Iara Batista da Silva é artesã e doula, seu nome artístico é Hope, significa esperança. A jovem artista, de 22 anos, é cria da Rocinha, uma das maiores favelas da América Latina, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Mãe de uma bebê de 1 ano, ela nos contou sobre a sua proximidade com o crochê desde os 7 anos, idade em que teve o primeiro contato com a linha e agulha. O crochê entrou em sua vida, a partir de uma atividade de lazer que acontecia em uma igreja na parte baixa da Rocinha, esse contato se deu a partir de uma relação intergeracional que caracterizou a sua infância e a relação de troca de saberes com um grupo de idosas que foram as responsáveis por lhe apresentar a técnica do crochê. Relembrou a sua adolescência como um período caótico, porém importante para o seu reconhecimento como artesã. Idealizadora do “Project Hope”, a artista revela que a iniciativa de criar um projeto partiu do desejo de ensinar e multiplicar o conhecimento do crochê para outras pessoas. Com o crochê, desenvolve seus trabalhos por meio da produção de roupas e de panos de pratos com apoio da serigrafia como diferencial. Além disso, explicou como a sua estratégia de produção considera formas sustentáveis e matéria prima reciclada. O seu trabalho também se articula com ações coletivas da Rocinha e entorno, da produção cultural preta e LGBQIA+ na Cidade. Seu maior sonho é conquistar o seu próprio espaço para continuar ensinando outras pessoas a trabalharem com o crochê.