra, ela acabou indo na minha casa, ela me dá carona, tal, né e a gente acabou comendo juntas, também, na minha casa, é uma amizade muito linda, eu com a Marta. Todas elas são pessoas boas, pessoas muito legais, mas tem umas que se destacam melhor. Por exemplo, nessa entrevista, tem pessoas que se destacam melhor do que eu, eu acredito nisso, tem pessoas que se destacam menor que eu e tem pessoas fabulosas, bem a quilômetros na minha frente. Então, na amizade, no circulo de amizade é assim também, tem pessoas que a gente se adapta mais com um jeito, com a forma como elas nos trata, a forma que eu trato ela e ela aceita, né, Rafael? E aí, também tem a Thaisa que é uma menina fabulosa, ela é uma advogada, assim, muito, muito extrovertida, ela faz amizade com qualquer pessoa, ela faz toso mundo rir e ela põe, assim, um foguinho em todo mundo tem que compartilhar. É uma pessoa também maravilhosa e essas são as minhas amizades, mas a minha amizade principal que eu posso chegar a partir de hoje… você também, viu? Que eu posso chegar e dizer: “Preciso conversar com você”, ele fala: “Calma que eu já vou te chamar” é o Professor Renato. Aquele é um amigo, é um professor, é um amigo, é um irmão, é como se fosse um pai pra mim, o Professor Renato e eu posso contar com ele pra desabafar, pra pedir uma orientação, entendeu? Então, são amizades lindas que eu tenho no SESC, entendeu? O SESC, pra mim, é um setor… é um… como que eu posso me expressar? O SESC pra mim é uma instituição que fez e esta fazendo eu evoluir passo a passo.
P/1 – Legal, acho que para finalizar, eu ia perguntar se tem alguma outra atividade, alguma outra coisa que a senhora faça no SESC além de requentar o centro de música?
R – Não. Eu queria fazer hidroginástica. A minha medica pediu para que eu fizesse uma atividade física e eu procurei o SESC e eu consegui, só que a minha dermatologista não aprovou, dois médicos aprovaram, mas a minha dermatologista não aprovou, então eu só faço flauta e clarinete, só no SESC.
P/1 – Acho que é isso…
P/2 – Esse envolvimento com o SESC, ele começou quando, dona Josefa? Quando que a senhora começou a ir?
R – Em 2013.
P/2 – Desde 2013, tem ido toso o ano?
R – Todo ano. Todas às vezes que me chama, eu estou lá, todos os dias de aula estou lá no SESC.
P/2 – E sempre envolvida com as músicas?
R – Sempre envolvida com a música.
P/2 – E os outros serviços que tem ali, a senhora frequenta, também, desde o restaurante ao cinema?
R – Sim, sim. No teatro, quando tem apresentação, o restaurante, só. Porque também o meu tempo é muito limitado, também, entendeu? Isso até por conta da minha saúde, entende? Então, eu tenho assim, um tempo bem pequenininho pra… e outra coisa, tem umas atividades do SESC que eu gosto que é a música e é à noite, as apresentações e hoje eu procuro fazer tudo para não sair de noite (risos).
P/1 – Tem algum espetáculo que a senhora viu ou enfim, que marcou a senhora que a senhora lembra e que queria contar, que a senhora viu lá no SESC?
R – Que eu assisti?
P/1 – É.
R – Não, como eu falei, eu não assisti nenhum espetáculo no SESC por conta de ser à noite e à noite, eu não saio, mas eu posso dizer que eu assisti em outro SESC, SESC ou SESI, eu não sei se tinha ou ainda tem na Avenida Paulista, eu assisti um teatro infantil que é de graça, só pode ser, né? E eu achei muito, muito lindo aquilo lá, a expressão da… aquela forma das crianças se expressar, aqueles autor, muito… eu falei: “Poxa vida, um dia eu ainda vou ser uma contadora de historia”. E se falando nisso, eu pergunto: no SESC existe curso para se contar história?
P/1 – A gente ofereceu um curso de contação de histórias no ano passado, com o Pedrosa.
R – Poxa vida! Eu tenho uma vontade de contar histórias. Eu gostaria muito de ser uma contadora de histórias.
P/2 – Posso fazer outra pergunta?
R – Pode.
P/2 – A senhora falou da religião, né, quando que a senhora entrou para essa religião? Conta um pouco pra gente.
