Ela morou em Coxilha até os quatro anos, depois o pai comprou uma casa em Passo Fundo e foram morar lá porque precisava continuar seus estudos. Nas férias e finais de semana vinham para a cidade natal, brincava de esconde-esconde, pega-pega, caçador e fazer a roda de histórias de terror e de lobisomem na casa do seu Soares. Certa vez, subiu em cima de um caminhão cheio de toras e mandaram-na saltar de lá porque iam abrir um lado do caminhão para as toras rolar de cima. Ela caiu e quebrou o braço, Luci foi levada para casa, seu Gentil falou que sabia que aquilo ia acontecer porque ela era pior que piá, depois o pai a levou para o pronto socorro e todos os seus amigos foram visitá-la. Outro dia foi andar a cavalo, um cavalo meio velho, com um problema nas pernas, ela caiu na frente de uma oficina cheia de gente, ficou vermelha de vergonha porque perguntaram se tinha se machucado e ela disse que não. Levantou foi até a esquina e começou a chorar, saiu correndo para casa levando o cavalo até o irmão e o pai a levou para o pronto socorro. Ela ia no mato e nos rios com os irmãos e eles a jogavam de um lado ao outro do rio. Quando Coxilha se emancipou a mãe dela levou-a andar de trem, passeio este que a deixou deslumbrada com a paisagem. Ela sempre quis ser professora por que sua mãe também era. Seu sonho era estudar e o pai também a incentivava, ele gostava de ler, tinha muitos livros, quando não tinha livros lia dicionários. Como adorava a leitura e a escrita, foi ele quem escreveu a letra do hino do município e o livro que conta a história de Coxilha. Após anos de estudos realizou seu sonho formando-se como professora. A primeira vez que lecionou foi na escolinha do Rio do Peixe, interior do município. No inverno tinha um fogão na sala de aula, certo dia chegou um senhor com um carroção cheio de lenha pra ela fazer fogo, o homem percebendo sua dificuldade resolveu ensiná-la e todos os dias antes dos alunos chegarem ela deixava a sala...
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Livro publicado pelo pai de Luci (Luzardo Sartori)