Tenho aprendido com todas as experiências que tenho vivido até aqui em função das memórias das pessoas, que às vezes, voltar no tempo, te impulsiona para o futuro.
Essa conexão com o Luís, tem me mostrado o quanto amizades podem ser valiosas, e mantê-las é mais ainda.
Acompanhei o diálogo e o carinho entre ele e Holavo Salum e percebi o quanto coisas pequenas e simples podem ser tão preciosas.
Resgatar pedaços de um site perdido no mar da web, entre 815 bilhões de outros sites, é uma delas…
Andar carregando um pacote imenso para cima e para baixo com parte do Acervo dele, também…
Vi, brilho em seus olhos, nesses dois momentos.
Por Luís Guilherme Fogaça Thormann
“Ah pescar…
Quem nasce em Rio Grande/RS, dificilmente fica sem contato com a pesca, os peixes, a lagoa, o mar…
Desde minha infância tive a atenção voltada para a praia, as águas que cercam minha cidade, as atividades das fábricas de peixe, a venda direta de pescados na Orla da Lagoa, na doca do mercado, enfim.
Aos dez anos de idade já tinha a permissão dos pais para atividades na rua. Jogos de bola, pescaria, brincadeiras e tudo que a juventude nos anos 60 experimentava.
Morava a três quadras do cais. Ali eu presenciava às vezes, botes superlotados de camarão, sem comprador interessado, davam para a população que enchia sacolas e levava feliz para descascar e preparar em casa. Minha turma adorava pescar. Íamos perto do RGYC (Rio Grande Yacht Club) exercitar nosso esporte favorito. Pescávamos corvinas, peixe-rei, bagres, burriquetes, linguados, e tudo o que se pode imaginar de fartura de fauna aquática. Usávamos linha de mão, enquanto os adultos preferiam os caniços de fibra e as carretilhas Penn, americanas, famosas e caras. Tínhamos como preferência o cais onde hoje se localiza o CCMAR da FURG, os fundos da CEEE, e até a hidroviária. Às vezes nadávamos para espantar o calor. A isca, normalmente o camarão, pegávamos com jereré, feito de...
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Tenho aprendido com todas as experiências que tenho vivido até aqui em função das memórias das pessoas, que às vezes, voltar no tempo, te impulsiona para o futuro.
Essa conexão com o Luís, tem me mostrado o quanto amizades podem ser valiosas, e mantê-las é mais ainda.
Acompanhei o diálogo e o carinho entre ele e Holavo Salum e percebi o quanto coisas pequenas e simples podem ser tão preciosas.
Resgatar pedaços de um site perdido no mar da web, entre 815 bilhões de outros sites, é uma delas…
Andar carregando um pacote imenso para cima e para baixo com parte do Acervo dele, também…
Vi, brilho em seus olhos, nesses dois momentos.
Por Luís Guilherme Fogaça Thormann
“Ah pescar…
Quem nasce em Rio Grande/RS, dificilmente fica sem contato com a pesca, os peixes, a lagoa, o mar…
Desde minha infância tive a atenção voltada para a praia, as águas que cercam minha cidade, as atividades das fábricas de peixe, a venda direta de pescados na Orla da Lagoa, na doca do mercado, enfim.
Aos dez anos de idade já tinha a permissão dos pais para atividades na rua. Jogos de bola, pescaria, brincadeiras e tudo que a juventude nos anos 60 experimentava.
Morava a três quadras do cais. Ali eu presenciava às vezes, botes superlotados de camarão, sem comprador interessado, davam para a população que enchia sacolas e levava feliz para descascar e preparar em casa. Minha turma adorava pescar. Íamos perto do RGYC (Rio Grande Yacht Club) exercitar nosso esporte favorito. Pescávamos corvinas, peixe-rei, bagres, burriquetes, linguados, e tudo o que se pode imaginar de fartura de fauna aquática. Usávamos linha de mão, enquanto os adultos preferiam os caniços de fibra e as carretilhas Penn, americanas, famosas e caras. Tínhamos como preferência o cais onde hoje se localiza o CCMAR da FURG, os fundos da CEEE, e até a hidroviária. Às vezes nadávamos para espantar o calor. A isca, normalmente o camarão, pegávamos com jereré, feito de mosquiteiros velhos que recortávamos, reciclando, do nosso jeito, tecidos usados nas nossas casas. Fazíamos um aro de arame e alí costurávamos aquele tecido furadinho construindo um funil de telinha. Amarrávamos fios de nylon para puxar a redinha e estava pronta nossa armadilha para capturar a isca. Para pescar, a linha de fundo montada com chumbada feita de vela de ignição usada que conseguíamos de graça nas oficinas, anzol e linha comprados nas casas de pesca. A fartura de peixes era constante. Aprendemos a limpar, porque ninguém se dispunha a limpar nossos peixes. Entendíamos aquela movimentação e comércio de pescados… preços, que dava vontade de ajudar os pescadores, dando dicas de qual barraca pagava mais… Negociação, quem pagava quanto, sabíamos tudo!!!
Quando o peixe mordia a isca, sabíamos que peixe viria. Se alguém errasse o palpite, era vaiado pelos amigos. Tudo muito natural e espontâneo. Todos aceitavam a brincadeira. Anos após, a alma pescadora chama e voltamos a pescar lá pelos anos 90/00. Encontramos casas de esporte com especialização em pesca. Mundo novo. Clubes de pesca organizados, referência em equipamentos, e o esporte regulamentado. Pesquei como não filiado mas em seguida já estava envolvido em competições conhecendo atletas do estado inteiro e sendo colega de atletas que pescavam a nível nacional e mundial. Não demorou muito para estar totalmente envolvido na organização, divulgação e participação em eventos de pesca esportiva. Assim, entrei para o Clube Regatas Rio Grande, departamento de pesca, criei o site Pesca Tchê e organizei, em conjunto com outros atletas entusiasmados, competições de pesca de nível estadual com repercussão nacional. Passamos a ser divulgados em publicações de pesca e sites de todo o país. Um orgulho ter feito minha parte tentando trazer mais e mais atletas para o esporte da pesca…”
Continua…
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