Meu nome é Antônio da Costa Júnior, nasci em Sorocaba no dia 29 de dezembro de 1981. Meu pai é Antônio da Costa e a minha mãe Célia Regina Guilherme Pintor. Essa relação dos meus pais foi um segundo casamento de ambos. No primeiro casamento da minha mãe ela não teve filhos, ela engravidou cinco vezes e todos eles ela acabou tendo algum aborto espontâneo e isso acabou atrapalhando um pouco a relação mais com a família do ex-marido dela. Ela se separou e conheceu meu pai, que já vinha de um primeiro relacionamento também onde ele tinha outros três filhos. Eles se conheceram em São Paulo, meu pai trabalhava numa empresa de plásticos, uma injetora de plásticos, e estava abrindo uma unidade nova no interior, em Sorocaba. Então eles acabaram se mudando para lá. Durante esse período minha mãe engravidou mais duas vezes do meu pai e também acabou abortando e quando eles foram pra Sorocaba os médicos disseram para ela: “Bom, agora é interior, menos poluição, menos estresse, menos um monte de complicações, vamos ver se agora consegue vingar”. E eles se mudaram para lá, minha mãe engravidou, os médicos deram uma segurada nela: “Espera pelo menos até o sétimo mês antes de você correr atrás de roupinha, enxoval, quarto e fazer tudo”. Lá pelo oitavo mês eles liberaram pra ela começar a fazer tudo. Deu certo e eu nasci. O meu pai era engenheiro mecânico, minha mãe era técnica em contabilidade, mas exerceu durante pouquíssimo tempo, sempre foi dona de casa. Eu sempre fui mais próximo da minha mãe, ela sempre me ajudou muito com a escola pra fazer trabalho, pra estudar, sempre acompanhou muito de perto em todos os sentidos. O meu pai ia mais pro lado da educação, com o lado físico. Fez errado tem que apanhar.
Até os sete anos a minha avó materna morava conosco, nos fundos de casa. Então até essa época eu me lembro bastante dela. Uma das coisas que eu mais me lembro dela eram as histórias que ela contava pra mim,...
Continuar leituraMeu nome é Antônio da Costa Júnior, nasci em Sorocaba no dia 29 de dezembro de 1981. Meu pai é Antônio da Costa e a minha mãe Célia Regina Guilherme Pintor. Essa relação dos meus pais foi um segundo casamento de ambos. No primeiro casamento da minha mãe ela não teve filhos, ela engravidou cinco vezes e todos eles ela acabou tendo algum aborto espontâneo e isso acabou atrapalhando um pouco a relação mais com a família do ex-marido dela. Ela se separou e conheceu meu pai, que já vinha de um primeiro relacionamento também onde ele tinha outros três filhos. Eles se conheceram em São Paulo, meu pai trabalhava numa empresa de plásticos, uma injetora de plásticos, e estava abrindo uma unidade nova no interior, em Sorocaba. Então eles acabaram se mudando para lá. Durante esse período minha mãe engravidou mais duas vezes do meu pai e também acabou abortando e quando eles foram pra Sorocaba os médicos disseram para ela: “Bom, agora é interior, menos poluição, menos estresse, menos um monte de complicações, vamos ver se agora consegue vingar”. E eles se mudaram para lá, minha mãe engravidou, os médicos deram uma segurada nela: “Espera pelo menos até o sétimo mês antes de você correr atrás de roupinha, enxoval, quarto e fazer tudo”. Lá pelo oitavo mês eles liberaram pra ela começar a fazer tudo. Deu certo e eu nasci. O meu pai era engenheiro mecânico, minha mãe era técnica em contabilidade, mas exerceu durante pouquíssimo tempo, sempre foi dona de casa. Eu sempre fui mais próximo da minha mãe, ela sempre me ajudou muito com a escola pra fazer trabalho, pra estudar, sempre acompanhou muito de perto em todos os sentidos. O meu pai ia mais pro lado da educação, com o lado físico. Fez errado tem que apanhar.
Até os sete anos a minha avó materna morava conosco, nos fundos de casa. Então até essa época eu me lembro bastante dela. Uma das coisas que eu mais me lembro dela eram as histórias que ela contava pra mim, como por exemplo, “por que o cachorro cheira o rabo do outro?” Porque tinha tido uma festa no céu, deu uma briga, chegou a polícia, estava todo mundo com o rabo pra cima, cada um pegou um, levou embora e até hoje eles estão correndo atrás do rabo deles e procurando. Esse tipo de histórias de vó. E no interior 30 anos atrás era muito mais tranquilo, então eu brincava na rua de pega-pega, polícia e ladrão, esse tipo de coisa que a gente conseguia fazer bastante.
