Maria Adília Pontes Ribeiro nasceu em 27 de dezembro de 1950, no Estado do Amazonas, no Seringal São Luís do Mamuriá, vindo para o Acre nos seus primeiros cinco anos de vida.
Alfabetizada apenas aos nove anos, em virtude das dificuldades então impostas aos que viviam em seringais e pequenas propriedades rurais no Acre, cursou as séries iniciais do Ensino Fundamental na Escola Mário Lobão, Escola Machado de Assis e Escola Santa Quitéria.
Há que se destacar, contudo, que já nos anos de 1972 e 1973 foi monitora do Mobral, no município de Rio Branco, especificamente na residência de sua avó (Adília de Holanda Campelo Bessa), localizada na Colônia Aquiles Peret.
De 1972 até 1973 trabalhou, mediante contratos temporários, nas escolas Mario Lobão e Coronel Dantas I.
Em 1973 participou do Curso de Primeiros Socorros para Auxiliar de Enfermagem, realizado pela Cruz Vermelha, para atualização de professores em Escolas Rurais.
As séries finais do Ensino Fundamental foram concluídas apenas em 1974, quando já tinha 25 anos, através de Ensino Supletivo.
O ano de 1974 ficou marcado também pela realização de seu casamento com Francisco Oliveira Ribeiro e pela assinatura de seu primeiro contrato efetivo de trabalho na Secretaria Estadual de Educação, modalidade de 40 h.
Estabeleceu-se então como professora na Escola Mário Lobão, na Colônia Juarez Távora.
A conclusão deste ciclo possibilitou a realização de um sonho, a saber, a conclusão de um curso técnico integrado ao ensino médio que validava sua carreira como professora nas séries iniciais do ensino fundamental.
Assim de 1975 a 1979 cursou o “Magistério” na Escola SESEME (atual Colégio Estadual Rio Branco – CERB), um período de muitas dificuldades, sobretudo porque precisava conciliar os estudos com a criação de suas duas filhas (Juvina Maria Pontes Ribeiro Magalhães e Josina Maria Pontes Ribeiro de Alcântara)...
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Maria Adília Pontes Ribeiro nasceu em 27 de dezembro de 1950, no Estado do Amazonas, no Seringal São Luís do Mamuriá, vindo para o Acre nos seus primeiros cinco anos de vida.
Alfabetizada apenas aos nove anos, em virtude das dificuldades então impostas aos que viviam em seringais e pequenas propriedades rurais no Acre, cursou as séries iniciais do Ensino Fundamental na Escola Mário Lobão, Escola Machado de Assis e Escola Santa Quitéria.
Há que se destacar, contudo, que já nos anos de 1972 e 1973 foi monitora do Mobral, no município de Rio Branco, especificamente na residência de sua avó (Adília de Holanda Campelo Bessa), localizada na Colônia Aquiles Peret.
De 1972 até 1973 trabalhou, mediante contratos temporários, nas escolas Mario Lobão e Coronel Dantas I.
Em 1973 participou do Curso de Primeiros Socorros para Auxiliar de Enfermagem, realizado pela Cruz Vermelha, para atualização de professores em Escolas Rurais.
As séries finais do Ensino Fundamental foram concluídas apenas em 1974, quando já tinha 25 anos, através de Ensino Supletivo.
O ano de 1974 ficou marcado também pela realização de seu casamento com Francisco Oliveira Ribeiro e pela assinatura de seu primeiro contrato efetivo de trabalho na Secretaria Estadual de Educação, modalidade de 40 h.
Estabeleceu-se então como professora na Escola Mário Lobão, na Colônia Juarez Távora.
A conclusão deste ciclo possibilitou a realização de um sonho, a saber, a conclusão de um curso técnico integrado ao ensino médio que validava sua carreira como professora nas séries iniciais do ensino fundamental.
Assim de 1975 a 1979 cursou o “Magistério” na Escola SESEME (atual Colégio Estadual Rio Branco – CERB), um período de muitas dificuldades, sobretudo porque precisava conciliar os estudos com a criação de suas duas filhas (Juvina Maria Pontes Ribeiro Magalhães e Josina Maria Pontes Ribeiro de Alcântara) nascidas uma no ano de início e outra no ano de conclusão do curso.
Apesar disso, em 1979 participou do treinamento para utilização da Cartilha da Mônica.
Também teve oportunidade de lecionar na Escola Coronel Dantas I e Theodolina Falcão Macedo, ambas localizadas no Bairro das Placas, bem como na Escola Mozart Donizet.
No ano de 1985 participou do processo de implantação da Escola Elozira dos Santos Thomé, sendo a primeira diretora da referida escola.