R – Tudo começou quando eu conheci o meu esposo, a filha dele já pertencia a essa religião e ela, por conta de eu conviver, ter uma família irregular perante a lei divina, ela me incentivou muito para que eu entrasse para essa religião e eu acabei me batizando lá. Faz a pergunta novamente?
P/2 – Eu queria saber como a senhora entrou para essa religião e contasse um pouco, porque a senhora é atuante, né? A senhora enfim, algum fato marcante, talvez, dentro da sua congregação? Conta um pouco pra gente.
R – Sim. Eu pedi permissão para o meu esposo, fiz um almoço até… e ele achou até engraçado: “por quê que esse almoço de hoje tá tão diferente dos demais?” ”Porque tenho uma coisa especial pra te pedir”, aí ele falou assim: “Mas o que será?” ’”Eu quero pedir permissão pra você pra eu me batizar na igreja dos Mórmons, da igreja de Jesus cristo, dos santos do últimos dias”, aí na hora, ele não pensou: “Não, mulher minha não vai ser mórmon” ”Deixa sim, puxa vida, será que eu não mereço?” “Merece sim, mas eu não vou aprovar, já tem minha família, já tem minha filha, já tem meu filho, já tem meus netos tudo, poxa vida, vocês é só igreja, é só igreja, esquecem da família”. Aí, naquela hora, depois daquele almoço tão delicadinho que eu fiz, eu falei pra ele assim; “Olhe, eu sou uma esposa obediente, eu te respeito, eu lavo pra você, eu limpo casa, eu cozinho, eu passeio com você, mas essa que você me falou eu não vou permitir, eu vou me batizar, sim. Eu não estou fazendo nenhuma coisa errada, se fosse uma coisa errada, eu admitiria, mas eu não estou fazendo alguma coisa errada, a sua filha é a favor, porque nós estamos convivendo irregular, porque nós temos que casar e você não quer casar até hoje, então, eu vou me batizar sim. Tomei a decisão”, e me batizei. E com um ano de batismo, nasceu a minha filha. A minha convivência na igreja é otimamente boa, se você permitir, eu posso desvendar ela um pouco. É assim, na igreja de Jesus Cristo, se tem uma aula hoje, no domingo, se tem uma aula por nome Raio de Sol, que tem uma aula que vai se chamar de Sou grato pelos amimais no mundo inteirinho onde que a igreja… nos países onde que a igreja conseguir entrar, aula é naquele mesmo dia com aquele mesmo nome. Se eu tenho uma aula que vai se falar de um profeta Joseph Smith, aqui no Brasil, no mundo inteirinho, naquele dia, aquela aula só vai se falar de Joseph Smith. É uma religião de muita organização. Por exemplo, nós temos classes a partir do berçário, temos um berçário que acolhe filhos dos membros e nossos visitantes a partir de um ano e cinco meses, depois, ele sai do Raio do Sol… depois ele sai do berçário, ele vai para uma classe, a qual eu recebo os alunos que se chama Raio de Sol, depois, nós vamos se reunir todos depois dessa aula de Raio de Sol, nós vamos se reunir todos em uma sala que se chama Primaria com todas as crianças a partir de dois anos até 12 anos. Esse aconchego se chama… esse departamento da igreja de Jesus Cristo se chama primaria, dali, a primaria vai distribuindo os alunos de acordo com a idade. Chegou oito anos, ele se batiza e ele vai pra uma sala que se chama CTR1, tem o CTR1 a partir dos oito anos e dos dez anos e o CTR2 a partir dos 12 anos. Ele vai para uma sala com m professor específico só para dar aula para aqueles. E daí, depois dos 12 anos, ele vai para outra sala que é a sala dos rapazes e das moças, aí já é em conjunto. Essas salas podem ser meninos e pode ser meninas, todos juntos, a partir da primária. Eles vão aprender todos esses ensinamentos, a partir do berçário, é tudo focado na vida de Jesus Cristo. Você não vê sobre aqueles profetas, os ensinamentos de Jesus cristo, quando Jesus cristo andou nas américa, quando eles ensinou o pessoal nas américas, se fala também dos antigos profetas de Elias, Noé, Joseph Smith que é o profeta atual que fez a restauração do Evangelho e nós aprendemos tudo sobre a vida de Jesus Cristo.
P/2 – E dentro dessa experiência, a senhora teve um fato, alguma coisa, uma questão marcante que tenha… de uma aula, ou de uma viagem disso?