Durante a minha época escolar na Infância eu tive uma professora muito marcante no jardim, hoje eu não me lembro mais o nome dela, mas a feição dela eu me lembro muito bem. Não sei exatamente por qual motivo ela acabou saindo da escola onde eu estudava. Eu não queria ir mais pra escola, eu chorava, eu queria aquela professora, eu só me dava bem com ela. Ela era muito amorosa, muito carinhosa com todos. E ela me defendia muito também porque eu já era gordinho nessa época de escola. Então naquela época não era bullying, era zoeira. E quando mudou, foi um período muito complicado, dei muito trabalho pros meus pais, até que meu pai encontrou essa professora em uma outra escola e me levou até lá pra conversar com ela. A gente conversou e a partir daquele momento se resolveu todos os problemas, voltei pra escola, me adaptei com a nova professora e tocamos em frente.
Uma passagem que eu me lembro com muito carinho durante a época escolar eram as Festas Juninas. Até porque em Votorantim, que é uma cidade ali do lado que é onde eu morei efetivamente, até hoje tem a maior festa junina do Estado, acho que essa edição foi a número 103 ou 104. Então as festas juninas de escola, de participar de quadrilha, de participar das danças. De: “Ah, vai ter uma festa junina lá no Sesi”, que era muito divertido, tinha várias quadrilhas, era muito legal. E não só por causa das comidas, mas pela festa em si, pela música, pelos cheiros que tinha na festa, principalmente os cheiros me lembram muito a infância. Nas próprias festas juninas ali de Votorantim, eu lembro que meu pai comprava os ingressos para os brinquedos antecipadamente porque era mais barato. Ele comprava rolos daqueles ingressos e eu gostava muito de carro, na época a gente acompanhava muito Fórmula 1, Ayrton Senna, que é um cara que, sempre que eu toco nesse assunto me emociono. Então nas festas juninas meu pai me levava no carrinho de bate-bate e às vezes eu arrumava até confusão porque eu simplesmente não saía dos carrinhos.
Da primeira série até a oitava série eu estudei na mesma escola, então ali eu tive muitos amigos que também estudaram esse mesmo período. Eu me lembro da formatura porque na formatura da oitava série a maioria ia sair do colégio, cada um ia para uma escola diferente. Então ali a gente começou a perder um pouco do contato. E na formatura, a festa, todos nós participamos da comissão de formatura. Então durante o ano todo a gente estava sempre muito envolvido e acabou sendo uma despedida pra todos nós e foi nesse ano que eu descobri a diabete e eles me deram bastante apoio, ajuda, nesse momento. Quando eu descobri a diabetes foi ruim, mas ao mesmo tempo me trouxe uma coisa boa que há anos eu precisava e eu não sabia. Eu sempre fui gordinho e aos 13 anos eu tinha 96 quilos. Eu comecei a ter dores nos joelhos por causa do peso. Foi então que com um médico eu comecei a fazer uma reeducação alimentar. Durante um ano e meio eu fiz essa reeducação alimentar e eu perdi 30 quilos. Isso mudou completamente a minha rotina, passei a ter uma vida saudável. No finalzinho desse processo, quando a gente ia começar a alterar um pouco essa alimentação pra deixar de perder peso, em uma semana eu perdi sete quilos. Não dormia direito, urinava demais e a minha mãe começou a desconfiar, porque o meu pai já era diabético. E o meu pai nunca aceitou a doença dele, ele descobriu, e em 30 dias ele saiu de 120 quilos pra 47 quilos. Nessa semana que minha mãe começou a desconfiar ela me levou pro hospital. Chegamos lá, foi feito o exame e eu estava com 450, que era exatamente o número que eu tinha na cabeça que foi quando meu pai descobriu. Aquilo me chocou bastante porque eu também não tinha noção do que era, de como tratar, porque eu sabia que meu pai tinha, mas eu não via o meu pai se tratando e via ele ficando doente cada dia que passava, então aquele fato me assustou bastante. No final da tarde, no hospital, o meu pai chegou, antes dele entrar no leito que eu estava, a minha mãe deu a notícia pra ele e aconteceu o que eu menos esperava de um pai. Ele entrou no leito, e disse: “Você está com diabete. Você está fudido pelo resto da sua vida”. Virou as costas e foi embora. E era um momento que eu esperava algum apoio, alguma palavra de consolo, de amizade, de pai e foi isso que eu ouvi dele. Pra mim sempre foi muito claro que eu poderia ter uma vida normal, os médicos que me atenderam sempre bateram nessa tecla. Eu via, devido ao meu pai, que a doença era muito agressiva desde que você não fizesse o tratamento, então, desde que eu comecei a tomar a insulina eu nunca deixei de tomar uma dose.