É importante ressaltar que neste período conciliava a atividade de gestão com as atividades de ensino.
Amante do conhecimento, a professora entendia que os que não nascem em famílias abastardas têm a educação como única possibilidade de ascensão social.
Aproveitava cada oportunidade (as poucas disponíveis) para aprender, construir um bom curriculum para se inserir no mercado de trabalho e, ainda, contribuir positivamente com a educação pública de qualidade no Estado.
A família relata que muitas vezes recebia na própria casa alunos que tinham dificuldade de aprendizagem, fazendo com que a professora se tornasse uma pessoa muito querida na comunidade.
Na zona rural, chegou a fazer visitas a famílias para que os pais permitissem o acesso de crianças ao ensino fundamental, sempre logrando êxito porque convencia os outros com seu exemplo e história de vida sofrida nos seringais.
Assim, em 1985, participou do Curso para Formação de Diretores e Vice Diretores (60 h/a) e do V Congresso dos Professores do Acre, cujo tema foi Educação e Constituinte.
Em 1986, participou do Curso de Treinamento e Aperfeiçoamento de Professores da Zona Urbana de 1ª a 2ª série (120 h/a), do Curso de Português para Docentes de 1ª a 4ª série (80 h/a), do Curso de Introdução ao Programa Monhangara I (40 h/a) e do Treinamento para Sala de Leitura (40 h/a).
Apenas em 1988 conseguiu ter acesso ao ensino superior quando, através de Vestibular, iniciou o Curso de Geografia na Universidade Federal do Acre (UFAC).
Neste mesmo ano, concluiu o Curso de Estudos Sociais para docentes de 1ª a 4ª série (60 h/a) e participou da XI Semana de Estudos Geográficos, promovida pela Universidade Federal do Acre (30 h/a).
Em 1992, já formada foi aprovada novamente em concurso público estadual – modalidade de 20 horas
Inspirada pelo Geógrafo Milton Santos e na Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, comprometeu-se com um ensino crítico e militante, razão pela qual fazia questão de colocar suas filhas e sobrinhas em escolas públicas, participar de todas as reuniões de pais e ajudar no que fosse necessário para a melhoria da educação no Estado.
No ano de 1993 participou de Seminário de Integração do Ensino de 1º, 2º e 3º Graus e em 1996 concluiu o Curso Construção do Pensamento Geográfico – Novas perspectivas, ambos com carga horária de 60 h/a e ofertados pela Universidade Federal do Acre (UFAC).
Em 1998 se aposentou de seu primeiro contrato efetivo como professora no Governo do Estado do Acre.
Em 1999, foi publicamente homenageada na Escola Elozira dos Santos Thomé, sendo certificada pelos bons serviços prestados desde a fundação da Escola até aquela data.
A homenagem e certificação foi reproduzida no ano seguinte e, a partir de então a professora passou a ser convidada para relatar a história de criação da escola aos alunos.
Em 2005, por motivo de doença, foi afastada de sua função de professora de geografia no seu segundo contrato efetivo de trabalho.
A partir de então, passou a colaborar com a secretaria da Escola Elozira dos Santos Thomé e especialmente com o Laboratório de Informática, o que lhe motivou a ampliar seus conhecimentos de informática com suas filhas e acessar constantemente a internet para ensinar alunos e sua netinha (Aimêe Kathryn Ribeiro Magalhães) a realizarem pesquisas.
Trabalhou feliz na Escola Elozira dos Santos Thomé até dia 30 de dezembro de 2013.
Viajou para tratamento de saúde na primeira semana de janeiro, retornando em 13 de fevereiro de 2014.
Em 22 de fevereiro de 2014 faleceu em virtude de um tipo de câncer demasiadamente agressivo.
Seus amigos renderam-lhe a ultima homenagem confeccionando uma camiseta que traduzia parte do que se ouviu durante o funeral: “sempre estendeste a mão quando se fez necessário, estando sempre ao nosso lado.
Não criticava sem motivo, era franca, falava com o coração.
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Fizeste a diferença nos estendendo a mão, nunca sendo problema, mas sim a solução.
Tentava sempre nos compreender, não se julgava melhor, era sempre a Maria, por muitas vezes mãe de todos nós.
Sentiremos eternas saudades suas”.
Como resultado de sua vida, uma família estruturada, uma escola erguida, centenas de alunos já incluídos no mercado de trabalho, dentre estes suas duas filhas para quem deixou o legado de que é preciso investir tempo e talento na educação pública, o que incluí participação em movimentos sociais, especialmente nas atividades promovidas pelo Sindicato Trabalhadores em Educação do Acre (SINTEAC).
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