Martha Marinho, como é conhecida, nasceu em Barretos, uma cidade do interior de São Paulo, no dia 18 de outubro de 1.940. Ela teve uma infância maravilhosa. “Fui criança de verdade” - diz Martha. Ela subia e brincava de balanço nas árvores. Em sua cidade natal, hoje conhecida como a capital do rodeio no país, os animais mais comuns eram os cavalos e os bois. Era tradição as famílias se reunirem em desfiles de cavalos pela cidade. Martha lembra também que ia buscar o gado no sítio com seu avô, com quem passou momentos maravilhosos. Martha conta que em suas férias chegava a ler até 30 livros. Estudava muito e, além da escola, estudava piano, aula de arte e pintura, conseguindo dividir bem seu tempo entre brincar, ir à escola e estudar piano. Na época a família era formada pela sua mãe dona Dina, o pai seu José Manoel, seus avós e ela, que era filha única. Como esquecer do carinho de seu pai, que era um homem muito alegre e sempre a incentivava em tudo que gostava de fazer Ela conta que gostava de fazer várias coisas, como teatro, onde elaborava seus próprios textos, roupas e enfeites. Mas aos quatro anos de idade, algo aconteceu que mudaria parte de sua vida para sempre. Em um belo dia, quando acordou pela amanhã, viu algo enorme em sua sala. Nunca imaginava que teria uma surpresa tão grande Ficou parada olhando aquele enorme piano. Este presente foi dado pelo seu querido pai. Ela o carrega até hoje e quase todos os dias senta em seu piano e toca. Martha também lembra com muita saudade de sua amiga inseparável, Ivone. Elas estavam sempre juntas, conversando sobre namorados, fazendo pesquisas e dividindo segredos. “Ela era minha confidente” - diz Martha. Estudaram juntas da 5ª série até o colegial, momentos que foram marcantes em suas vidas. Depois de algum tempo, Ivone foi morar em Mato Grosso e nunca mais elas se viram. Mas por coincidência este ano, no mês de julho,...
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Martha Marinho, como é conhecida, nasceu em Barretos, uma cidade do interior de São Paulo, no dia 18 de outubro de 1.940. Ela teve uma infância maravilhosa. “Fui criança de verdade” - diz Martha. Ela subia e brincava de balanço nas árvores. Em sua cidade natal, hoje conhecida como a capital do rodeio no país, os animais mais comuns eram os cavalos e os bois. Era tradição as famílias se reunirem em desfiles de cavalos pela cidade. Martha lembra também que ia buscar o gado no sítio com seu avô, com quem passou momentos maravilhosos. Martha conta que em suas férias chegava a ler até 30 livros. Estudava muito e, além da escola, estudava piano, aula de arte e pintura, conseguindo dividir bem seu tempo entre brincar, ir à escola e estudar piano. Na época a família era formada pela sua mãe dona Dina, o pai seu José Manoel, seus avós e ela, que era filha única. Como esquecer do carinho de seu pai, que era um homem muito alegre e sempre a incentivava em tudo que gostava de fazer Ela conta que gostava de fazer várias coisas, como teatro, onde elaborava seus próprios textos, roupas e enfeites. Mas aos quatro anos de idade, algo aconteceu que mudaria parte de sua vida para sempre. Em um belo dia, quando acordou pela amanhã, viu algo enorme em sua sala. Nunca imaginava que teria uma surpresa tão grande Ficou parada olhando aquele enorme piano. Este presente foi dado pelo seu querido pai. Ela o carrega até hoje e quase todos os dias senta em seu piano e toca. Martha também lembra com muita saudade de sua amiga inseparável, Ivone. Elas estavam sempre juntas, conversando sobre namorados, fazendo pesquisas e dividindo segredos. “Ela era minha confidente” - diz Martha. Estudaram juntas da 5ª série até o colegial, momentos que foram marcantes em suas vidas. Depois de algum tempo, Ivone foi morar em Mato Grosso e nunca mais elas se viram. Mas por coincidência este ano, no mês de julho, Martha recebeu um telefonema, uma mulher lhe fazia perguntas sobre o passado. Quando esta disse ser a sua grande amiga Ivone, Martha quase caiu no chão de tanta emoção, pois não falava e nem via sua amiga desde 1960, há 50 anos. Ivone contou que já havia algum tempo que ela a estava procurando. Para recordar os momentos bons e matar a saudade, elas irão se reunir no final do ano com alguns amigos do passado. “Vai ser uma grande alegria” - diz Martha. Sobre, a escola lembra que as regras da época eram muito sérias, o uniforme era obrigatório, tinha saia, com meias longas, gravatas e boina. A coordenadora ficava na porta, verificando se o uniforme estava em ordem, senão ia embora para casa, pois não podia entrar na escola. Dentro da escola não era permitido falar de namorado, e também havia alguns livros na época que eram proibidos de serem lidos pelas adolescentes, mas Martha sempre dava um jeitinho de ler, como por