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História
Personagem: Shoshana Baruch
Por: Museu da Pessoa, 29 de setembro de 2011

Judaico Universal

Esta história contém:

Judaico Universal

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“O restaurante abriu como rotisseria, porque em Israel é comum a pessoa vir e comprar comida. Só que nós viemos para um país que tinha empregadas em casa, empregadas que cozinhavam; na época as pessoas não compravam comida pronta, compravam ingredientes. Então o restaurante, quando abriu, na verdade, tinha só duas mesas e o balcão: um balcão de doce e um balcão de comida. A ideia era que a pessoa viesse, pegasse a comida e fosse embora. Naquela época, por volta de 1976, era tudo judeu no Bom Retiro. Feriado judaico, como Rosh Hashaná, Yom Kippur, ficava tudo fechado. E nosso restaurante, claro, sempre teve vários pratos judaicos: tem uma entrada que se chama guefilte fish, que é um bolinho de peixe que serve com um molho de raiz-forte com beterraba; tem o mocotó gelado; tem hering marinado; tem sardinha marinada; temos saladas búlgaras, que faço lá; pimentão de berinjela; tem homus com tahine, que é israelense; tem salada cole slaw, que é americana, mas que eu adaptei. O que sai mais é o guefilte fish e o patê de fígado. Foi assim por muito tempo, mais pratos judaicos, mas chega uma hora que só esse tipo de comida não dá para pagar as despesas, então tivemos que adaptar. Os clientes sempre foram principalmente os donos de lojas aqui do Bom Retiro, gerentes de bancos, e, como eu falei, no começo era balcão, não tinha onde ficar; eles comiam em pé. Mas aconteceu que foi se formando um boca a boca, porque eles vinham e gostavam, e então: ‘Põe mais mesa’, ‘Põe mais mesa’. E aos poucos a clientela foi mudando. Os coreanos gostam de vir comer peixe, mas têm outros que comem tudo, até comida judaica, até guefilte fish. Tem coreano que vai direto ao guefilte fish, come varenik, come férfale; gostam. Agora meu filho está assumindo a cozinha e ele entrou com pratos contemporâneos, que não tinham antigamente. Cozinha contemporânea é prato do mundo inteiro: é filé-mignon com molho madeira;...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, Shoshana, em primeiro lugar eu queria agradecer a sua participação nesse projeto.

R – Eu que agradeço.

P/1 – Para começar eu gostaria que você falasse o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Meu nome é Shoshana Baruch, eu nasci em Israel, na cidade de Haifa; e eu nasci em nove de março de 1949.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R –Meus pais? Minha mãe é Lina Levi, e meu pai Haim Varsano.

P/1 – E o que é que eles faziam? Qual a atividade deles?

R –Meu pai faleceu. E meus pais sempre foram comerciantes.

P/1 – E que tipo de comerciantes? O que eles vendiam?

R –Vendiam iogurte, queijo, queijos amarelos e sorvete.

P/1 – E você tem irmãos?

R – Dois.

P/1 – E como é você nessa escadinha? Você é a mais velha?

R – Eu sou a mais velha, a maior.

P/1 –Eu gostaria que você falasse para a gente como é que era a sua infância lá em Israel? Como é que era? Doque você gostava de brincar?

R –Brincar? Lá em Israel as crianças brincavam embaixo. Nós morávamos num apartamento e a gente brincava na calçada, como brincam aqui de gude, eu não sei como se chama aqui, que salta, de esconde-esconde.Lá é tudo... era uma infância.

P/1 – E a sua família é de Israel mesmo?

R – Não, meus pais vieram da Bulgária, depois da guerra foram para Israel.

P/1 – E você sabe como eles se conheceram?

R – Não.

P/1 – Eu gostaria que você falasse do que você se lembra dessa infância. Da sua rua, onde você morava. Da sua casa. Como é que ela era?

R – Nós morávamos numa cidade e depois fomos para Tel Aviv. Então, eu me lembro mais de Tel Aviv, como eu estou te falando, morávamos num apartamento.Estudava numa escola que era ao lado do prédio onde morávamos, estudava de tarde, e brincávamos lá embaixo.

P/1 – E você tem lembranças do período da escola? Como é que era?

R –Lá em Israel se estuda 12 anos, quer dizer, oito anos de escola fundamental e mais quatro anos...

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