Meu pai, Fernando de Souza, nasceu em Manaus, em 30 de março de 1919. Filho de um comerciante português, Antonio Fernandes, que veio ao Brasil para participar do ciclo da borracha e Emília de Souza, também oriunda de Portugal. Com o evidente declínio do ciclo seringueiro, a família regressou à terra natal, meu pai ainda em tenra idade.
Lá, estudou até completar a Escola Comercial. Regressou ao Brasil aos 24 anos e se apresentou para o alistamento militar. Entre cursos na caserna, chegou ao posto de sargento, justo quando o Brasil declarou guerra ao Eixo. E lá foi meu pai lutar nos campos da Itália, participando, no teatro de guerra, da tomada de Monte Castelo, entre outras ações de renome.
Voltou ao Brasil, montou um armazém no Bairro de Maria da Graça (RJ) e viveu como comerciante por alguns anos, até que resolveu voltar para Portugal. Passou lá alguns anos, onde conheceu minha mãe, Maria Celeste Curado Lopes de Souza, e retornou ao Brasil, indo trabalhar como comerciário. Os anos seguiram seu curso inexorável, criou três filhos e, em 20 de janeiro de 1999, por causa de uma obstrução urinária, deu-se o seu infausto contato com o HCE e o urologista Leonides, o que o levou a evoluir para o óbito no trágico 01 de dezembro de 2007.