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História
Personagem: Jefferson Pereira
Por: Museu da Pessoa, 21 de setembro de 2011

Luxuoso lixo

Esta história contém:

Luxuoso lixo

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“Minha primeira venda na Feira da Benedito Calixto foram umas florezinhas de lata, um metal prateado; deviam ser mais de cem flores. Eu levei para casa, peguei um produto e comecei a limpar. Vendi todas no espaço de três a quatro horas e voltei com um bom dinheiro para casa. Aí meu pai falou: ‘Eu não acredito que você está vendendo lixo!’ Eu falei: ‘Estou vendendo e ainda vou ganhar dinheiro com isso.’ E desde aquele dia já se passaram 16 anos lá. Até minha esposa eu conheci na Benedito Calixto. A mãe dela trabalhava lá, deixou o trabalho e aí eu a conheci. Eu costumo dizer − ela fica louca da vida − que o meu maior achado de antiguidade é ela. Mas as coisas mudaram, o volume de colecionadores que frequenta a Feira há alguns anos era muito maior. Com o advento da internet a pessoa não precisa mais sair de casa. Ele entra no computador, acessa e compra por ali. Eu mesmo vendo pela internet, pelo Mercado Livre. Eu tenho um domínio registrado para eventualmente construir um site, até um domínio muito legal que eu consegui registrar, e quero fazer um site muito legal. Mas o fato é que as feiras estão em decadência; a magia de a pessoa chegar ao vivo e em cores, examinar, gostar e comprar uma peça é uma coisa que está se perdendo. E apesar de saber disso eu não conseguiria mais sair de lá. É muito gostoso você chegar todo dia de manhã, montar sua barraca, conversar com aqueles clientes antigos. Você conta a história daquela peça que você está vendendo para um particular; ele escuta atentamente, às vezes até te revela alguma coisa daquela peça que você não conhecia; então você aprende, você absorve a informação. É muito legal. Acho que é uma coisa que entra no sangue e não sai mais, vira vício. A minha casa, por exemplo, eu construí com material de demolição. Demoliram três casas e eu comprei 37 mil tijolos antigos, que usei na obra. Os tijolos da minha casa vieram...

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P/1 - Jefferson, primeiro eu gostaria de agradecer a sua presença aqui, de ter aceitado o nosso convite. E para começar eu gostaria que você falasse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R - Meu nome completo é Jefferson Pereira, nasci no bairro da Vila Maria em 30 de dezembro de 1967.

P/1 - E qual é o nome dos seus pais?

R - Pedro Pereira e Alice Gonçalves Pereira.

P/1 - E qual é a atividade deles?

R - Meu pai é comerciante e a minha mãe é aposentada.

P/1 - E qual comércio seu pai tinha?

R - Meu pai já teve metalúrgica, e hoje em dia ele compra e revende sapatos.

P/1 - E o que você se lembra da infância da atividade do seu pai, da movimentação da sua casa lá na Vila Maria?

R - Na Vila Maria eu não lembro bastante, mas eu lembro muito do Brooklin. Aliás, eles moram lá até hoje. Eu me lembro de quando eu era criança, ele tinha a empresa dele e ele vivia falando para mim: "Vamos que eu vou te ensinar a trabalhar". Isso com 14 anos. Uma parte engraçada era que ele chegava para mim: "Você vai trabalhar no escritório, mas eu quero que você saia comigo porque eu vou te ensinar a trabalhar com vendas". Eu falava assim: "Eu morro, mas eu nunca vou ser um vendedor na minha vida". Aí, hoje ele diz que eu cuspi para cima porque eu sou pior, eu compro e vendo, sou comprador e vendedor, que é a pior raça que tem (risos).

P/1 - Antes de você falar das suas atividades, eu queria voltar um pouquinho para sua casa de infância, do que você se lembra dela, se você tem irmãos, como era esse cotidiano?

R - Sim, eu tenho um irmão e uma irmã. Hoje eu tenho 43, meu irmão tem 42 e minha irmã tem 41 anos. Nós tivemos uma infância muito boa, que era a infância de ficar o dia todo na rua brincando, se divertindo, correndo, conversando com os amigos, isso era muito livre. Viajávamos muito pro interior, tínhamos parentes no interior, então, brincávamos muito na terra. Nos divertimos muito.

P/1 - Do que vocês gostavam...

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