R – Eu já vou chegar aí. Aí, o que é que nós… tem as classes do a partir dos 15 anos, quando chega nos 16 anos, esses membros vão se deslocar para algumas outras salas especificas que eles vão ficar ali até quando eles quiserem, que se chama Sociedade de Socorro, é a maior departamento de salas de aula, em relação as salas de aula que a gente vai aprender coisas mais profundas sobre os profetas, especialmente, pelo profeta Joseph Smith que foi quem restaurou o Evangelho. Mas a coisa mais gratificante que eu encontrei na igreja de Jesus cristo dos últimos dias foi a oportunidade que eu tive e que todos os membros têm, só depende deles serem dignos desta oportunidade que foi entrar no tempo e ser selado para toda a eternidade com a minha família. E qualquer membro pode fazer isso, sendo que eles cumpram os mandamentos e eles fazem as coisas certas que é não adulterar, não matar, no beber, não fumar, essas coisas ruins que o mundo hoje está cheio. Então, a melhor dadiva da minha vida foi chegar até o templo, que é onde nós tiramos aquelas fotos no dia do meu casamento, porque mesmo que a pessoa esta falecida, nós podemos fazer… eles fazem o casamento da gente, tá bom, porque quando nós passarmos desse véu para outro, nós vamos estar juntos, dependendo da minha dignidade aqui e da dignidade que ele teve aqui e que qualquer um de nós temos aqui, entendeu? Então, você me perguntou qual é a coisa mais valiosa pra mim dentro da igreja. não foi isso?
P/2 – É, qual foi um história que tenha te marcado lá dentro.
R – Então, a marcação é essa, ser selada para toda eternidade no templo, dentro do templo. Essa é a maior dádiva da minha vida dentro do Evangelho, que eu aprendi ali, tá?
P/3 – Tem alguma coisa, ao longo dessa história bonita de vida, alguma coisa que a senhora ainda pense em fazer, deseja fazer ainda? Assim, que tem um sonho, um grande sonho?
R – Olha, hoje o grande sonho requer muita situação financeira. a minha situação financeira não é lá grandes coisas e o meu sonho é ser uma clarinetista e conhecer a Inglaterra, onde que está a minha família. E também voltar a ter um diálogo por muitos dias junto com a minha família no nordeste. Então, esses são os meus sonhos.
P/1 – Só para encerrar, queria perguntar como foi para a senhora se lembrar de todas essas histórias, enfim.
P/3 – Contar essa história da vida da senhora, como que foi?
P/1 – Como que a senhora se sentiu?
R – Como eu me senti…
P/1 – Com essa experiência hoje, de agora.
R – Olha, eu aprendi… eu vou citar uma coisa antes, mas eu vou chegar onde você quer. Eu aprendi através de uma leitura há poucos meses atrás e que a memória da gente, quando a gente passa depois dos 50 ou depois do 60 ou depois do 70, a memória da gente… que eu não concordo muito com isso, a memória da gente puxa muito… fica parece, fica concreta na cabeça da gente as histórias dói renascimento: por onde eu passei, de onde eu vim, para onde eu vou, então o que eu fiz, o que eu deixei de fazer e daqui pra frente, a gente tem mais uma possibilidade de ficar esquecido, que são muitas coisas que vocês me perguntaram hoje e eu soube dizer, mas tem algumas coisas até que eu acabei falando assim: ‘Como é o seu nome Aguinaldo? E os eu nome? Como é o seu nome?”, a gente não tem muita facilidade de decorar, entendeu? Mas refaça de novo a pergunta.
P/1 – Queria perguntar: como que a senhora se sentiu contando todas essas histórias pra gente?
R – Sim, isso. Eu me senti otimamente bem e dando… subindo mais um degrau na minha vida, um degrau que vai ficar marcante para o resto da minha vida. Uma coisa que eu jamais esperava, ter essa oportunidade, mas como eu disse lá atrás, quando a gente faz as coisas certas, quando a gente pede inspiração divina, o Senhor sempre nos dá uma oportunidade para que a gente possa superar os períodos ruins que tivemos anterior e essa de hoje vai ficar marcante pra mim o resto da minha vida. Até a minha filha tá curiosa, ela vai saber, né?
P/1 – Que ótimo. Obrigada.
P/2 – Muito obrigado, dona Josefa.
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