Minha história começa assim: somos em seis irmãs. Sou a segunda filha e, quando nasci, minha irmã tinham apenas um ano. Segundo conta minha mãe, ela teve muita dificuldade para cuidar de duas crianças, pois ela não tinha mais a minha vozinha, sua mãe, para lhe ajudar.
Naquela época não existia os anticoncepcionais. O meu pai era muito machista e, depois de mim e minha irmã, vieram mais quatro filhas. Não usei fraldas descartáveis, foram as fraldas de pano.
Na minha infância passei por muita dificuldade, onde não tinha roupa e nem calçados para usar. Meus pais, com muitas dificuldades, compravam um chinelo havaiana para cada filha. Esse chinelo só podia ser usado em ocasiões especiais como na missa, em festa de casamento e nos finais de semana.
Quando eu comecei ir para a escola, tinha oito anos, pois fui alfabetizada em casa pelo meu pai. Ele escrevia todo o alfabeto em um caderninho e pedia para que copiasse, escrevendo também o meu nome. Ainda lembro, como se fosse hoje, minha mãe colocou meu caderno, um lápis e uma borracha daquelas que tinham duas cores dentro de um saco de arroz, daqueles de cinco quilos, porque não tínhamos uma mochila.
A escola era longe, na verdade em uma casa adaptada, onde várias crianças de idades diferentes ficavam ali por um longo período. Eu não aprendi muita coisa não, pois ficava com muita fome, não via a hora de chegar em casa para almoçar.
Eu estudava das 7h até 12h. Não havia merenda. Quando chegava em casa, o almoço já estava no prato em cima do fogão a lenha. A comida eram muito simples, muitas vezes era só o feijão e arroz.
Depois do almoço, eu e minha irmã, às vezes as primas, íamos para o mato cortar galhos de árvores para fazer casinhas. Nós montávamos as casinhas e ali ficávamos brincando pelo o resto do dia. Já no início da noite, minha mãe nos chamava para tomar banho e jantar.
Não tinham energia elétrica e o banho era frio, mas não nos importávamos muito porque...
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Minha história começa assim: somos em seis irmãs. Sou a segunda filha e, quando nasci, minha irmã tinham apenas um ano. Segundo conta minha mãe, ela teve muita dificuldade para cuidar de duas crianças, pois ela não tinha mais a minha vozinha, sua mãe, para lhe ajudar.
Naquela época não existia os anticoncepcionais. O meu pai era muito machista e, depois de mim e minha irmã, vieram mais quatro filhas. Não usei fraldas descartáveis, foram as fraldas de pano.
Na minha infância passei por muita dificuldade, onde não tinha roupa e nem calçados para usar. Meus pais, com muitas dificuldades, compravam um chinelo havaiana para cada filha. Esse chinelo só podia ser usado em ocasiões especiais como na missa, em festa de casamento e nos finais de semana.
Quando eu comecei ir para a escola, tinha oito anos, pois fui alfabetizada em casa pelo meu pai. Ele escrevia todo o alfabeto em um caderninho e pedia para que copiasse, escrevendo também o meu nome. Ainda lembro, como se fosse hoje, minha mãe colocou meu caderno, um lápis e uma borracha daquelas que tinham duas cores dentro de um saco de arroz, daqueles de cinco quilos, porque não tínhamos uma mochila.
A escola era longe, na verdade em uma casa adaptada, onde várias crianças de idades diferentes ficavam ali por um longo período. Eu não aprendi muita coisa não, pois ficava com muita fome, não via a hora de chegar em casa para almoçar.
Eu estudava das 7h até 12h. Não havia merenda. Quando chegava em casa, o almoço já estava no prato em cima do fogão a lenha. A comida eram muito simples, muitas vezes era só o feijão e arroz.
Depois do almoço, eu e minha irmã, às vezes as primas, íamos para o mato cortar galhos de árvores para fazer casinhas. Nós montávamos as casinhas e ali ficávamos brincando pelo o resto do dia. Já no início da noite, minha mãe nos chamava para tomar banho e jantar.
Não tinham energia elétrica e o banho era frio, mas não nos importávamos muito porque aquela era a única realidade que nós conhecíamos.
Todos os dias, antes de dormir, minha mãe sentava eu e minhas irmãs no chão, fazia uma roda para nos ensinar a “rezar”. Era uma tradição que minha mãe aprendeu com minha vozinha, ainda criança.
Quando eu ia dormir, tínhamos que pedir a “ benção” para meu pai e minha mãe. Nas noites de lua cheia, eu com minhas irmãs e as primas, ficávamos até tarde da noite cantando cantigas de roda.
A minha infância foi com muitas dificuldades, porém, muito feliz! Hoje, eu daria tudo para voltar naquele tempo de criança feliz.
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