O período da escolha da minha faculdade foi muito engraçado. Eu sempre quis fazer Medicina. E em Sorocaba na Faculdade de Medicina eles tinham um curso, que chamava Sim ou Não. Então você passava sexta, sábado e domingo na faculdade tendo aulas nos laboratórios com os professores, com os materiais deles pra você decidir se era realmente aquele curso que você queria fazer, se Medicina era aquilo que você imaginava. Eu fiz, gostei mas percebi que não era muito bem aquilo que eu queria. E depois eu fiz aqui na USP, tinha um curso parecido só que era de um dia só pra Física. Eu gostava muito de Física e Química. Fiz o curso, fiquei apaixonado pelo curso de Física e Matemática, me preparei durante o colegial todo pra fazer esse curso de Física e Matemática. Fiz os vestibulares, na época eu prestei sete provas e a minha mãe falou: “Bom, presta Fatec que é pública e tem aqui em Sorocaba. Se nada der certo e você passar aqui, você já está aqui”. Eu falei: “Ah, tá bom. Não passei nas outras faculdade, mas passei na Fatec. Pô, legal, aquela maior festa. Mas eu não sabia pra qual curso eu tinha feito. Fui buscar o manual do candidato e descobri: Processamento de Dados. Foi então que eu descobri que ia trabalhar com computador. “Tá bom”. Iniciei o curso, na primeira semana eu estava completamente perdido, não conhecia ninguém, até que tive minha primeira aula técnica. O programa não fazia absolutamente nada, ele abria uma tela preta e fechava, era só isso que ele fazia. Mas eu fiquei encantado e maravilhado com o resultado daquilo. Eu sou extremamente ansioso. E eu vendo aquilo: “Não, mas eu digito meia dúzia de coisa aqui e já acontece”. Muito rápido, eu me apaixonei por aquilo. Trabalhei muito tempo em diversos áreas, alguns trabalhos até me dificultaram e atrapalharam o controle da minha diabetes, mas hoje tenho minha própria consultoria e estou construindo o meu sonho profissional.
Eu sempre tive a vontade de ser pai, mas o fato da diabete às vezes me freava muito nisso porque o que eu pensava e ainda tenho um pouco de medo disso até hoje, era que meu pai teve diabetes, meus cinco tios tiveram diabetes, todos eles morreram do coração, eu sou diabético, meu filho também vai ser. E eu queria muito uma menina, porque na minha família o gene da diabete está só nos homens. Então eu queria uma menina. Eu vim de um relacionamento longo que não deu certo e na época quando eu conheci quem hoje é a minha esposa, ela já era mãe, ela tem uma menina de nove anos, então aquilo pra mim acabou ficando um pouco mais confortável, porque o meu desejo nunca foi ter um filho, meu desejo sempre foi ‘quero ser pai’ e eu via a possibilidade com ela. Fizemos um planejamento, ficamos noivos e ela me veio com a notícia que estava confirmado que ela estava grávida. Eu fiquei, acho que foi o ápice da minha vida de felicidade, eu não consigo descrever em palavras a sensação que eu tive, foi mágico aquilo. Fomos fazer os ultrassons, era um menino. Ali naquele momento eu fiquei um pouco chateado porque eu sempre planejei uma menina, sempre quis uma menina, sempre tive na minha cabeça: “Não, eu vou ser pai da Ana Clara, eu vou ter a minha Clarinha”. Fiquei um pouco decepcionado, mas depois acompanhando a gestação, que eu chegava em casa e ele reconhecia a minha voz, que ele se agitava quando eu estava perto, eu fui me apaixonando por isso, até que ele nasceu. Aí minha vida mudou completamente.
Por causa da diabete eu tenho uma retinopatia que eu já trato com laser há oito anos, mas nesse último ano se agravou um pouco mais esse problema. Em setembro do ano passado eu estava no meio de um projeto e durante esse projeto eu senti um sangramento dentro do olho. Começamos a intensificar um pouco mais esse tratamento de laser, durante um período deu algum resultado, mas a doença continuou evoluindo até o ponto que o médico chefe da equipe falou: “Não, vamos ter que operar”. Operei, deu tudo certo e recuperei 100% da visão, mas apareceu o mesmo problema no outro olho agora.
Algum problema que eu tive relacionado à diabetes foi com alguns médicos que eu passei que não me davam os melhores tratamentos para a doença. Além de alguns caso de Hipoglicemia. Hoje com o médico atual tenho uma relação completamente diferente, o vejo como um amigo e o meu tratamento melhorou muito. Um dos principais desafios que vejo hoje em viver com diabetes é a vida moderna. Hoje você vai ao supermercado, tudo é muito industrializado, ou então você tem aquelas falsas imagens, de um produto ser light. Esse tipo de coisa atrapalha bastante porque é a vida moderna não só no sentido da comida, mas a vida moderna em relação a trabalho, em relação a estresse, em relação à falta de tempo que a gente tem.
Meu maior sonho é ser pai. Hoje eu estou exercendo esse sonho, não posso dizer que eu concluí porque esse meu sonho vai ser de anos. E o meu lado profissional sempre fez parte dos meus sonhos também. Então, tenho mais alguns objetivos, que hoje é esse sucesso desse grupo de consultorias que eu faço parte. Mas hoje um sonho que eu tenho a longo prazo é conseguir aproveitar bastante o meu filho e o sucesso desse meu trabalho, então, hoje eu tenho que trabalhar pra realizar esse primeiro sonho do profissional pra depois conseguir usufruir um pouco desse sucesso, de tudo que der certo.
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