exemplo os do autor Jorge Amado. Ela diz que hoje a escola é mais aberta, pois naquele tempo era muito rígida. Porém havia suas vantagens, o professor era mais valorizado e respeitado pelos alunos, família e inclusive pelo Estado. “A escola era diferente e eu agradeço a Deus por ter passado por ela” - diz Martha. Nas férias, Martha e seus amigos usavam a escola para um hobby que gostavam de fazer, o teatro. Lá ela encenava, elaborava textos e inclusive usava as roupas de sua mãe para o figurino das peças. Martha lembra do pai com muita saudade: “Meu pai era um homem forte, muito bonito de olhos azuis.” Ele era muito presente na sua vida, sensível às coisas ao seu redor, a incentivava em tudo que ela gostava de fazer. Sua alegria era contagiante, sendo um dos responsáveis pelo amor que ela tinha pela música. Seu pai viajava muito e, em uma dessas viagens, ele não retornou mais para casa. Seu José tinha um jipe que capotou perto da cidade de Brasília, onde veio a falecer, deixando sua mãe viúva aos 38 anos. Martha, por ser filha única, teve que cuidar de tudo sozinha naquele momento, pois sua mãe não tinha forças perante aquela tragédia. “ Foi um momento muito difícil para mim” - comenta ela. Mas Dona Dina, sua mãe, nunca deixou que a casa fosse um ambiente triste. Martha se casou em São Paulo, no dia 06 de julho de 1963, com seu querido esposo João, que como ela, era professor. Como ela se casou em São Paulo, não esperava ninguém da cidade dela na igreja, pois na época ela morava em Barretos. Uma grande surpresa a aguardava Quando entrou na igreja, o professor de canto de sua religião, a Presbiteriana, tinha levado todos os colegas do coral que ela fazia parte. Ela ia entrar sozinha na igreja, pois não tinha mais seu pai para conduzi- la, mas quando viu todos os seus amigos ali, desistiu de entrar sozinha e pediu ao seu primo que a levasse até o altar. “A música foi a coisa mais linda do mundo, teve muita melodia e alegria. Sou a pessoa mais feliz do mundo” - diz ela. O resultado destes 47 anos de união com seu esposo João, são seus 4 filhos: José, Anael, Zé Márcio e Márcia e seus netos: Sara, João Gabriel, Eduardo, Catarina, Gabriela e Rafael. Ela fala com muito carinho e amor de sua grande família. Martha também dividiu uma grande tristeza conosco, que foi a perda de sua mãe, amiga e companheira, no mês de julho deste ano, que por coincidência ou não, foi o nascimento do seu mais novo neto, João Gabriel. Estudou e se formou em História e Sociologia Política. Além de pianista e regente de corais de igreja, ela lecionou para inúmeras instituições públicas e privadas, sendo professora de História por mais de 36 anos. Sua vida como professora teve início aos 14 anos, quando dava aula de música, depois começou a dar aula no Sistema Estadual com 17 anos. Martha diz que valeu a pena ser educadora, pois cultivava sempre o amor e o respeito pelos os seus alunos e eles por ela, porém não era fácil ser educadora, todos tinham que colaborar em todos os sentidos, para um bom convívio na sala de aula. Ela tem muito orgulho de ser amiga e de ter deixado boas lembranças de sua passagem como professora pela vida de muitos indaiatubanos. Martha recebeu um convite do Rotary Clube para escrever um livro sobre a história de Indaiatuba e o público alvo seria os adolescentes. Ela aceitou, mas pôs uma condição: os personagens seriam de Indaiatuba. Foi aceita a sua condição e o livro cujo título é “Uma Aventura na Terra dos Indaiás” , levou 9 meses para ser produzido. A renda da venda dos livros foi transformada em vacina para erradicar a poliomielite na África . Ela ficou muito orgulhosa por ter dado esta ajuda humanitária. Atualmente, Martha divide seu tempo em trabalhar na Ótica Oculares de sua propriedade e de ser presidente do Conselho Consultivo do Pró-Memória, onde trabalha para preservar a história de Indaiatuba, sempre atenta para conseguir informações sobre o que deve ser feito pela memória da cidade. Mostra com grande satisfação o diploma de “Parceira da Cultura”, recebido da Secretaria da Cultura, e o certificado de honra PAUL HARRIS. Foi convidada a conhecer a Educação em Israel. Da nossa região, somente duas pessoas foram convidadas, sendo ela foi uma delas. Como professora de História ficou muito feliz em conhecer Israel e o Egito. Ela relatou um momento inesquecível deste passeio: “Um dia acordei e da janela do hotel vi as três pirâmides. Até chorei de emoção”. Ela deixa uma Mensagem aos jovens: “Preparem-se bem para a vida, para serem felizes , para colaborarem com a comunidade. Se preparem estudando, observando e pensando em como podemos ajudar a nossa família, nossa escola e nosso país. Não podemos nunca parar... Temos que continuar sempre...”.
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