A entrevistada se chama Elza Bierrenbach Lima, nascida em 9 de julho de 1924, no interior de São Paulo, em Sorocaba, em uma chácara; ela e sua irmã gêmea Ilza, irmãs mais velhas de Gastão César e Noêmia, também conhecida como Nema. Elza teve uma infância simples no interior, sem muitas tecnologias, os carros eram raridades nas redondezas onde morava; ela e sua irmã gêmea são saíam uma do lado da outra. Elza contou que mudou mais de uma vez de cidade durante sua juventude; seu pai trabalhava no instituto geográfico e geológico e sua mãe era dona de casa. Já seu avô, porém, era trabalhador em pequenas fazendas, lidava com comércio e troca de gados. Elza se formou em Direito em 1955, mas só foi trabalhar na profissão mais ao fim da década de 1950, enquanto suas duas irmãs se formavam em Biblioteconomia. O irmão mais novo, depois de terminar a escola, se formou em Arquitetura.
Elza compartilhou um pouco sobre a história de imigrantes na família: seu bisavô, João Adolfo Schritzmeyer, pai de sua avó, conhecida como Nha-Nhã (infelizmente não se conhece seu nome verdadeiro, mas a mesma era chamada por esse nome por todos), nasceu em 1828. João Adolfo saiu jovem da Alemanha, após uma briga com seu pai, isso segundo Gastão (pai de Elza), pois a mãe de João se casou pela segunda vez, e eles tiveram um desentendimento; nisso, o mesmo fugiu de casa e veio ao Brasil como imigrante; chegou de navio no Porto de Santos, em 1848. Não se sabe com certeza como foi sua chegada, porém, Elza contou que acha que quando o jovem chegou aqui, os alemães do navio (pois era uma embarcação alemã) não teriam coragem de jogar o rapaz ao mar. João Adolfo tem uma rua com o seu nome, que começa no Largo da Memória. Já mais velho, se tornou um dos pioneiros das fábricas industriais no Brasil; ele criou uma indústria de chapéus na qual os produtos eram importados da Europa; era um dos poucos homens em São Paulo verdadeiramente ricos.